Leiamos Salmos 137:1-4:
1 Às margens dos rios de Babilônia, nos assentávamos chorando, lembrando-nos de Sião. 2 Nos salgueiros daquela terra, pendurávamos, então, as nossas harpas, 3 porque aqueles que nos tinham deportado pediam-nos um cântico. Nossos opressores exigiam de nós um hino de alegria: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. 4 Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estranha?Síndrome. sf (gr syndromé) 1 Conjunto de sintomas que se apresentam numa doença e que a caracterizam. 2 Grupo de coisas concorrentes. 3 Concorrência de condições e resultados; conjuntura: síndrome social, econômica, política.
Uma síndrome é alguma disfunção social manifestada de modo generalizado. A síndrome de Babel é uma disfunção na área do louvor e apresenta entre outras características:
1) Antropocentrismo
Baseado no homem, para a glória dele, para massagear seu ego. Hinos os mais diversos com a letra que prioriza a benção, a vitória, o esmagamento do inimigo, em detrimento da glória de Deus e da gratidão cristã. O que dizer, por exemplo, de trechos como:
Você é um escolhido
E a tua história não acaba aqui
Você pode estar chorando agora
Mas amanhã você irá sorrir.
Quem te viu passar na provaO problema do antropocentrismo não é apenas porque massageia o ego do ouvinte é porque coloca Deus em segundo plano (Salmos 29:9), nos tornando egoístas e auto-suficientes.
E não te ajudou
Quando ver você na benção
Vão se arrepender
Vai estar entre a platéia
E você no palco
Vai olhar e ver
Jesus brilhando em você
Quantos hinos não há que passam a impressão de que Deus teria obrigação de nos abençoar? Vejamos o seguinte trecho:
Lembra Senhor,Façamos uma ressalva aqui para determinados irmãos que acham que sacros mesmo são os hinos da Harpa. Da mesma maneira que Deus inspirou Frida Vingren e seu maravilhoso "Se Cristo comigo vai eu irei e não temerei", inspirou Marco Aurélio em "Para te adorar, para te exaltar".
Juraste o Teu amor
E nada pode mudar o que sentes por mim
Nem os meus pecados
2) Desconexão da Igreja
Não importa o tipo de culto, seu objetivo, sua liturgia. É o cantar por cantar, aproveitar a oportunidade. Lutero dizia que o hino é um sermão cantado, enquanto temos certo critério com as pregações (se bem que estão seguindo a mesma tendência), nada filtramos dos hinos.
Parte do problema é que os músicos e grupos por vezes não percebem que são indutores da adoração. São eles que levam a Igreja aos braços de Deus, para glorificar e exaltar o seu nome.
Quando apenas cumprimos nosso compromisso com o grupo não temos tal preocupação. Queremos apenas cumprir tabela, aparecer e como cometas cair num limbo distante do Universo do culto. Acabamos famosos como músicos e anulados como crentes.
Quem nunca viu músicos que se retiram após a execução do seu hino? Note o hino é dele ou do grupo dele! Quantas vezes os componentes de determinado grupo só vão aos trabalhos da Igreja quando o grupo forma? Ele não é parte da Igreja, mas sua Igreja é o grupo.
3) Ritualismo
Não transforma, não salga, não se diferencia. Existe a música como impressão e como expressão, como diz o prezado Pr. Marcelo Oliveira. A primeira impressiona os homens pela qualidade dos músicos, pela voz. É pura, desejável e idealisticamente técnica. Ela visa despertar apenas um sentimento e não comunicar uma mensagem. A segunda é aquela que expressa a glória de Deus, é aquela que dá toda honra, glória, poder, sabedoria, domínio a ELE - Rei dos Reis!
4) Profissionalismo e mercantilismo
Infelizmente, este é um debate maior que nossos templos. Quando havia humildade em nossas igrejas tudo era feito de maneira gratuita, pois o alvo maior era comunitário. Hoje temos pregadores analisando os argumentos de grandes mestres do marketing e cantores analisando os trejeitos dos grandes astros da música. O resultado é uma música plastificada e embalada para consumo, não tem sabor, não tem espiritualidade, só consome o escasso tempo do culto, quando não os suados dízimos e ofertas dos irmãos, em cachês absurdos.
Leia algo sobre os valores dos cachês aqui.
Um comentário:
Gostei muito deste texto. Achei muito interessante a abordagem da música comercial em nosso meio, pois muitos cantores só as fazem com intuito de vender mesmo, e com isso enfraquece cada vez mais a nossa adoração no templo.
A música ela é algo sublime, e que transmite sentimentos, emoções...por isso nunca devemos deixar que ela interrompa a nossa verdadeira a adoração. Desde já muito grato!
Postar um comentário