terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Uma reflexão aos pastores...

Hoje é Dia do Pastor. Eu sou evangelista com ação pastoral em três congregações. Gostaria de lhes dirigir a palavra, meus prezados amigos. Sei que poucos pastores lerão estas linhas. Dos que lerem a maioria vai ignorar. Não vejo problema. Já ignorei textos de outros... Diversas destas linhas já estavam esboçadas em minha mente. Faltava-lhes dar forma, ao menos virtual.

Dentre as várias abordagens possíveis, gostaria de falar de tempo e energia. É que nunca gastamos tanto de ambos em coisas tão longe dos interesses do Reino de Deus. Quanto tempo temos gastado na leitura na Palavra de Deus? Quanta energia temos empreendido para ler e compreender um livro massudo? Quanto temos nos esforçado para anunciar Jesus, longe dos holofotes, visitando pessoas em suas casas? Quanto tempo e energia temos gasto debatendo questões administrativas e eclesiásticas, cujo único fim é a elevação de nomes e denominações? Quanto tempo gasto com futrica e debates que não produzem efeito prático? Quanto tempo temos gasto lendo e assistindo TV, filmes, séries e até mesmo novelas que apenas nos esvaziam dos valores bíblicos?

As respostas a estas perguntas me preocupam. E vou dar ao menos uma justificativa. Nunca ouvi falar de alguém que adulterou gastando tempo em compor uma apostila para seus líderes ou preparando o sermão do culto dominical. Mas já ouvi de pessoas que estando em debates sobre poder, dinheiro, espaço, acabaram dando espaço a pecados vergonhosos. Afinal um abismo chama outro abismo. Sem contar que os mortos e feridos aumentam o montante do combate pessoal e particular, nada a ver com a verdadeira guerra contra o Inferno e o pecado.

Nestas horas lembro de Davi. Idealista, corajoso, destemido, estrategista. Mas tão acomodado e distante da guerra verdadeira, perdeu-se nos braços de Bate-Seba. Não consigo esquecer de um irmão numa das cidades do Recife. Queria ser consagrado ao ministério a qualquer custo. Vivia nas esquinas e ao término dos cultos debatendo o que era bom ou mau para a Igreja, o que o pastor fazia ou deixou de fazer. Terminou no suicídio!

Sei que não é o que gostariam de escutar. Assinto com grande tristeza, mas é assim que a vida ministerial funciona. Ouço de obreiros cansados, mas muito menos pelo trabalho propriamente dito do que pelas ânsias por poder e cargos. Lamentavelmente, nossa energia se dissipa sem que movamos um prego nos limites do reino de Deus.

E não é Ele quem ganha com tanto desperdício... Que Deus nos guarde.

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