quinta-feira, 31 de maio de 2012

Esses crentes são uns chatos!

Leio na Folha de São Paulo:
A cada dia, 357 fumantes ou ex-fumantes morrem no Brasil das principais doenças ligadas ao tabagismo, especialmente enfermidades cardíacas, pulmonares e câncer. Tratar doenças decorrentes do fumo custa R$ 21 bilhões anuais às redes de saúde pública e privada do país -sem contar o fumo passivo. Esse valor é cerca de cinco vezes o que o governo federal vai gastar, até 2014, no plano de combate ao crack. 
As estimativas são de um estudo encomendado pela ONG ACT (Aliança de Controle do Tabagismo) à Fiocruz e que será apresentado hoje, em evento de comemoração do Dia Mundial sem Tabaco. O trabalho se baseia em dados de 2008 sobre doenças e mortes e, a partir de um modelo matemático, estima o impacto do fumo e seu custo.
Apesar de o número de fumantes no país ter caído nas últimas décadas -hoje 14,8% dos adultos fumam-, o cigarro é responsável por 13% das mortes, segundo o estudo. Essa fatia é equiparável à das mortes por causas externas, incluindo homicídios e acidentes. Estima-se que, em 2008, 130.152 pessoas morreram das 15 principais doenças atribuídas ao fumo (de um total de 150 ligadas ao tabaco). O Ministério da Saúde diz que, em 2009, 37,6 mil pessoas morreram de acidentes terrestres e 52 mil de homicídio.
O mais interessante é que os alienados, como muitas vezes nos chamam, pagam a conta deles. Pagamos para que eles fumem. É brincadeira?

terça-feira, 29 de maio de 2012

Prioridades

Leio no UOL:
Garoto de 15 anos cria método 28 vezes mais rápido para detecção do câncer de pâncreas. O americano Jack Andraka foi o grande vencedor da Intel ISEF 2012, evento realizado nos Estados Unidos para promover as invenções de jovens cientistas espalhados pelo mundo. Jack, de apenas 15 anos, venceu o concurso após criar um método para detectar o câncer de pâncreas que é até 28 vezes mais rápido, 28 vezes menos caro e 100 vezes mais sensível que os recursos atuais.
O adolescente elaborou um sensor que identifica, por meio de um exame feito por uma pequena quantidade de sangue ou urina, se o paciente tem ou não câncer pancreático, ainda em sua fase inicial. O estudo resultou em mais de 90% de precisão. Pela invenção, Jack ganhou US$ 75 mil e recebeu o prêmio mundial de Inovação Jovem Cientista da Fundação Intel das mãos de Gordon E. Moore, co-fundador e presidente aposentado da empresa.
Um garoto de apenas 15 anos cria este método fantástico!? Algumas considerações:
1) Há lugar propício para a educação nos países desenvolvidos. Nos EUA até preso tem que estudar. Não é como aqui, que passam o dia planejando quando será a próxima rebelião. Os Direitos Humanos obstam qualquer iniciativa que obrigue o trabalho e a educação compulsiva entre os presos. Já os estudantes vão passando de ano sem saber ler um texto de dois parágrafos, os Governos maquiam os índices e a família vibra com a desinformação e a esperteza dos garotos;

2) Há espaço para a pesquisa. Aqui nos perdemos em intermináveis assuntos padrão, enquanto não incentivado aquilo que é o potencial das pessoas, o que fazem de melhor. Não há laboratório nas escolas, nem bibliotecas. Se o aluno quiser desenvolver um tema, a escola ignora a iniciativa;

3) Há espaço para a recompensa. Aqui um garoto desses ganharia R$ 1.000,00 se muito. Quem ganha dinheiro aqui é jogador de futebol e cantor de sílabas ininteligíveis. Lá tem também? Tem. Mas tem muito mais recompensa para quem foca num campo de estudos e se destaca. Aqui  destaque é tratado como absurdo;

4) Há espaço para a divulgação. Inúmeros jovens nossos se destacam em suas áreas de aprendizado. Mas a mídia dá pouco espaço para incentivar outros a fazerem o mesmo.

As prioridades estão invertidas. No que nos tange temos o problema dos nossos seminários. Já informei aqui que não são espaço de pesquisa e produção científica. Somente o canudo nos interessa. Quando um seminário evangélico, de qualquer denominação, promoveu um debate científico em qualquer campo com amplitude? Eu não soube. Sem falar nos alunos aprovados somente por serem ministros e obreiros, com faltas expressivas e sem o mínimo conhecimento para responder perguntas elementares. Há quem pense que isso é bom, mas só diminui o respeito, além de ferir a ética bíblica.

Clique aqui e veja outra adolescente que há dois dias ganhou U$ 100.000,00, da Siemens, por outra grande descoberta no campo dos tumores cancerígenos. No Brasil até a pesquisa promovida por empresas é vista com desconfiança.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Carta a uma noiva

O que te fizeram linda morena? Ou seria loura, parda ou índia? Bem, a cor não importa, acho mesmo que a todas abarcas. Lembras como estavas prometida a um noivo exigente? Ou ainda estás? Ele esperava que teu maior presente fosse tua pureza. Confiou aos homens tua guarida, esperando que nós zelássemos por ti. Agora como te sentes? Como enxergas tua história? Ele disse que voltaria logo. Teus amigos te fizeram cansada da espera?

Como te desfiguraram! Zombaram do teu pudor, menosprezaram tua ingenuidade, fizeram pouco caso do teu amor. Tu eras chamada pra fora, pra viver uma vida nova, diferente na essência e no conteúdo. Era teu destino ser imortal, usufruindo dessa propriedade intrínseca ao noivo. Tua história proclamava reverente que a glória era teu destino, ser servida à mesa, ter o respeito de Deus, cercada de uma beleza tal que o tempo não corrompe.

Não a glória dos homens, perigosa, sensitiva, superficial, melancólica, tendenciosa, temporária, prima-irmã do mal. Tu não precisavas de fama, nem do nome escrito por aí, como um outdoor ambulante, aparecendo aqui e ali. Ser proclamada na mídia, nem ser politicamente correta. Adequar-se a padrões humanos, ser sociável e bem aceita. Teu nome seria declarado diante dos anjos e do próprio Deus! Para quê glória maior?

Nada aconteceu de repente, foi surgindo devagar, um movimento dissimulado e comprometedor. Um jogo enganoso de palavras, a intenção era tornar-te conhecida. Mas acabaram te enjaulando em pressupostos dúbios, tão inverossímeis quanto as intenções dos protagonistas. Olhando a história podemos perceber traços marcantes de dúvida. Ora ias, ora vinhas. Como se as promessas de mudança de rumo te fascinasse. A realidade é que te desfiguravam. Vai ficando cada dia mais difícil te reconhecer nas últimas fotos e vídeos, onde cantas e danças atabalhoadamente, como se o teu penhor nada valesse. Como se a coreografia fosse mais importante que teu sentimento de transcendência.

A quem pertences hoje, já que cada um quer ser teu dono e até mesmo mudar teu nome? Aos interesseiros de plantão e seus interesses tão mutáveis como a areia do deserto, toadas pelo vento das novidades? Aos comerciantes e seu dinheiro, cujo valor é tão mutável quanto? Ou ao noivo, que distante e resoluto anseia que te resguardes? Sugiro que decidas, já que ninguém pode fazê-lo por ti. É, ninguém pode decidir um destino traçado, dirias. Mas, há alguma tendência a ser definida, se queres atingir o objetivo de chegar intacta ao fim.

Ah! Teu nome especial e único, traduzia em suas seis letras tudo para nós. A luta seria renhida, o caminho seria atroz, mas a vitória seria certeira, o noivo seguia veloz. E não permitiria que nem mesmo todo exército demoníaco te venceria. Nem suas portas te abraçaria. Não sei se confiavas neste voto. Digo isto porque aderiste a estratégias que prometiam fermento para tua trajetória de crescimento. Isto era desnecessário porque cada passo estava previsto. Bastava te concentrar no básico: entender o mundo ao redor, preservando-se das máculas.

Vejo que estás valorizando o acessório, em detrimento do fundamental. Infiltraram em tua mente a política partidária. A revolução era um caminho indispensável ao teu objetivo de permaneceres pura? Ou era uma desculpa para teu engajamento? Para mudar o mundo, tentaram te mudar? A mudança não deveria partir de ti? Lembro que eras sal e luz, portanto... Resulta agora que te usam em suas peças publicitárias, como se teu apoio a tais causas trouxesse credibilidade às propostas. Não era isso que o noivo queria. Também não era alienação, mas apenas santificação.

Chegar ao casamento sem manchas era possível, cada coisa tem seu tempo. Mas o marketing, na sua forma mais letal, te seduziu. Hoje há inúmeros apaixonados, e poucos que te amam. Apenas se aproveitam de ti, de tua aura, de tua estatura. Tem cuidado de ti mesma, e da promessa que recebeste. Guarda-a como um tesouro, o que realmente é. Ela é fiel para te resguardar até o dia em encontrarás teu noivo num altar jamais usado. Ou já não queres mais casar?

Abraços, Igreja!

domingo, 27 de maio de 2012

Espasmos de uma sociedade doente

Ontem, foi realizada a Marcha das Vadias. A origem do desfile está num comentário feito no Canadá, por um policial. Segundo ele, com o modo vulgar de se vestir de algumas mulheres o estupro é incentivado. Uma pista, não a solução. Desde então, as mulheres marcham, geralmente, expondo seus corpos, para reclamar do machismo, a favor do feminismo, contra o aquecimento global, a favor do veto de Dilma ao Código Florestal, e uma penca de motivos que pouco tem a ver com o problema em si.

Olhando para a foto acima, um estuprador nato iria pensar: Puxa não vou mais fazer isto, fiquei sensibilizado. Um turista sexual alemão ou americano, iria ponderar: Oh! Como as brasileiras são aguerridas, vou escolher outro destino. Ou seja, contra o turismo sexual, elas expõem o sexo!? É o eco de uma sociedade doente! Que as mulheres reclamem dos estupros cada vez mais frequentes, é necessário e indispensável. Aliás, é bom lembrar daquelas famosas teorias governamentais para a defesa de minorias. Elegem um grupo como vitrine, enquanto os demais sofrem. O correto, numa sociedade saudável, seria segurança para todos. Mas as mulheres não estão preocupadas em fazer uma cobrança desta natureza. Há poucos cartazes, inclusive, sobre o assunto.

Pra piorar os caras chegam aqui e têm à disposição as mulheres que quiserem, para fazer delas o que bem entenderem. Com dinheiro no bolso, eles pintam e bordam com o corpo feminino, fazendo justamente o contrário do que defende a Marcha das Vadias. Aliás, qualquer brasileiro com dinheiro pode digitar no Google o tipo de mulher que quer e terá, como um produto qualquer que se compra no Submarino, com as mínimas especificações. Por que as mulheres não se voltam contra a exposição do nu feminino nos sites de pornografia brasileiros? Sim, aquela imensa quantidade de transas, filmes, fotos retratando as mulheres brasileiras na maior subserviência, que enchem a cabeça dos tarados, que depois vão consumar em indefesas crianças... É, portanto, como aquele cara de Copacabana que, de manhã marcha contra as drogas, de noite liga pro traficante pedindo umas gramas de pó para animar uma festinha.

A cereja do bolo é quando um grupo, do Rio de Janeiro, deseja subir as escadas da igreja de Copacabana, sendo contido pela PM. Sem igreja não tem graça, não é? A Igreja é a culpada dos males do mundo. As pessoas que expõem seus corpos de maneira vulgar, não têm nada a ver com isso. Os programas televisivos que mercadejam o sexo, não têm nada a ver com isso. A imensa quantidade de pornografia digital produzida com mulheres (não há robôs ali, não é mesmo?), não tem nada a ver com isso. Elas só querem que Dilma vete o Código Florestal.

Não posso deixar de registrar o espaço dado pela mídia. São fotos e fotos. Se fosse uma Marcha Pra Jesus...

sábado, 26 de maio de 2012

Um grande erro!

Lendo sobre o retorno de Marta Suplicy apoiando o PL122, como era em seu texto original, proposto por Fátima Cleide, relembro dos bobinhos que acreditaram nas mentiras do PT. De que o partido não nos faria mal algum, que não nos perseguiria. Dilma foi recebida em várias festividades durante a campanha, sem que ninguém fosse capaz de exigir um compromisso assinado. Diversos deputados evangélicos e lideranças acederam com os acenos.

Agora, eleitos, ao invés de atacar os problemas estruturais do Brasil, eles acenarão em todas as direções buscando simpatizantes, tentando desviar a atenção para os verdadeiros problemas. Mesmo que tenha de nos massacrar. A omissão flagrante das grandes igrejas evangélicas brasileiras, contribui para o desmando. Até quando!? Silas Malafaia pode até estar errado, mas ao menos se mexe.

Outro pensamento digno de atenção é aquele que prevê que a provação virá à igreja brasileira, de qualquer maneira. Pela Bíblia sabemos que seremos perseguidos. Não me assusto com nada do que está acontecendo, mas não podemos admitir um comportamento refratário e omisso da igreja brasileira. Podemos e devemos lutar até aonde for possível para estabelecer o respeito ao modo de pensar e viver cristão evangélico.

Há tempos a Assembleia de Deus está devendo uma nota nos principais jornais do Brasil, no domingo, elencando cada princípio norteador de nossos costumes. Do contrário, morreremos todos abraçados. E muitos nos atirarão pedras, crendo piamente que o problema somos nós.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Erros crassos dos que não creem na atualidade do dom de línguas




As línguas dadas em Atos 2 eram de origem divina, não atreladas a especificidade humana alguma. Os discípulos receberam línguas de fogo, o que foi uma experiência única. Em seguida, foram usados nas línguas dos povos que as ouviam. Haviam 14 nações, 120 pessoas. Como explicar o que aconteceu? Cada um falando na língua de cada povo, certamente uma algazarra ininteligível? Ou grupos falando na língua de cada pessoa, ou seja, dos 120 se agrupavam dez ou doze para falar aos cretenses, dez ou doze aos árabes? Ou todos falando nos diferentes idiomas a cada momento, ou seja, o grupo todo fala aos cretenses por dez minutos, depois dez minutos para os árabes? Como vemos, há muitos detalhes que não sabemos sobre o que, de fato, ocorreu.

As línguas são o sinal da descida do Espírito Santo, conforme promessa de Jesus (João 14:16). Era e é fenômeno que permite a quem recebe experimentar em pequenas porções aquilo que será o Céu. Os dons são a antesala do gozo celeste indescritível. Desnecessários, certamente, quando lá chegarmos, necessários, entretanto, enquanto a Igreja palmilhar aqui.

O argumento de que era apenas para estrangeiros ouvirem a mensagem, desmorona diante de duas colocações lógicas:
1) Inúmeras vezes os discípulos estiveram reunidos, todos falando uma mesma língua, por que falavam em línguas estranhas entre si? Que Paulo tinha em mente, em I Coríntios 14:18: Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos? Pretensão? Soberba? Demonstração irracional de poder? Que os críticos respondam à luz de I Coríntios 14:26.

2) Se a intenção era pregar o Evangelho por que não usar o grego ou o latim, que eram línguas francas? Por outro lado, Todos os povos que se reuniam em Jerusalém naqueles dias conheciam razoavelmente o hebraico. Podia-se, na pior das hipóteses, pregar em frases curtas neste idioma.

Não podemos anular tal manifestação por conta dos excessos ou similaridade com determinadas expressões de cultos africanos ou qualquer outra razão. Seria o Umim e o Tumim um jogo de dados ou conchas importado dos babalorixás? Seria o caso de fechar os seminários, por conta dos desvios teológicos? Ou queimarmos os livros pelos erros que eles contenham. Não crer como está nas Escrituras é uma coisa. Forçar a barra é outra totalmente diferente. Que jactância há nas palavras de Paulo: se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem (I Coríntios 14:14)? Não somente ele abre a possibilidade de que se ore em línguas desconhecidas, como que aquela pessoa seja edificada!

Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas (I Coríntios 14:39)

Este post é uma resposta ao artigo do Pr. José Ribamar Rodrigues: O dom de línguas que se manifesta no pentecostalismo moderno é o mesmo dos dias apostólicos?, publicado em Ultimato.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mídia e comunicação na igreja - Parte II



Na primeira parte do post sobre este assunto, lançamos as bases para entender as dificuldades de inserção das igrejas no mundo das comunicações. Nesta segunda parte, vamos falar um pouco sobre o público alvo e algumas tendências da atualidade.

Não podemos esquecer que, por oportunidade e ordem, o público preferencial da mídia evangélica é o jovem e a criança. Em seguida, virão as senhoras nos lares. Em último, os senhores, à noite. Não à toa, as manhãs são tradicionalmente reservadas pelas grandes emissoras para programas infantis, as tardes para jovens e adolescentes e a noite para o público adulto. É uma tendência que tem se amenizado nos últimos anos, mas ainda está em plena vigência. Infelizmente, não temos prestado muita atenção a este detalhe. Estamos devendo um bom programa televisivo visando a criançada, por exemplo. Por pura incompetência para criar trama, cenário e fazer acontecer. O mais curioso são as críticas históricas que fizemos e fazemos aos programas das grandes redes, sem oferecer qualquer contraponto. A exceção honrosa vai para a Rede Boas Novas, com os Vegetais, que, salvo engano, é transmitido das 09:00 às 10:00h. Mas não é um programa tupiniquim.

Boa parte das igrejas entende que o horário é puramente evangelístico. Na verdade, o espaço é curto. Mas, é preciso fazer alguma diferença...

Nos meus anos de juventude, a penetração da rádio evangélica era notável. Nove em cada dez jovens ouviam aqui, em Pernambuco, a Rádio Evangélica, a Maranata, entre outras. Em outras palavras eram bem assistidos. Os anos passaram, e os novos jovens foram do rádio ao Facebook sem escalas. E dificilmente alguém os tirará de lá. Jovens e adolescentes, como sabemos, possuem comportamento de manada. O movimento só se adensa com a chegada dos adultos. Nada podemos fazer a não ser aprender a contornar a montanha para chegar ao mar!

Ressalve-se o espaço razoável para as rádios transmitidas pela Internet. Hoje qualquer um pode criar uma rádio on-line e transmitir uma programação, à mercê apenas da criatividade. Os blogs dispensam comentários. As páginas pessoais, idem. O que dizer, porém, da página das igrejas? Elas, efetivamente, transparecem a efervescência do dia-a-dia eclesiástico? Há o mesmo investimento de milhões, numa rádio sem audiência compatível com o capital, numa página de qualidade? Há efetiva inserção das igrejas nas redes sociais? Incrivelmente, a resposta é não! Se o orçamento anual das igrejas fosse aberto, veríamos uma intolerável soma de dinheiro indo parar no bolso das redes televisivas e na compra de espaço nas rádios, enquanto míseros centavos iriam para onde estão as pessoas. Não é contraditório?

O que motivou a escrever estas linhas foi o seguinte fato. Me hospedei no Hotel San Marco, na Bahia, no último final de semana. Estava à trabalho em Salvador. Na noite de quinta, tempo livre para visitar uma congregação. Como não conhecia os lugares, e por conta do trânsito caótico para o centro, decidi acessar a Internet para descobrir alguma igreja próxima ao hotel. Acessei a página da Assembléia de Deus baiana, por inabilidade ou por ausência da informação não encontrei nenhum endereço, não obstante a certeza que existem congregações por ali. Não é diferente por aqui ou na maior parte do Brasil. Páginas desatualizadas, sem conteúdo atraente para jovens, adolescentes e, pasmem!, não evangélicos! Links que não levam a lugar algum, informações desencontradas, vídeos e imagens desatualizadas. Enfim, institucionalmente falando, o que de pior se pode esperar.

Voltemos ao primeiro post. Lá está escrito que uma Convenção assembleiana pernambucana de grande porte comprou um rádio, fazendo um investimento inicial, por baixo, de dois milhões de reais. Depois vem manutenção, folha, investimento em equipamentos, etc, etc. A outra grande convenção só não fez o mesmo, porque não pode se antecipar. Se hoje o Governo Federal dissesse assim: Estão abertas as inscrições para as igrejas que quiserem uma rádio, a maioria das médias e grandes igrejas do País se inscreveria. Dinheiro não os assombraria. A mesma coisa se pode afirmar dos programas televisivos. Todas as convenções fazem investimentos altíssimos em programas pouco assistidos, não apenas por seu conteúdo, mas porque as pessoas não estão mais na TV! Em outras palavras, não há audiência compatível com o investimento! Pois bem, esta mesma grande convenção mantém uma página absurdamente desatualizada. Há links, na página principal, de um ano atrás! A maioria não leva a lugar algum. Como podemos entender isso?

Mas, atenção, pastores! A previsão da audiência na TV e no rádio é piorar. Li em algum lugar esse ano (esqueci de anotar o link), que as grandes cervejarias amargaram prejuízo, salvo engano, de R$ 20 milhões, investindo na transmissão do Carnaval na TV. Os carnavalescos estavam na rua, no Twitter e no Facebook! Ao invés de estarem sentados num sofá, os caras estão enviando flashes das festas. É a vida full time! Aonde estão os jovens e adolescentes nesta manhã? Na Internet, ora! Comentando os trolls do momento, jogando conversa fora, ampliando a rede imaginária de amigos, enviando e recebendo e-mail. Aliás, estão todos, adultos, inclusive. Recentemente, numa reunião de trabalho perguntei, a dez ou doze superintendentes mais cinco ou seis responsáveis em nossa Convenção, quantos haviam assistido aos programas de nossa igreja naquela semana. Era uma quinta. Somente um levantou a mão. Perguntei quantos haviam acessado páginas de notícias e e-mail naquele dia. Somente um não o havia feito!

Certamente, alguns dos poucos leitores do blog dirão: Esse Daladier é pessimista! Não é isso, a crítica feita aqui é construtiva. Desejamos que os nobres pastores abram os olhos para aproveitar esta excelente oportunidade de evangelismo, de colocação institucional e de propagação do reino. Quer uma medida do gap* no qual estamos envolvidos? Qual página você conhece de igrejas, ministérios ou convenções cujo conteúdo está em inglês? Lembremos que os comportamentos descritos acima não são únicos do Brasil. Há milhões de jovens americanos, asiáticos, europeus visitando a grande rede. Que tal ampliarmos nosso horizonte utilizando a língua franca? Paulo faria isso!

No próximo post, focaremos algumas propostas.

* Em marketing, a grosso modo, é a distância entre o que uma organização é e o que deveria ser

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Isso é que é preocupante!

Enquanto MPF, MPU, MP e Governos estão preocupados com reparações e cotas para minorias, leio no JC OnLine (grifos meus):
O abuso sexual é o segundo tipo de violência mais característica em crianças de até 9 anos, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (22) pelo Ministério da Saúde. O levantamento indica que esse tipo de agressão fica atrás apenas das notificações de negligência e abandono.
Em 2011, foram registrados 14.625 casos de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra menores de 10 anos – 35% do total, enquanto a negligência e o abandono responderam por 36% dos registros.
Os dados revelam ainda que a violência sexual também ocupa o segundo lugar na faixa etária de 10 a 14 anos, com 10,5% das notificações, ficando atrás apenas da violência física (13,3%). Na faixa de 15 a 19 anos, esse tipo de agressão ocupa o terceiro lugar, com 5,2%, atrás da violência física (28,3%) e da psicológica (7,6%).
Os números apontam também que 22% do total de casos (3.253) envolveram menores de 1 ano e 77% foram registrados na faixa etária de 1 a 9 anos. A maior parte das agressões ocorreu na residência da criança (64,5%).

terça-feira, 22 de maio de 2012

Bronca à vista!

Informa o blogueiro Dário Gomes:

Pesquisando alguns nomes inscritos para 5ª AGE percebi que faltava os nomes de alguns membros da Mesa Diretora, apurando com mais detalhes verifiquei que somente dois membros de inscreveram: o Presidente José Wellington e o pastor José Antonio 5º Vice-presidente, os demais por esquecimento, ou falha dos secretários ou assessores ficarão de fora da 5ª AGE por não estarem inscritos e não pagarem o boleto.


Presidente

1º Vice

2º Vice

3º Vice

4º Vice

5º Vice

1º Secretário

2º Secretário

3º Secretário

4º Secretário

5º Secretário

Tesoureiro
Pr Dário Gomes
Fonte: http://www.cgadb.com.br/ (relação dos ministros inscritos para 5ª AGE - Maceió-AL)


Comento

No clima que a próxima eleição já está, imagina que ficaram de fora 10 nomes da Mesa Diretora, que por falha, omissão ou sei lá o quê, não foram inscritos. Se não houver humildade para entender o erro da organização do evento, como essa pequena celeuma será resolvida? Aliás, humildade é matéria-prima em falta.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mídia e comunicação na igreja - Parte I

Anos atrás a Convenção da qual participo queria comprar uma rádio. Não duvido que ainda queira, é o desejo de onze em cada dez igrejas. Foram feitas reuniões para levantamento dos fundos, etc e tal. Porém, outra Convenção se antecipou e comprou a mesma. Era um negócio em torno de dois milhões de reais, fora folha de pagamento, encargos trabalhistas, investimentos em equipamentos, e muito, muito mais. Conversando dia desses com o presidente, ponderei: Não disse nada na ocasião para não ser faccioso, mas era um péssimo negócio. Não pelos eventuais problemas no que diz respeito aos entraves burocráticos e legais, fato que não assustou à Convenção compradora, mas por uma trempe de fatores.

Em primeiro lugar, as rádios evangélicas não dão dinheiro. Aliás, nenhum programa evangélico, em rádio ou TV se pagam somente por seus anúncios e audiência. O Pr. Silas Malafaia pode até chegar perto, mas a conta não fecha. Se fossem viver, exclusivamente, dos anúncios todos apresentadores e seus programas estariam falidos. E se levarmos em conta investimento e depreciação a conta ia de vez para o buraco. Em suma, estritamente falando da programação evangélica, não há retorno em mídia de TV ou rádio. O que há para mantê-los no ar é o investimento maciço das ofertas e dízimos. Há quem justifique a prática, falando na vitrine que uma programação desta natureza oferece, mas eu tenho dúvidas sobre tal precedência sobre outras necessidades. Mais adiante, entenderão por quê.

Por falar nisso, leio notícias hoje de que mesmo com o investimento da IURD nas madrugadas da  Record, a emissora terá um prejuízo de 100 milhões. Ano passado tinha sido de redondos 60 milhões. Ou seja, nem as ofertas salvam a programação televisiva!?

A outra ponta é que, via de regra, os programas televisivos evangélicos são chatos e não traduzem a efervescência da igreja. As pessoas não gostam de ouvir um culto via televisão, a menos que não possam assisti-lo ao vivo. Ou seja, mesmo com o comodismo da sala, aonde se pode ficar, teoricamente, à vontade, prefere-se estar num banco duro no templo. Aliás, como se assiste a tais programas em casa renderia um grande post, que agora não tenho tempo, quem sabe depois... Mas... estava falando da chatice dos programas. Por vezes, se resumem a recortes sem sequência. A palavra é do pastor-mor da denominação, que, às vezes, não tem o traquejo com a câmera. Depois vem as cantorias, porque boa parte passa longe de louvor propriamente dito. Os cenários são sofríveis, até porque um de primeira qualidade é inacessível à maioria das igrejas.

Já encontrei irmãos que se conectam no programa, apenas, no exato momento da pregação. Porque querem pular o cansativo devocional de muitas igrejas, aonde grupos e grupos se sucedem, com solos sofríveis e hinos sem conexão de assunto e tema. Quando isto acontece na igreja não há opção. Na sala a saída é o zapping*! Que não me crucifiquem, é uma crítica construtiva.

De resto, o eixo principal da TV e do rádio tem pouco a ver com um culto. Programa televisivo é espetáculo, teatro, cor, atração estética. Já pensaram num culto de oração transmitido do início ao fim? Há opções? Sim. O foco exaustivo nos milagres, como faz o Valdemiro Santiago, a ênfase no escândalo, estilo Datena, amplamente utilizado pelo Silas Malafaia. Coisas, enfim, que nos afastam cada vez mais do que seja um culto. Já imaginaram duas ou três semanas com um culto de doutrina do Silas Malafaia falando do Pr. José Wellington? Na TV isto é possível, mas não no culto. Debates? São interessantes, mas cansativos. Seria preciso um apresentador cacifado como o Azambuja ou a Marília Gabriela. O que se faz, não raro, são temas herméticos, sem participação externa, condiciona-se o rumo e somente os interessados no tema, naquele exato momento, formam a audiência. Pífio. Se fosse apenas poucos minutos poderia cativá-la, mas o compromisso seria quase impossível. Ao culto não interessa o dinamismo em primeiro lugar, mas a espontaneidade. Temos um verdadeiro dilema para harmonizá-lo com a mídia.

Um fator crítico adicional é que dado o alto valor do espaço televisivo fica impossível ocupá-lo para muitas igrejas. Resultado: horários difíceis de acompanhar. E não muitos horários disponíveis nas emissoras. O que sobra rivaliza com a programação formal, muito mais atraente para a maioria dos mortais. Ainda teremos de somar ao caldo os valores da mídia secular, antagônicos às igrejas, todas elas. Dentro do status quo midiático não há ética, nem princípios, nem balizas. A mídia gerencia um circo de horrores, que tende para a audiência. Tanto direciona para o que é mal, como ele lhe faz o bem de aumentar o caixa. A igreja, ao menos teoricamente, não prioriza valores humanos, nem está interessada em faturar. É um conflito certeiro!

No próximo post, vamos abordar as alternativas e algumas tendências da atualidade.

* Mudar de canal através do controle remoto

sábado, 19 de maio de 2012

Assunto espinhoso, mas fazer o quê?

Já falamos aqui no blog sobre a importância de enxergarmos a dimensão institucional da CGADB. Ora, o que é tal orgão senão um colegiado com ingerência* sobre seus filiados? Se a este princípio básico a convenção não serve, a que mais serviria? Por que a digressão? Para voltar ao assunto relatado no post anterior. Como é que num Estado duas ou mais convenções filiadas à CGADB digladiam-se entre si e a convenção máxima nada faz? Sabemos da imposição de ordem financeira, com a saída de ministros filiados, mas é melhor uma Convenção menor que realmente congregue os objetivos das igrejas sob sua direção, do que ser conivente com um desmando desta natureza, não obstante o tamanho. É como manter uma igreja grande cheia de pecados, somente por conta dos dízimos e ofertas. Qualidade é melhor que quantidade!

Digo mais**, as notícias que ouço por aí afora é que por vezes se toma partido nesta ou naquela facção. Na minha opinião, o que deveria ser feito era aplicar o regimento, inclusive por conta do escândalo para os de fora. E que os rebeldes beligerantes partam, se não houver acordo! Aqui em Pernambuco, vocês sabem do estranhamento que há entre a CONADEPE e a COMADALPE. É um assunto público e notório, e vergonhoso. Eu já fui defenestrado várias vezes visitando igrejas. Coisas do tipo, você ir ao velório de seu avô, pastor jubilado da CONADEPE, e não ser nem apresentado como ministro! Penso que se fosse um padre ou babalorixá, se devesse, por uma questão de educação, fazê-lo, quanto mais a obreiros de uma mesma denominação? É até uma insanidade num momento de luto e perda esse tipo de comportamento. O que deveria fazer o Presidente da CGADB? Levar, por exemplo, a tiracolo uma comitiva de uma Convenção à Ceia da outra, e vice-versa! Se somente o presidente pudesse ser recebido, e a comitiva fosse ignorada, a convenção que rejeitasse a recepção seria suspensa. Reincindente? Excluída!

Que história é essa? Quem fala mais alto é o dinheiro e/ou o apadrinhamento? Erro é erro. Desunião é motivo de disciplina para membros em uma igreja, quanto mais para pastores que falam cobras e lagartos de pares desafetos, mantendo uma relação reiterada de inimizade. Agora ficam os coitados dos membros e líderes menores no meio de um tiroteio. Ameaçados de perder cargos na hipótese de apresentar e dar oportunidade a obreiros visitantes, ainda que conhecidos e com profundas raízes familiares na congregação. Estranhamento no culto, aonde os visitantes são tratados como cachorros. Não se lhes dá a dignidade de mencionar seus nomes (aqui eu menciono o nome até dos não crentes que nos visitam), ou lhes fazer um convite formal. Ouvi-los? Nem pensar. O que fariam com o apóstolo Paulo, que chega, de repente, como obreiro enviado por Jesus? Enxotariam dos cultos!?

Eu fui visitar, por exemplo, com minha família, um culto na igreja de um amigo, de outra convenção, que me conhece bem de perto e é regente de um grupo musical lá. O recepcionista pegou meu nome, meu cargo, minha igreja de origem e o nome de minhas filhas e esposa. Não fui com carta, porque foi uma visita espontânea, mas não faria diferença. Sabe como fomos apresentados? Um obreiro falou o nome dos visitantes das congregações da mesma convenção, mencionou os visitantes da Igreja Batista, depois se dirigiu ao público e disse: Aonde está o restante dos visitantes? Somente para não ter que citar meu nome e meu cargo, etc! Ele sabe que se o fizer e chegar nas instâncias superiores a informação ele será chamado, para apurar seu desvio de conduta. Por aqui, na nossa convenção, ao contrário, a determinação do Pr. Presidente é apresentar e receber da melhor forma possível. Se o obreiro for conhecido da igreja local, poderá ser convidado ao púlpito. Dependendo da recomendação não haverá nenhuma restrição em ouvi-lo. Deus do Céu, isso não é favor, é obrigação! Faz parte da nossa fraternidade, da nossa amizade e comunhão. Será que esse pessoal dividiria um prato no ágape com um irmão de outra convenção?

Voltando ao eixo do post, aqui no blog costumo dar o nome certo às coisas. E essa palhaçada tem um nome: fraqueza institucional. Se a CGADB não é o CNJ das Assembleias de Deus no Brasil, então estamos perdidos. Qualquer pastor persegue e impõe uma diretriz a seu bel prazer, como denunciamos aqui em relação à política, e não há instância a recorrer. Essa turma facciosa e beligerante tem que ser enquadrada ou sumir da Convenção Geral. Criar sua própria Convenção Geral aonde seu projeto de poder tenha espaço. E pode ser deputado, senador, pregador, milagreiro ou o que for! Se necessário até o departamento jurídico da Convenção seria acionado. Eles sabem tanto que sairão impunes que fazem e reincidem nos atos. Não sei como conseguem dormir. Mas sei que a consciência pode ser cauterizada pela quantidade de vezes que um erro é cometido.

E nós nem abordamos a possibilidade da retirada do nome, para os rebeldes intransigentes, visto que a CGADB detém a marca. Que tal um brigão perder a deferência? É preciso, porém, pulso para resolver o problema impondo uma solução. A tibieza só agrava as feridas.

Links aqui e aqui.

*sf (ingerir+ência) 1 Ato ou efeito de ingerir ou ingerir-se. 2Influência. 3 Intervenção.
** Como diz o Reinaldo Azevedo, o segredo de aborrecer é dizer tudo

Impressões...

Viajei, a trabalho, para Salvador. Por onde passo procuro evangelizar. É um impulso maravilhoso. Numa das idas e vindas do hotel à empresa, pego um táxi e vou conversando com o motorista. Pergunto-lhe sobre Jesus, a Bíblia, etc. Ele me diz ser filho de crente, gosta de ler a Palavra de Deus. Sua mãe é uma das pioneiras da igreja em Salvador. Hesitante, ele avança dizendo que ela não quer mais ir à igreja. Pergunto, por quê? Ele me diz que o problema é a guerra de campos na cidade. Segundo ele, outra amigas de sua mãe, pioneiras idem, estão se reunindo por conta própria. As dissensões tem abalado as convicções do grupo. Pesquiso ao chegar no hotel. O negócio está pra lá de feio. Já tinha informações de outros irmãos. Aliás, vou comentar pouco porque roupa suja se lava em casa.

Minha preocupação é com aquelas irmãs e com a repercussão externa das desavenças. Especialmente na Bahia, um estado necessitado do Evangelho. Disse ao filho que a consolasse na linha olhe pra Jesus, somente ele não tem defeitos. Mas pra mim é vergonhoso que se chegue à tal situação. Volto à Pernambuco, aonde problemas semelhantes acontecem. Aonde vamos chegar? Pregar humildade e união tem sido o prato predileto dos programas televisivos, mas aonde se pratica tal prédica? Como ensinar união à igreja, quando há desunião nas altas cúpulas?

Finalizo, perguntando aos inúmeros querelantes do País: se Jesus disse que uma oferta, de cinco centavos, digamos, não seria aceita na Terra com desunião, imagina receber os desunidos no Céu!? O que esperamos? Que haja lá um compartimento para cada denominação/convenção/grupo/divisão? Ledo engano. A prevalecer a vontade do homem, ficam todos por aqui mesmo na volta de Jesus, brigando por membros, dízimos, ofertas e poder. Vamos ter tantas surpresas, com gente que até parecia que ia estar lá...

E ainda dizem que o Ministério Feminino é mundanismo. O que são, então, tais brigas? As profundezas de Satanás? Que os homens respondam!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ai, ai, ai! Vou bater na tecla de novo!


Fonte: Revista VEJA, edição 2267, 02/05/2012

Como eu não gosto desse negócio de ouvi dizer, acessei o site do Instituto e fui conferir a pesquisa. Se você quiser fazê-lo também, clique aqui. É interessante as informações subliminares da conclusão deles (traduzido no Google Tradutor).
Então o que devemos concluir a partir desses dados? Por que não estamos totalmente envolvendo e empregando líderes mulheres? Sim, a discriminação descarada é uma explicação potencial. Se não for real, será certamente conceitual. Quando nós compartilhamos nossas descobertas com um grupo de mulheres, fora deste levantamento particular, e lhe pedimos que sugiram por que elas pensaram que seus colegas tinham sido tão altamente classificados em tomar a iniciativa e auto-desenvolvimento, as respostas apontaram para a posição ainda frágil que se sentem estar no local de trabalho:  
"Precisamos trabalhar mais do que os homens a provar a nós mesmos."
"Nós sentimos a pressão constante para nunca cometer um erro, e para melhorar continuamente a provar o nosso valor para a organização." 
Ou seja, informalmente, ao menos, as mulheres que nós consultamos não se sentem as suas nomeações tão seguras. Eles têm medo de descansar sobre os louros. Sentindo a necessidade (muitas vezes sutilmente) para tomar a iniciativa, eles são mais motivados a ter feedback de coração. A ironia é que estes são comportamentos fundamentais que impulsionam o sucesso de qualquer líder, seja homem ou mulher.

A respeito da polêmica sobre pastor poder ser político...

Todavia, nenhuma coisa consagrada, que alguém consagrar ao SENHOR de tudo o que tem, de homem, ou de animal, ou do campo da sua possessão, se venderá nem resgatará; toda a coisa consagrada será santíssima ao SENHOR (Levítico 27:28)

Que é isso, Macedo?

Do F5/UOL:
A caçada do bispo Edir Macedo contra a música gospel continua. A Record, ligada à Igreja Universal, proibiu crianças que estão se inscrevendo para o "Ídolos Kids" de cantar canções religiosas. Apresentado por Cássio Reis, o reality estreará em agosto. Procurada, a Record diz que ainda está na fase de inscrição e que não sabe o que as crianças cantarão. No ano passado, Macedo chamou os cantores gospel de "endemoniados".
Não sei nem o que comentar. Vejo o lado bom da decisão. Mas a praia de Edir não é essa...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sessenta e quatro anos!

Saudamos nesta data o aniversário da declaração de independência do Estado de Israel, em 14/05/1948, por Ben Gurion. Clique aqui para ler a Declaração. Shalom!

Se fosse aqui...


A empresa de serviços na internet Yahoo! Inc. anunciou o afastamento de Scott Thompson do posto de executivo-chefe. Ele será substituído interinamente pelo chefe da divisão de Mídia Global da empresa, Ross Levinsohn. A Yahoo também anunciou que Fred Amoroso é o novo chairman do Conselho de Diretores, no lugar de Roy Bostock.
As mudanças foram anunciadas no quadro de um acordo entre os dirigentes da Yahoo e a gestora de fundos de hedge Third Point, que controla 5,8% da empresa; os representantes da Third Point haviam anunciado que contestariam, na assembleia de acionistas deste ano, a permanência de Thomson no cargo de CEO, depois de informes de que ele teria mentido, em seu currículo, sobre um diploma em Tecnologia da Informação na Stonehill College (a faculdade confirmou apenas que ele tem um título de bacharel em Contabilidade).
Comento

Dia desses estava a polêmica sobre o mestrado de Dilma e de Mercadante... Cá pra nós, se determinadas igrejas fossem afastar pastores cujas paredes ostentam diplomas comprados na internet ou via Correios, ou nunca cursados integralmente em seminários hospedados nas igrejas... Tem até um na internet que promete carteira e diplomação, em seis meses! Falar de ética pros outros é fácil.

sábado, 12 de maio de 2012

É assim que se faz, CGADB!!


A Assembleia de Deus dos Estados Unidos enviou uma nota reagindo contra a declaração do presidente americano Barack Obama que mostrou publicamente ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
No texto escrito pelo pastor presidente da denominação, Dr. George O. Wood, o ministério afirma estar decepcionado com a fala de Obama que se opõe ao que está escrito na Bíblia. “A Bíblia ensina que o casamento deve ser um compromisso para toda a vida e firmado entre um homem e uma mulher”, disse Wood no texto.
Fazer isso no Mensageiro da Paz é fácil....

Continua aqui.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Crentes com cara de pato!?



Assisti, ontem, no Discovery à mais um episódio de Planeta Gelado. Em dado instante, uma narrativa mostra um grupo de patos que apostou num inverno menos rigoroso e se deu mal. Imensos grupos ficam em em pequenos lagos, com temperaturas amenas, por conta das correntes marinhas. Depois a área vai diminuindo, e eles começam a pular para gerar calor. Por fim, o gelo avança sobre eles e os mata um a um, congelados! Os mais espertos dos patos vão embora tão logo as temperaturas começam a baixar. Os que ficam, se arriscam a gastar pouca energia ou se o inverno for mais rigoroso, morrerem de forma terrível.

Há pessoas assim. Apostam um pouquinho no pecado, um pouquinho na frieza, um pouquinho na preguiça, um pouquinho na acomodação. Contando que não sofrerão dano algum, viram pato gelado na festa do Inimigo. Quando esfriar corra de encontro ao Sol, senão você morre congelado!

Clicando aqui, você conhece um pouco mais da série. A foto acima é de patos selvagens nadando no rio Yenisei, à temperatura de -24ºC, na cidade de Divnogorsk, Sibéria.

Eu, hein!?

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Questões cruciais?

O que é preferível: um pastor que cuide das ovelhas, lhes forneça amizade, respeito e carinho, ou um que traga estudos profundos? Um que fale bem, mas de maneira simples sobre a Bíblia, ou um que projete suas palavras em um datashow, enquanto didática e professoralmente expõe sua prédica? Um que esteja ao lado das ovelhas nos momentos de necessidade, ou um perito em teleconferências, sempre viajando e dando palestras? Um que saiba todas as etapas do arrebatamento da igreja, ou um que conheça todas as parábolas? Um que conheça o grego e o hebraico, ou outro que leia e medite sistemática e diariamente na Palavra de Deus? Um que massageie o ego de sua igreja, ou outro que leve-a ao arrependimento? Um que seja bem relacionado socialmente, ou um desconhecido sem envolvimento e sem rabo preso?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eles não se emendam...

Depois da polêmica com Silas Malafaia, o movimento gay do Ceará emplacou um calendário encenando quadros famosos do Cristianismo. E tudo com patrocínio público. Leia mais aqui.

Ninho de vespas

O pastor João Neto Brazil recebe um casal em vias de separar-se. Ele havia feito a cerimônia e a apresentação dos três filhos do casal. Estava chocado:
- Qual a razão da pretensa separação?
- Essa mulher está com umas ideias meio malucas... - começou Jovanildo.
- Nada disso - aparteou Genoveva - ele é que é muito egoísta.
- Calma - disse João Neto - me expliquem como tudo começou.
- Eu casei com ele, como o senhor sabe. Tivemos três filhos, um a cada ano. Com medo de engravidar novamente, comecei a tomar anticoncepcionais.
- Continue - anuiu o pastor.
- Mas os efeitos colaterais são terríveis. E aí eu sugeri a vasectomia, mas o Jova não quer fazer.
- Essa mulher não quer pensar como as outras, pastor. Fica se negando a dormir comigo, porque não quero o que ela quer. Eu quero que ela faça ligação* - aparteou Jovanildo, também conhecido como Jova.
- Mas, por que você não quer fazer a cirurgia, Jova? - perguntou o pastor.
- Sei não... Dizem que o homem fica impotente... - respondeu o marido.
- Qual nada. O nosso médico assegurou a eficácia do procedimento... - interferiu a mulher.
- Sabe o que acho, Jovanildo? Não seria um daqueles casos em que os homens imputam o ônus à mulher, e lhes negam o bônus? - ponderou o pastor.
- O senhor fez? - disse, bravo, Jovanildo.
- Não, mas faria tranquilamente - respondeu o pastor.
- Está vendo como ele é, egoísta até o último grau? - gritou a mulher.
- Que nada rapaz, eu sou o cabeça da casa - retrucou Jova.
- E eu sou só a parideira? - não deixou por menos, Genô.
- Tu és é uma feminista enrustida - devolveu Jova.
- Está vendo. Lá vem ele com essa história agora. Eu nem sei o que ele quer dizer com feminista. Mas é assim mesmo - ponderou resignada - quando é para sofrer nós servimos...

E ficou o pastor João, com a cizânia pra resolver... Qualquer semelhança, não é mera coincidência. Quem lê, entenda.

* Ligação é um termo popular para a laqueadura de trompas.

Método didático para entender a seca que volta!

É sempre a mesma coisa:
1) A estiagem é prevista pelos institutos de meteorologia;
2) Ela chega e arrasa tudo;
3) O povo passa a depender de esmolas públicas;
4) Os governos decretam calamidade pública, somente para poderem faturar em cima;
5) Prometem uma enxurrada de dinheiro, do qual chegam migalhas;
6) O grosso fica com atravessadores;
7) Uma parte da população atingida incha os grandes centros urbanos;
8) A seca passa, o povo volta a plantar e criar;
9) Os mesmos candidatos, ao menos em termos de ideias, voltam e eles votam;
10) Aguarda-se a nova seca.

O agravante desta vez é que:
1) O rio São Francisco está sendo desviado para a obra mais cara do PAC, que já deveria ter terminado há duzentos anos. Muitos dos que tinham água nas cidades sertanejas, já não a tem com a mesma abundância e regularidade;
2) A obra citada no item 1 não tem data para acabar. É uma modalidade nova de gestão, a obra sem prazo. Transnordestina, Refinaria Abreu e Lima, transposição, Minha Casa, Minha Vida...
3) Os grandes centros já estão saturados!

Com a palavra os gestores. Ah! Não tem o que dizer? Não é novidade. A propósito, e sem ter nada a ver com os funcionários, você sabe aonde é o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) em Recife? No aprazível bairro da Tamarineira, cercado de árvores e água (ainda que de esgoto). Sabe aonde é a melhor universidade  de agronomia de Israel? No Neguev! É por isso que a nação exporta frutas, plantando em pleno deserto da Judeia.


Leia mais aqui.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Apesar de tudo, bombou!

Esta é a manchete subliminar de todas as reportagens sobre a Virada Cultural de São Paulo. O saldo do evento é este:

Nove pessoas foram presas em flagrante durante a 8ª edição da Virada Cultural de São Paulo, de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar. A Polícia Militar divulgou nesta segunda-feira (7) o balanço das operações ocorridas neste final de semana de Virada Cultural. Entre o sábado, 5, e o domingo, 6, cerca de 3.100 agentes militares trabalharam visando a segurança do público.
Conforme o balanço, foram 1.141 pessoas abordadas durante todo o evento e 9 foram presas em flagrantes. Entre as prisões, foram registrados uma tentativa de homicídio, um crime de estelionato e receptação, três tráficos de entorpecentes, três roubos e um furto. A Polícia Militar também vistoriou um ônibus e identificou uma pessoa que estava sendo procurada. Uma arma de fogo foi apreendida e cerca de 16 menores foram detidos.
Saldo negativo quem tem é a Marcha Pra Jesus. Não acontece nada demais, a não ser furtos de celulares e outros objetos, por ladrões infiltrados. As eleições estão chegando...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Intrigante...

Ontem, domingo, foi o encerramento da EBO, aqui em Maurilândia do Sul, SC. Como já virou tradição, vários obreiros foram consagrados. Os presbíteros já haviam sido escolhidos dias antes. Foram apresentados e a igreja orou por eles. Os evangelistas, idem. Mas, de repente, o pastor presidente foi ao microfone e disse algo, mais ou menos, assim:
- Prezados, estamos caminhando para o encerramento de nossa festa. Hoje, olho para nosso púlpito e vejo o resultado de anos de lutas e vitórias. Crescemos, não apenas numericamente, mas qualitativamente. Crescemos socialmente também. Basta-nos observar a grande quantidade de obreiros profissionais de nível superior, empresários, médicos, advogados, etc. Há muito por fazer, muito trabalho nos aguarda. Esta semana recarregamos as baterias para novos embates. Mas ainda há algo que gostaria de fazer hoje...

A igreja calada, somente ouvindo a colocação...
- Quebrando a sequência esperada, queremos indicar o irmão João Braga para o pastorado. Gostaria que ele se aproximasse com sua esposa, para que pudéssemos orar por eles.

O irmão João Braga se aproxima. Porém, acena, indicando que deseja falar alguma coisa. O pastor não entende. Então, ele cochicha algo aos seus ouvidos. O pastor informa à igreja:
- Antes da oração, o irmão João deseja dizer algo para nós.

O evangelista João se aproxima do microfone, a igreja está atônita para ouvir o que tem a dizer.
- Prezados, paz do Senhor.
- Améééém!
- Quero agradecer ao meu prezado pastor Venâncio Ayres a oportunidade e a indicação. Procurarei ser sucinto. Sei que meu gesto vai parecer estranho nesse momento, mas eu rejeito a indicação. Gostaria de dizer o porquê.

Ouve-se um sussurro. A igreja atônita... João continua.
- Eu não estou preparado para um cargo desta magnitude. Tenho 45 anos, mas falta o peso e a envergadura ministerial para alcançar um degrau a mais. Não me interpretem mal, por favor. Vou lhes dar alguns exemplos. Leio a Bíblia e vejo os apóstolos cheios de dons espirituais. Quantos eu tenho? Não sei. Algumas  vezes profetizo, nada mais. Interpretação? Ouço as línguas, mas não tenho condições de interpretá-las. Quase sempre aonde estou não há o tipo de edificação descrito por Paulo. Sinto-me impotente.

A audiência tem calafrios...
- Sobre quem impus as mãos e foi curado, de imediato? Não conheço ninguém. Vez ou outra, quando oro por alguém enfermo, dias depois esta pessoa até agradece na igreja, e só. Vejam quantos pregadores tivemos durante esta semana. Boa parte deles tem uma prédica que eu não tenho. É maravilhoso saber que há quem se aprofunde desta maneira na Bíblia, mas minha corda é curta, e eu não alcanço a água, apenas molho o balde! Infelizmente, não me vejo enquadrado em algumas das passagens bíblicas sobre o ministério.

As bocas, abertas em admiração, seguem as palavras...
- Prodígios? Quais foram feitos por meu intermédio? Estou longe do padrão bíblico para cargos assim. Nem demônios, eu nunca expulsei de imediato. O que direi nas próximas reuniões de pastores? Não tenho sabedoria suficiente para estar entre honrosas menções de nossa Convenção. Quero fazer coisas, mas não me sinto preparado para elas. Gostaria, por exemplo, de dizer a este rapaz que vai saindo agora do culto, pela porta da esquerda, que ele não precisa orar mais por sua mãe, Deus a guardou para Si.

Um telefone celular toca. É o rapaz que se aproxima da porta. Ele atende e desaba em lágrimas, informando às pessoas mais próximas:
- Minha mãe faleceu agora. Meu pai me disse que ela foi embora, sorrindo.

João desce do púlpito, com o microfone sem fio, e continua:
- Gostaria de impor as mãos sobre as pessoas e elas serem batizadas no Espírito Santo, como Pedro ou Paulo faziam. Mas já tentei isto inúmeras vezes e nada aconteceu. Seria como fazer assim - diz, colocando a mão sobre a cabeça de uma moça, no primeiro banco, e olhando para o povo - mas é preciso que aconteça o previsto nos cânones apostólicos.

Ele dá as costas, a menina começa a chorar e falar em línguas.
-  Não quero ser mais um pastor, somente para ostentar um crachá ou receber uma benemerência adhoc. Quero ser usado poderosamente. Se não posso ser usado, não obstante sua direção, meu presidente, não quero o cargo. Por minhas qualidades, nem sei como cheguei até o cargo que ocupo hoje...

A igreja começa a chorar. João prossegue:
- Sou seu amigo, meu pastor, mas talvez as emoções aflorem um pouco mais nesta indicação. Gostaria de estar à altura dela, mas não estou. Tenho orado tão pouco. Jejuado tão pouco. Não alcancei o nível de santidade que a Palavra preconiza. Não tenho, por exemplo, visões com regularidade. Por vezes, até mesmo a Bíblia me parece fechada. Eu até tento, mas não consigo.

As pessoas no púlpito, atrás de João, experimentam um quebrantamento inédito. O pastor Venâncio fica ali ao lado, chorando convulsivamente.
- O que dizer do magnetismo que outros líderes exercem sobre a Igreja aonde trabalham? Tenho poucos amigos nas congregações. Boa parte das pessoas me olha à distância. Sou meio antiquado. Gosto mais dos cultos de doutrina do que dos dominicais. Não sei sugestionar pessoas. Aliás, o que sei? Só tenho consciência da minha incompetência. Não, não quero. Por favor, me compreendam.

E desceu, do púlpito.

domingo, 6 de maio de 2012

Sobre Tiatira...

Ouçamos Barclay:

Tiatira não tinha nenhum significado religioso especial. Não era centro da adoração de César nem havia nela templos gregos de algum significado especial. Seu deus local era o herói militar Tirimno, que aparece nas moedas antigas montando a cavalo e armado com uma tocha e um pau. A única coisa fora do comum com relação a Tiatira, do ponto de vista religioso, era que nela funcionava um santuário de adivinhação (oráculo), presidido por uma sacerdotisa conhecida com o título de Sambate. A Igreja de Tiatira não enfrentava um perigo especial de perseguições.

Sabemos, a partir de inscrições que se encontraram, que Tiatira era a sede de várias guildas* de comércio importantes. Estas guildas eram uniões ou sindicatos de pessoas que trabalhavam num mesmo ramo da indústria ou o comércio e tinham objetivos tanto de mútua proteção e benefício como de tipo social e recreativo. Em Tiatira havia guildas de operários da lã, do couro, do linho e do bronze, de modistas, de tintureiros, de oleiros, de padeiros e de traficantes de escravos. Por este lado, devia encontrar-se o problema da Igreja em Tiatira.

Negar-se a integrar uma dessas guildas devia ser, naquela época como negar-se a integrar o sindicato do ofício em que a pessoa trabalha. Significaria, supomos, perder toda esperança de prosperar no comércio ou na indústria. Que razões podia ter um cristão para negar-se a fazer parte da guilda que correspondia a seu ofício?

Havia duas características das guildas que podiam resultar inconvenientes para os cristãos. Em primeiro lugar celebravam periodicamente banquetes. Estes banquetes, como era habitual, tinham lugar nos templos pagãos. Mesmo se fossem feitos numa casa particular, iniciavam-se e concluíam com algum tipo de ato religioso formal, e a carne que se consumia neles era sempre carne que tinha sido sacrificada aos ídolos. Podia um cristão participar de uma comida com estas características? Em segundo lugar, estes banquetes eram, em geral, ocasião para atos licenciosos e bebedeiras. Podia um cristão estar presente em celebrações sociais deste tipo?

Este era o problema de Tiatira. Não havia ameaça de perseguição; o perigo estava dentro da Igreja. Na Igreja havia cristãos que se perguntavam por que um crente não podia pertencer à guilda de seu ofício, e por que devia sacrificar seus interesses comerciais ao negar-se a fazer parte do sindicato que lhe correspondia. Os que se perguntavam estas coisas muito possivelmente argumentassem que o cristão era sempre defendido pelo Espírito Santo e pela presença de Cristo, e que precisamente por isso não fazia nada mau ao participar nas celebrações sociais convocadas pelas guildas. Em outras palavras, em Tiatira havia um movimento bastante forte, presidido por uma mulher que no Apocalipse se chama Jezabel, que  sustentava a necessidade de entrar em compromissos com o mundo e com as normas de moralidade mundanas, a fim de não arriscar o êxito dos negócios e a prosperidade material. A resposta do Cristo ressuscitado é inequívoca. O cristão não pode ter nada a ver com tais coisas.

A conclusão necessária pareceria ser a seguinte: Na superfície, a Igreja em Tiatira parecia forte e florescente. Qualquer estranho que a visitasse ficaria impressionado por sua vitalidade e energia, por sua aparente liberalidade e por sua paciência. Entretanto, havia algo essencial que lhe faltava: em seu coração mesmo havia uma fissura. Aqui temos uma advertência. Uma Igreja cheia de gente, um verdadeiro favo de energia, uma dínamo de atividade, não é necessariamente uma verdadeira Igreja. É muito fácil encher de gente uma Igreja quando os fiéis vêm para ser entretidos e não para ser instruídos, para ser tranqüilizados e justificados em vez de ser desafiados, confrontados com a realidade de seus pecados e com a oferta da salvação. Uma Igreja pode chegar a estar cheia de energia. Pode ser que essa Igreja não descanse em suas múltiplas atividades, mas nessa abundância de energia, entretanto, pode ter perdido o centro de sua vida. Em vez de ser uma congregação cristã conseguiu converter-se num clube bem-sucedido. A situação da Igreja em Tiatira deve nos levar a pensar.

guilda - sf (fr guilde) Associação de mutualidade formada na Idade Média entre as corporações de operários, negociantes ou artistas. Fonte: Michaelis On-Line.