Por onde começaria? São tantas coisas pra dizer. Tentarei dar um norte, se não couber tudo no tempo e no espaço dividirei em pedaços.
No Brasil | Na Igreja |
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Vamos primeiros aos atores do movimento. São jovens, em sua maioria. Por conta da idade tendem à gritaria. Isso não deslegitima suas reivindicações, apenas as torna de difícil digestão pelos demais. Não custa lembrar que juventude é sinônimo de vigor, de aposta no futuro, de tudo ou nada. Quanto jovens chutaram o pau da barraca e depois voltaram arrependidos? Na igreja, nos lares, em todos os lugares. Sem essa renovação a sociedade estagna, claro que precisamos ter um pé atrás, nunca esquecendo que já fomos jovens. Mas não podemos tolher a criatividade e a iniciativa juvenil, sob pena de produzirmos jovens apáticos para as necessidades de um mundo em transformação.
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Na igreja não é diferente. Quantos jovens foram a lugares que adultos jamais iriam? Jovens missionários estão neste momento desbravando rincões do mundo. Jovens estão desafiando o status quo em faculdades e escolas. Estão anunciando a Palavra de Deus em presídios, sem medir esforços. E consequências. Foram dois jovens que fundaram a Assembleia de Deus no Brasil, inflamados pelo fogo pentecostal. Não esperavam louros ou láureas. Da Suécia partiram para o tudo ou nada. Infelizmente não poucos líderes esquecem que um dia foram jovens. Estão sempre prontos à repreensão gratuita, por vezes, com medo de serem ultrapassados pela mente arguta e com mais facilidade de apreensão. Ao invés de mentoria, cotovelo.
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Mas os jovens tendem à necessidade difusa. Por vezes, não sabem direito o que querem. É como aquele menino que chora, mas não sabe dizer onde está a dor, precisa de um adulto que descubra, muitas vezes no tato. A gritaria de agora tem muitos temas. Os adultos do Governo não estão sabendo traduzir. O problema com a gritaria é que quando não damos atenção ou cansa ou aumenta. Do gemido ao berro são poucos passos.
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Bons líderes naufragaram tentando entender porque os jovens eram tão rebeldes em um orgão de sua congregação. Outros ignoraram que o jovem é o futuro em desenvolvimento e, de repente, se viram tendo que manter alguém claudicante num posto chave porque não havia ninguém para substituí-lo. Não prestamos atenção, não assumimos responsabilidades, torcemos os narizes nos desvios.
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Dilma é petista, pensou que sabia tudo, que as migalhas federais produziriam um exército de autômatos pedintes. Queria conquistar todo mundo com promessas e um País de faz de contas. O cordão de descontentes aumentou, engolfou as deficiências governamentais, expôs a incompetência, a corrução, a roubalheira, as mentiras, as contradições, uma pauta infindável. Tão cedo vai calar, não antes de resultados efetivos. Ou vai ficar como ferida que não sara esperando aquela noite insone pra incomodar.
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A liderança evangélica de maneira generalizada pensa que o jovem é bobo, analfabeto espiritual. Eles se informaram, estão conectados. A informação fluida contagiou o grupo, novos métodos de atração se impõem. Os professores de EBD arrancam os cabelos porque as perguntas tem cada vez mais um elevado senso crítico. Eles sabem que estão com a vantagem. As igrejas se isolam em exigências, por vezes, descabidas, eles dão de ombros e dissimulam. Enquanto esperam se atualizam. Os líderes continuam batendo na mesma tecla.
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Mas há adultos, afinal todos têm algo sobre o que reclamar. Demandas históricas estão sendo trazidas à tona. Aqueles patetas do Passe Livre cuja pauta única é o ônibus grátis estão perdidos. O que catalisa e eletrifica a multidão é muito mais que isso, são as necessidades que batem à porta todos os dias. Saneamento básico, serviços de qualidade, transparência, qualidade nos gastos, investimentos adequados. Copa ou hospital? é o dilema. Por trás o debate entre a funcionalidade e a opulência.
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Os adultos sabem desde sempre que um pedido de contenção quase sempre não combina com o orçamento elástico de algumas lideranças eclesiásticas. Contradizem-se recomendando prudência, gastando a não mais poder para sua satisfação pessoal. Cobradas, usam o surrado argumento da intocabilidade pastoral. As prioridades sobressaem: acomodação, conteúdo ministerial, investimento em igrejas confortáveis. Igreja adequada ou demonstração de poderio? É o eco da inquietação surda de nossos membros.
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Aonde vai acabar? Ninguém sabe. Pode ser que desapareça tão rápido quanto surgiu. Vai ficar na história como um tsunami social. Se houver interesse, pode ser que saia algo bom. Algo que moldará nosso futuro como nação. Pode ser que não dê em nada. Não passamos 500 e poucos anos assim, aos solavancos, tentando inventar um País? Não custa nada continuar a propor reformas convenientes.
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Uns líderes estão assanhados com os protestos, tentado fazer reengenharia social. Quem sabe sobra alguma coisa... Outros estão nas sombras. Nenhum deles quer mudança de verdade, cada um cultiva seu nicho. Por exemplo, as pessoas também estão de olho neste cipoal de denominações, o que fazer a respeito? Desde 1517 que valsamos a sabor do vento. Se ele mudar vai exigir muito mais equilíbrio.
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Quem viver, verá! Parei por aqui, de repente, deu um fastio de palavras... Minha revolução é de um homem só com dez leitores.