terça-feira, 5 de agosto de 2014

Igrejas perdem o bonde da mídia de massa



Sou um profissional de informática desde 1991. Atuo com sistemas. Perdi a quantidade de anos que utilizo redes sociais. Desde os antigos fóruns em texto até blogs e Facebook. Por necessidade profissional ou aproveitando o espaço virtual para discutir ideias, passei pelo ICQ, IRCs, bate papo, e tudo o mais. Hoje utilizo o blog e mais ativamente o Facebook. Sempre encarei tais redes como espaços comunicativos oportunos. Claro, tudo isso é como uma faca. Pode ser usada tanto para fazer um bom bife, quanto para matar alguém. Diversas vezes tenho expressado minha preocupação com a ausência gritante das igrejas no ambiente virtual. Esta preocupação cresce à medida que leio as reportagens que indicam que a web é hoje a mídia mais consumida por todos e a tendência só aumenta. Só para constar, o investimento em publicidade na internet nos EUA já ultrapassou o da TV. É um processo irreversível.

Oops! Devagar com o andor. De fato, há muitas menções à igrejas, a maioria esmagadora de maneira negativa. Ou seja, estamos, mas não estamos. Entenderam? Meus interlocutores são variados, entre eles as opiniões divergem. Os classificaria assim:

1) Os que acham desnecessário. Muitos pastores, que efetivamente representam a Igreja da qual fazem parte, não têm tempo, recursos humanos ou não enxergam marcar presença no ambiente virtual como prioridade. Para estes tenho repassado a percepção de que estamos perdendo, principalmente, nossos jovens. Afeitos às novidades e com maior acesso do que antes estão em massa nas redes sociais. Na contramão, portanto, temos um brasileiro médio que gasta 3:39h navegando! Tenho dito e provado que se gasta muito mais com outras mídias, que não possuem retorno significativo. É o caso do rádio e da TV. Um programa de uma hora diária, numa emissora de TV pequena não sai por menos de R$ 20.000,00 mensais. Fora a quantia necessária para produzi-lo, equipes, filmadoras, horas de edição, produção e finalização. Com esse valor você paga um portal de razoável qualidade, a hospedagem por um ano e ainda a manutenção do mesmo. Num ano! E alcança muito mais pessoas do que aqueles ouvintes num mês, restritos ao alcance da emissora. Se levarmos em conta um programa em horário nobre, mais acessível a todos os telespectadores...  De bônus, na internet a informação está disponível a qualquer momento, em qualquer lugar do mundo.

2) Os erroneamente inseridos. São os que usufruem de maneira razoável das redes sociais, mas não institucionalmente. Conheço vários pastores que utilizam suas redes sociais para postar eventos da Igreja. Dos males o menor, porém, o correto seria separar as coisas. Alguns ministérios até possuem sites e portais, mas estão tão desatualizados que não atraem o navegante dos mares virtuais (não é diferente com muitas empresas). Melhor seria não terem. Numa certa igreja estávamos formatando um site e fazendo os testes. Alguns dos encarregados de prover conteúdo, que é a engrenagem principal da audiência de um site, faziam o seguinte: Coletavam os eventos da semana toda e inseriam de uma vez na segunda, em dez ou quinze posts. O visitante de uma página é fugaz, se inserirmos dez posts diferentes no mesmo momento ele não vai além do segundo ou terceiro. Do contrário, postando todos os dias, a possibilidade de acesso cresce exponencialmente. Assim, pensamos que estamos inseridos, mas é uma falsa impressão. Só isso, geramos poucos resultados de longo prazo.

Há milhões de ideias para uma igreja na web. Não gostaria de me alongar nelas. Minha preocupação é com a perda das oportunidades. O trem está correndo à nossa frente...

Leia aqui sobre o investimento de publicidade na internet x TV nos EUA e aqui a análise do acesso médio do brasileiro.

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