domingo, 27 de outubro de 2013

Olha aí...

Sem querer tripudiar em cima da desgraça alheia, olha aí o que digo desde sempre sobre mídia evangélica, gestão administrativa errada e etc. Ainda volto a este assunto. Deixa arrumar tempo.
Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do PaísRodrigo Cardoso
Notícia completa em: http://www.noticiascristas.com/2013/10/a-espera-de-um-milagre.html#ixzz2ixV2FI4E 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pregadores mal humorados!?


Converso aqui e ali com muita gente sobre muita coisa. Algumas dessas conversas dão conta de pregadores mal humorados em EBOs, congressos, conferências. As igrejas os recebem de braços abertos, a audiência presta atenção à prédica, seus livros e DVDs são vendidos, mas não tente contato pessoal, um aperto de mão ou um sorriso. O interlocutor é tratado de maneira ríspida e esquiva.

É complicado entender, até porque muitos deles falam 70% da palestra em motivação e relações humanas. Sem contar que estamos num culto...

Outro problema é a pretensa superioridade. O sabe com quem está falando às avessas... Quantos livros você já escreveu? É formado em teologia? Tem pós? Mestrado? Fez Divindade? Dia desses uma pessoa me relatava certos ares de um palestrante (até fraco como confirmei depois numa palestra vazia e estupefaciente) que somente porque dá palestras de uma grande editora pelo Brasil acha que o público nordestino é pobre e burro.

Mistério profundo... É stand up ou pregação?

Por fim e para coroar a babaquice, não tente uma entrevista. A sub-celebridade é ciosa de sua imagem. E nem pense em tirar uma foto ao seu lado. Você será repelido inexplicavelmente.

De uma vez por todas, prezados, aprendam com Jesus!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pais aos quais não interessa a salvação dos filhos


Ontem, tivemos a abertura das festividades
do DEJEADALPE. É um órgão que congrega todos os adolescentes de nossa Convenção. Ali eles cantam, testemunham e se desenvolvem. Estavam empolgados, pouquíssimos faltaram, cantaram novos hinos, etc. A comemoração se estenderá pela semana. Conheço quase todos pelo nome e também conheço quase todos os pais, mesmo daqueles que não são evangélicos. No que diz respeito aos pais evangélicos vários não vieram à Igreja. Parecem não se importar...

Longe de ser uma crítica localizada, tomo a oportunidade para expor um problema que assola as igrejas: pais e mães aos quais não interessa a salvação dos filhos, se vão bem na Igreja, se estão caminhando para o Céu. Não é um problema novo, mas tem se agravado nos últimos dias. É um eco da ausência moderna. A muitos pais evangélicos hoje não recorre a responsabilidade espiritual pela vida de seus filhos. Para eles basta dar comida e roupa ou um celular.

Somos quatro irmãos que foram assistidos por uma mãe competente e ciosa. A hora do culto era sagrada. A presença marcante. Até quando adulto fui tomar conta do primeiro trabalho com jovens ao qual dediquei alguns anos, minha mãe era uma das componentes mais assíduas. Não, eu não sou um menino paparicado e mimado. Mas minha mãe compreendia que eu necessitava de sua oração e apoio. E mesmo não sendo jovem fazia questão de chegar bem cedo ao culto que eu dirigia, semanalmente.
Tento seguir o mesmo caminho. Exatamente há um ano fui à Natal, distante da minha casa 400km. No retorno fui direito para a Igreja, era uma apresentação do grupo no qual minhas filhas cantam. Cheguei cansado e atrasado, mas fiz questão de estar presente.

Alguns pais querem filhos bem-sucedidos profissionalmente. Se esforçam pela melhor escola, pela melhor faculdade. Isso é importante. Mas, como pais crentes, devemos nos preocupar em ter filhos salvos. Não apenas crentes nominais. Em dar exemplo para eles na Igreja. Lembro de várias lições da minha mãe, entre as quais chegar cedo, só sair depois do final e não atrapalhar o culto me movimentando pra lá e pra cá. Participar e se envolver em algum órgão afeito à minha idade era de suma importância.

Converso com pastores, até mesmo de outras denominações, e a preocupação é recorrente. Enquanto os filhos veem à Igreja, os pais estão em casa, fazendo sabe-se lá o que! Não se interessam pelo que os filhos fazem na Igreja, até mesmo se estão realmente frequentando os cultos. Quando algo dá errado ainda pontuam: Criei meus filhos na Igreja. Como? De que forma? Com que exemplo? Presente? Participando?

Mais do que ver nossos filhos indo bem na vida, devemos nospreocupar se estão indo bem na Igreja.

sábado, 19 de outubro de 2013

Como é que é?

Trecho de Alto Preço, música da cantora Damares:

Eu to pagando, eu to pagando,
O preço pra morar no céu eu to pagando.
Eu vou lutando, eu vou chorando,
Cada detalhe o Senhor está somando.
Eu to pagando, eu to pagando,
O preço pra morar no céu eu to pagando.
Eu vou lutando, eu vou chorando,
A santidade tem um preço, eu to pagando. 




Eu que pensava que o preço já estava pago...

Música completa aqui

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Editorial da Ultimato resume minha homenagem aos professores

Ensinar e aprender (e vice-versa) 
Ensinar e aprender talvez sejam os verbos que mais dão concretude à fascinante história da vida. Se amar é a essência, o que aprendemos e ensinamos com este mandamento torna real a essência, lapida a matéria-prima. 
Nada é feito ou experimentado no vácuo. Tudo gera lições. E é por meio delas que a humanidade caminha, de geração em geração. Todos somos professores, todos somos alunos. 
Aos professores de formação, agradecemos pelo esforço de nos lembrar de tudo isso.

sábado, 12 de outubro de 2013

Outro daqueles temas chatos...

Há alguns anos venho ecoando uma preocupação com a mídia evangélica. Impressa, radiofônica, televisiva. Alguns dos meus dez leitores entendem esta preocupação, outros tratam como bairrismo. Não sou jornalista, editor, radialista. Não tenho jornal, nem editora. O que há errado? Vamos por partes.

Leio, hoje, no Blog do Clóvis Rossi, jornalista da Folha de São Paulo, um post interessante dando conta que o Financial Times decidiu apressar seus passos em direção à edição digital. Tempos atrás o jornal apostou suas fichas na versão on-line agora anuncia a demissão de 35 funcionários da editora convencional, enquanto contrata 10 para a edição digital. Os processos de produção jornalística estão sendo revistos. Não apenas a mídia como meio de levar a mensagem está mudando, como a capacidade de produzir informação relevante e de qualidade.

Os jornais costumam catalizar grandes mudanças. São precursores delas na TV, no rádio, na internet e nas editoras. Ou alguém tem dúvidas que o modo mais, digamos, atualizado de ler na web se assemelha ao papel, copiando um formato, um modo de encarar a notícia? Colunas? Fotos com legendas? A própria foto colorida como chamariz para uma matéria à moda CNN teve seu início no jornal. Uma fonte, a Times New Roman, que corre o mundo nasceu no prelo. Portanto, é bom ficar atento. Configura-se uma tendência!

Por outro lado, leio que o, auto-proclamado, apóstolo Valdomiro Santiago está choramingando por 21 milhões para pagar seu aluguel no Canal 21, da Bandeirantes. Ora, ora. O Clóvis Rossi deu um detalhe importante para compreender a mudança nas editorias. É uma fórmula, mais ou menos assim:

Assinantes + Propaganda = Faturamento

A mesma que sustenta toda a mídia! Então, não há milagre. Ou se tem audiência ou não há como a engrenagem se sustentar. Infelizmente, não há audiência evangélica que sustente uma emissora denominacional. O que sustenta a mídia evangélica hoje são dízimos e ofertas. É um modelo crítico a longo prazo. Tem funcionado até hoje - e Valdomiro pode estar blefando - mas, pensando economicamente, não terá vida longa. Não se enganem com os escândalos de desvios de verbas para compra de patrimônio, já vi esse filme muitas vezes no mundo empresarial. Olhando para as aquisições até se pensa que está tudo bem. Aliás, até com igrejas funciona assim. Quantas não estão superdimensionadas para sua, digamos, clientela? Parece um modo pragmático de enxergar as coisas e é. Mas não existe almoço grátis!

Programas de TV são caros, em rádios, idem. Ter uma editora para dar aos leitores um cheirinho saudosista de páginas amareladas não é barato. Especialmente, se a prioridade for para o modelo convencional. De onde sai o dinheiro para bancar o investimento? É justo contrário de ter uma igreja que cresça e cujos membros contribuam. Quem não lembra do paradigma Renascer? Nasceu, cresceu, ganhou a mídia, depois murchou e se tornou irrelevante.

Outro aspecto crítico, que já repisei várias vezes, é que o público está migrando em massa para a web. Aliás, já migrou. Agora trata-se de arrumar meios de atrair a audiência. Um mecânico decidiu publicar os vídeos do conserto dos carros de seus clientes. Resultado: dois milhões de acessos mensais, 112 mil assinantes, incremento no faturamento e no número de clientes e o Google, controlador do Youtube, ainda lhe paga US$ 2.800 pela divulgação!

As igrejas nunca foram muito boas em captar anúncios em seus programas. Anunciantes até existem, mas parecem preferir investir numa mídia que dê mais retorno. Nenhum programa televisivo se paga com anúncios, nem mesmo o de Silas Malafaia, é preciso sempre recorrer à velha tática das ofertas. Parece oportunismo mas a saída seriam os portais, mas poucas igrejas possuem um à altura do nome. É um investimento pequeno, mas precisa de conteúdo e atualização constante para atrair audiência. Com tantas igrejas na web , produzindo vídeos, por exemplo, o Google não quer pagar a nenhuma por sua audiência!?

Por último, a coisa se complica num quesito essencial: velocidade da informação x preço. Esta semana um call center da IstoÉ me liga oferecendo a assinatura da revista. Retruquei que não queria. Primeiro, era mais caro do que manter a banda larga. Segundo, a informação que chega na revista estava atrasada em cinco dias. A não ser pelas colunas assinadas e uma ou outra reportagem, a notícia já estava velha. Se levarmos em conta a portabilidade e a acessibilidade de um livro digital ou da edição impressa de uma revista...

A velocidade da informação traz também um adensamento de opiniões e o espaço para elas. Tomemos o exemplo de nossa amada EBD. Amanhã, quando o aluno chegar em sala, ele já deve ter visitado uns dez sites sobre a lição. Pessoas que não teriam nenhum espaço numa editora denominacional dão sua opinião num blog ou home page. Pior (ou melhor!), com muito mais qualidade e profundidade que alguns comentaristas. Quase a custo zero! O engessado mundo das editoras evangélicas com seu já institucionalizado QI (quem indica?) está perdendo espaço para a criatividade e a dinâmica que, feliz ou infelizmente, o papel não pode reproduzir. E quando o faz o custo se impõe!

Blog do Clóvis Rossi aqui. Notícia sobre o apóstolo Valdomiro, aqui. Leia a notícia do mecânico aqui.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Decálogo do teólogo moderno


1) Dê ênfase à filosofia. Esqueça os chatos livros de teologia sistemática. Afinal, você já sabe tudo aquilo, não é? Por exemplo: O homem é eterno? Quais são os atributos incomunicáveis de Deus? Opte por leituras descoladas. Ao invés de Agostinho, Sócrates. Prefira Platão a Karl Bart.

2) Integre-se aos círculos progressistas engajados de sua cidade. Filie-se a um partido de esquerda. Funde uma ONG. Preocupe-se com as grandes demandas sociais. Torça o nariz para as instituições pró-vida. Alie-se ao ecumenismo. Desenvolva posições liberais. Liberte sua mente!

3) Ignore a homilética e a hermenêutica. Cole nas provas de línguas bíblicas. Pra que exegese?

4) Especialize-se no estudo das proposições calvinistas x arminianas. Leia as obras de Calvino, Jacobus Arminius, Karl Bart, Sproul, Tillich, C. S. Lewis, Louis Berkhof, Kierkegaard, Hodge, Finey, Jonathan Edwards, WhiteField, Stanley Jones, Spurgeon. Seja capaz de recitar pensamentos inteiros dos grandes mestres da teologia.

5) Ignore a ação do Espírito Santo. Mude de calçada ao encontrar alguém que creia no batismo no Espírito Santo. Igrejas pentecostais? Nem em sonho.

6) Não participe de grupos leigos em sua Igreja. Tenha ojeriza à evangelização. Não cultive uma vida de oração, muito menos jejue. Não se preocupe com plantação de igrejas ou projetos missionários. Passe ao largo de pregadores idealistas e visionários.

7) Suspenda o dízimo. Você sabe, era algo para o Velho Testamento. Ofertas, somente quando sobrar. Não contribua com missões mundiais.

8) Fuja dos cultos. Estão todos fora do padrão litúrgico do Novo Testamento. Cultue em casa ou forme seu próprio grupo. Se a coisa der certo, funde sua própria Igreja. Aí você vai poder implementar tudo aquilo no que sempre acreditou.

9) Não perca tempo com devocionais. Biografias? Arghh!

10) Não leia a Bíblia! Somente uns versículos aqui e ali. Dá um tédio...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Não era por nada!?


As manifestações estão aí. Por R$ 0,20, R$ 0,30, R$ 0,50, os números diferem. Fato é que as pessoas comuns não aguentam mais a política e os políticos. Todos eles. Se por um lado isso é bom porque traz a reflexão e a contestação de modelos ultrapassados de Governo, por outro lado, traduz nossa crônica dificuldade de crescer como Nação, olhando e resolvendo nossos problemas, superando nossas deficiências estruturais. Convivemos com este modelo desde 1500. O Brasil, na verdade, não foi o destino de pessoas como Nação, chegaram aqui por acaso, de olho nas riquezas que os espanhóis já haviam descoberto no restante do continente. Há inúmeras teorias a respeito... Dia desses li ou ouvi que Datena foi visitar Portugal e a funcionária na alfândega foi muito ríspida, dizendo algo como: Bando de pobres, vem visitar nosso País... Ele retrucou: Devolvam-nos o ouro que trouxeram para cá e seremos tão ricos como vocês. Mal sabiam, ele e a atendente, as voltas que o mundo dá, com uma União Européia afundada em dívidas, Portugal está a depender do turismo dos pobres que surrupiou.

Como este blog costuma fazer ganchos entre a realidade mundana e a Igreja, seria o caso de perguntar: Aonde estão os planos da CGADB para a denominação que ela representa? As eleições passaram, eu esperei um bom tempo para fazer esta pergunta, mas, e daí? Nada aconteceu desde então. Cento e cinquenta dias se passaram e não ouvi (posso estar enganado) de nenhum projeto para a evangelização, para ação social, para preparo de obreiros, nada. Tudo na mesma. As cidades clamando por socorro e pouco a Igreja pode fazer a respeito. A Copa das Confederações passou e não ouvi de nenhum projeto de envergadura para atingir os inúmeros estrangeiros que nos visitaram. A Copa vem aí. Quantos jovens estão sendo capacitados na língua inglesa para fazer frente ao desafio?

Diversos fatos me trazem a este assunto. Sou um observador perspicaz. Encontrei, por exemplo, Nina*, cujo Deus é a academia de ginástica. Gasta seu suado salário em suplementos, busca saúde e superação. O que temos de dizer a ela? Digam, vocês, meus dez leitores. Já Jonas* está preocupado em engajar-se numa organização social que lhe permita ajudar a quem precisa. No momento, está reunindo doações para implementar algo sustentável no Sertão nordestino. Sertão este, diga-se, esquecido pela UMADENE e pela CGADB. Algumas pessoas não gostam quando faço esse tipo de questionamento e eu gostaria de dizer que miro a organização, não as pessoas que fazem parte dela. A questão é que há inúmeras pessoas neste exato momento que precisam de uma direção!

É hora de esquecer as eleições, os cargos já estão definidos, agora só no próximo pleito. Mas as ruas, que estão protestando contra a inação política (não a partidária) de nossa Nação, de um modo oblíquo, estão apontando suas baterias para nós. Como Igreja não podemos nos omitir ao clamor de nosso povo. Se não podemos - nem devemos! - governar, temos um evangelho para anunciar a todo homem em todo o tempo. Aonde estão as reuniões com presidentes estaduais para uma nova Década da Colheita? Deem o nome que quiser, a questão não é a sigla, mas a ação! O que tem sido feito, de prático, para colar os pedaços de nossas Convenções em todo o País? De que maneira nossa Convenção Geral tem procurado unir nossas igrejas? Aonde estão os mutirões de oração e jejum? Que passos tem sido dados em direção à uma governança corporativa exemplar? Quando a gestão financeira será transparente, para que não fiquemos ao sabor de rumores aqui e acolá, que nivelam todos por baixo? São perguntas para as quais não temos respostas.

As poucas iniciativas são oriundas do empreendimento particular. Se alguns visionários fossem depender de planejamento estratégico estariam dando voltas ao redor de sua cadeira, prostrados diante da ação maligna do Diabo, ceifando vidas e tirando a paz das famílias. Este é um mês excelente para pensarmos no assunto, pois comemoramos a Reforma Protestante. Comemoramos? Não! Um ou outro mais açodado cria um evento alusivo ao assunto. No mais das vezes passa em branco. A pretensão de ser a Igreja da história atrapalha nossa própria visão do que é histórico.

E aí? Vamos esperar por protestos entre nossos membros, para fazer algo a respeito? Respondam-me vocês!

*nomes fictícios

domingo, 6 de outubro de 2013

Não é que eu acertei sem querer...


Dia desses o governador Eduardo Campos afirmou que não pensava nas eleições, somente em 2014. Era uma síntese da esperteza característica dos grandes caciques. Como Lula, ele só pensa nas disputas. A afirmação é um despiste.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Incríveis semelhanças

A evangélica Marina Silva teve o registro de seu partido Rede indeferido pelo TSE. Longe de ser uma conspirata contra a candidata, o problema se restringiu à dificuldade de conseguir apoiadores. Um partido, para ser registrado, precisa de pelo menos 492.000, que correspondem a 0,5% do eleitorado, o de Marina tinha só 442.524 apoios certificados. Em outras palavras, não basta ser influente ou importante, tem que demonstrar, na prática, se tem cacife para ser partido ou é apenas uma rede de pessoas com boas intenções. Entendem...

Além da briga política há outra faceta importante para nossa análise. Em suas palavras, depois da derrota disse Marina (grifos meus):
Já somos partido político sim. Se agora não temos o registro legal, temos o registro moral perante a sociedade brasileira. Eu não posso estar decepcionada se o que há de mais importante nós obtivemos nesta corte, a declaração de todos os ministros desse tribunal de que temos os requisitos mais importantes para sermos um partido político.Disseram que temos um programa, representação social e ética (…)
A graça é que ela queria burlar a Lei, dando o famoso jeitinho brasileiro, e ainda por cima não se contentou com o resultado. Não é demais lembrar que o lema do partido a ser fundado é romper com a política tradicional. Hoje o mote de 11 em cada 10 deles. Nenhum até agora conseguiu fazer nada novo. É sempre mais do mesmo. Coincidentemente, ontem, o PSB levou ao ar em seu horário político a mesma promessa: fazer diferente, para mais pessoas, com melhor gestão, para os mais pobres, com isso e aquilo. Quem mora em Pernambuco e pensa criticamente sabe que é uma meia verdade.

Do ponto de vista evangélico, as desculpas de Marina tratam de culpar os outros. Um recurso bem presente na vida dos pecadores da Bíblia e da história. Não colou! Reinaldo Azevedo já tinha cantando a seguinte bola: De resto, vamos convir: não era para Marina estar a depender da validação de 52 mil assinaturas*. Se a Rede é mesmo essa potência, haveria lá um milhão delas. Se metade fosse desqualificada, a outra metade ainda daria ao partido uma folga. Mas cadê?

* Não sei de onde ele tirou o número. A diferença entre 492.000 e 442.524 não é esta.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Qualquer semelhança...

...não é mera coincidência. O que dizer da turma gospel (e não tão gospel assim) de querer se parecer cada vez mais com o mundo? Somente para ser mais do mesmo? Grifos meus

3/10/2013
 às 5:14

Papa Francisco precisa tomar cuidado para não ser o Gorbachev da Igreja e para não competir com a imaginação de Dan Brown

O nome é Jorge Mario Bergoglio, conhecido como papa Francisco desde 13 de março de 2013, mas podem começar a chamá-lo de Mikhail Gorbachev… É uma ironia? Claro que é. Alguns entenderam de primeira. Outros terão de refletir um pouco. Um liderava uma construção humana, de vocação maligna. O outro comanda o que os crentes consideram uma construção divina, de vocação benigna. O meu gracejo, por óbvio, não nasce da diferença, mas do risco da semelhança.
Repararam, leitores? Há muito tempo um papa não chamava tanto a atenção da imprensa mundial e não recebia tantos elogios, muito especialmente daqueles, vejam que curioso!, que odeiam a Igreja Católica — e, de maneira mais genérica, o cristianismo. “Se até o papa está dizendo que a Igreja é essa porcaria, então deve ser mesmo verdade; eu sempre soube!”
Ai daquele que alimentar a vaidade de despertar a simpatia de quem o detesta!
Não gosto, e já deixei isso claro aqui, dos primeiros passos de Francisco. Fazer o quê? Chega a hora em que é preciso discordar até do papa. Então que seja. Considerei, e não mudei de ideia, um tanto atrapalhada a sua entrevista à revista jesuíta La Civiltà Cattolica. Ainda que não tenha dito a barbaridade que lhe atribuíram sobre o aborto (escrevi um post sobre a mentira), a fala não foi clara o bastante. Do pastor máximo da Igreja Católica, espera-se, como queria Paulo, que flauta soe como flauta, e cítara, como cítara.
Ao jornal “La Repubblica”, chamou a Igreja de “introspectiva e vaticanocêntrica”, além de classificar a Cúria romana de “lepra do papado”. Nesta quarta, em audiência da Praça São Pedro, lembrou o óbvio, mas num contexto, a esta altura, já contaminado pela tentação do falastrão: “Somos uma igreja de pecadores, e nós, pecadores, somos chamados para nos renovar, santificar por Deus”. E criticou: “Existiu na história a tentação daqueles que afirmavam que a Igreja é apenas dos puros, daqueles que são totalmente crentes, e os outros são afastados. [A Igreja] não é a casa de poucos, mas de todos”.
Por certo é a “casa de todos”, mas de todos que estejam dispostos a aceitar os fundamentos que fazem da Igreja a Igreja. Afinal, o que é realmente de todo mundo é a República, não é isso? É o Estado democrático. E, ainda assim, que cabe notar: é de todos até mesmo para punir aqueles que violam as suas regras.
Continua aqui.