sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O triste cenário assembleiano

Este post talvez seja o último deste ano. Meu tempo anda escasso. Se não está a fim de ler algo longo, desista. Antes vamos a algumas premissas. Eu não sou pessimista. Quem me conhece sabe que sou um otimista de carteirinha. Ver Deus em tudo que existe e acontece jamais me deixaria neste estado de espírito. Também tenho poucas aspirações eclesiásticas, a fama nunca me perseguiu. Não sei cantar, tenho uma voz de taquara rachada. Minha garganta não aguenta tonitruar como os ditos grandes pregadores assembleianos. Minha memória me trai nos versículos mais banais. Paulo ainda era um aborto, eu sou um projeto de filho... Porém, minha mente é arguta. Minha crítica propositiva, por mais que alguns de vocês, dez leitores, não entendam.

Saindo da modéstia, alguns ingredientes me levam a traçar estas linhas. Os posts do blog, a história assembleiana contada pelo Mário Sérgio, a teologia pentecostal do Gutierres, as teses do Gedeon Alencar, as conversas pessoais com alguns líderes brasileiros, alguns dos últimos escândalos, as últimas notícias sobre a AGO, pasmem!, até o perfume com cheiro de Cristo da Sônia Hernandes. É um caldo grosso e entornado.

Toda igreja tende à institucionalização. É um caminho sem retorno. Uns são bem sucedidos, outros não. A seleção natural das instituições não perdoa as barbeiragens. Esta é a razão porque há tão poucas centenárias. Não é porque a história é curta. Estamos por aqui há milênios. A Reforma foi ontem e já tem 495 anos. Via de regra, as igrejas começam de maneira humilde. Poucos irmãos, um grande sonho, muito propósito, recursos escassos. Até que muitas atas, estatutos e decisões depois se sobrepõem e enevoam o panorama. Não foi diferente conosco. À medida que tangenciamos o primeiro centenário afloraram todas as mazelas. Falando sobre o PT, certa vez, Caio Fábio disse que o partido passou 20 anos discutindo ética em assembleias. Quando saiu às ruas e alcançou o poder, se prostituiu. Algo semelhante aconteceu com a AD brasileira. Enquanto crescíamos não conseguimos depurar nossos problemas.

De expulsos de um porão da Igreja Batista, em Belém do Pará, assombramos os estudiosos em todo o mundo. Se a AD fosse um Estado, e o País fosse uma religião, seríamos o segundo maior do Brasil. A pujança, o fervor missionário, suplantou a igreja mãe sueca. Conta-nos o Gedeon que Gunnar Vingren, o magrinho, era pouco afeito à convenções e coisas afins. Preferia o trabalho duro diário. Em 1930 veio o golpe. Talvez não seja o termo mais adequado, mas a tomada de controle pelos líderes nordestinos tinha ares de guerra surda, tramada e travada em braile. Tateando cada ponto os pioneiros sentiram o cheiro de queimado. E recuaram. Cantam as loas de um acordo tácito, mas não foi bem assim. Como os historiadores independentes já demonstraram muito bem, não havia alternativas. O resto, ou parte dele, está nos livros das histórias assembleianas. Há vários, inclusive, cada Convenção tem um para chamar de seu, omitindo ou evidenciando o que lhe interessa. A Geral tem vários e a cada dia se lança algo novo no assunto. Alguém lembrou de um detalhe? Lança um livro!

Nesta hora de análise sobra orgulho e vergonha. Orgulho do patrimônio espiritual que foi construído à custa de suor e lágrimas de homens e mulheres Brasil afora. Hoje mesmo li a história da diaconisa Élida, uma grande mulher relegada ao esquecimento por puro diletantismo organizacional. É assim quando nosso establishment quer apagar a biografia de alguém... Creio que na eternidade o trabalho de inúmeros anônimos se sobreporá ao de muitos grandes luminares. E há a vergonha. Os inúmeros ministérios e convenções. A falta de coesão doutrinária, a ausência de comando único e o prenúncio da derrocada. Não precisava ser assim. Pensar que há inúmeros ministérios nos quais suas lideranças vivem como nababos enquanto sugam dízimos e ofertas de pobres irmãos deveria nos causar asco. Mas qual? Tome-se, por exemplo, o mercado dos congressos e eventos. Pregadores caros, agendas cheias, obviedades, salamaleques, excentricidades, saldo espiritual próximo do zero! Mas as programações já estão a pleno vapor para 2013.

A próxima AGO em Brasília/DF se realizará sob os auspícios de várias mentiras e disparates. Tempos atrás ouvi dizer que a última eleição, também seria a última na qual o Pr. José Wellington seria candidato. Agora mudou de opinião. O Pr. Samuel Câmara, velho conhecido dos posts do blog, só pensa em ganhar a eleição, isto desde há muitos anos. Estamos debaixo de uma polarização absurda. Nas palavras do Pr. Jesiel Padilha faltariam homens com estatura para fazer frente ao Pr. Samuel Câmara. Só pode ser achincalhe! Pensar que o Brasil tenha 20 ou 25 milhões de assembleianos e não haja senão dois contendores!? A precariedade do atual estatuto, por outro lado, inibe o lançamento de candidaturas alternativas. Quem teria 10 ou 15 milhões de reais para bancar uma candidatura deste porte?

Há mais de vinte anos que o Pr. José Wellington detém o poder nas ADs. Ou melhor detém o título, porque não tem poder nenhum de interferir nas Convenções, a não ser naquela que preside. Elas são feudos impenetráveis, encobertas pelo manto da vitaliciedade. Que seria um mal menor não houvesse o nepotismo e uma salada de pendores. Do enriquecimento ilícito de alguns pastores à briga e desunião nos Estados, do apoio político ilegal às práticas mais descabidas possíveis como o personalismo. Aliás, como ele não interfere, praticamente a maioria dos presidentes o ama e vota em sua reeleição! É mais ou menos como a coalizão que governa o Brasil. Desde que Dilma não meta o bico nos Estados ou nos nacos dos partidos... Na conta entram descontrole, favorecimento, leniência, omissão, corrupção, adiamento de soluções com todos seus efeitos nefastos conhecidos.

Porém, pensando como igreja o que de novo houve em 2012 e que o se pode esperar para 2013? Vamos por partes que o trem é lento. Já reclamei aqui que precisamos nos mexer no item que mais nos é caro. Não nos notabilizamos por produção intelectual, pelo ineditismo dos hinos, pela qualidade arquitetônica (embora hajam exemplos notáveis), a parcela mais vultosa de nosso capital intelectual vem da evangelização. Houve, é verdade a Década da Colheita, mas isso foi há vinte anos. Minhas filhas nunca ouviram falar no assunto!? O que há de plano evangelístico nacional hoje? Praticamente, nada. A não ser as louváveis iniciativas isoladas das Convenções estaduais, a CGADB não move uma palha. Citamos o caso aqui da UMADENE, que deveria fazer frente ao desafio das 182 cidades do sertão nordestino com menos de 1% de evangélicos, mas suas receitas estão ocupadas pelas prebendas. São, igualmente, omissas. Para 2013 esperaria uma chuva de esperança no sertão nordestino. Há inúmeros pastores orando por isso.

Nos próximos quatro meses só se fala de eleição. Não há espaço para a agenda do Reino, somente os projetos pessoais terão relevância. Se o Pr. Samuel Câmara ganhar, promove uma caça às bruxas e planeja como implantar as inovações. Se o Pr. José Wellington for o vencedor, vai ficar tudo na mesma. Em ambos os desfechos corremos o risco de uma nova Madureira. A famosa história da cruz e a espada. É muito triste chegar aos cem anos curvados a tais idiossincrasias. E pensar que o comando foi dos suecos aos brasileiros pensando em dinamismo!? Abraão de Almeida lançou um livro sobre lições da história que não devemos esquecer, mas nossa AD anda esquecendo muitas passagens dele. Nos EUA a AD está às voltas com a diminuição de membros, na Europa beira à calamidade. Enquanto debatemos a quadratura do círculo.

Sinto-me exausto. Tudo aquilo contra o que falamos aqui no blog permanece acontecendo. E da minha janela imaginária o cenário enuviado prenuncia dificuldades. Em qualquer das hipóteses, 2013, ao menos no plano nacional, será um ano sem planos, sem projetos, sem nenhum movimento de nível estratégico. E isto é muito ruim em termos do Evangelho. Ainda bem que Deus tem planos, sim, para o próximo ano. E os que não se curvam hão de esforçar mais uma vez e buscarão se inserir nele.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

What's happening with Christmas in church?

A tradução livre é o que está acontecendo com o Natal na Igreja?, vocês sabem. São várias as impressões que me levam a este breve texto. Primeiro, o desinteresse de vir à igreja. Conversei com vários dirigentes de congregação que associam-se comigo à preocupação crescente com o esvaziamento dos templos. Até pensei que era só eu. Na principal congregação que auxilio a data (24/12) coincidiu com a Ceia do Senhor, então, a assistência foi bem melhor.

Muitos ausentes:
1) Por não terem comprado uma roupa nova. A festa era de Jesus, mas quem está aí pra isso, não é?
2) Por terem agendado outro compromisso. Ceia, passeio, diversão, restaurante, pizzaria. Uma infinidade...
3) Por não quererem ir mesmo. É um grupo crescente. Alguns se sentem justificados por não haver uma programação puramente natalina. Mas também não contribuem para isso. É a teoria da parede em ação.

A palavra da hora (ou do dia) é cantata. Sem cantata não tem Natal, dizem. Não houve propriamente uma cantata aqui, mas foi muito bonito o culto. Como foi maravilhosa a cantata de Natal promovida pela COMADALPE, no dia 25/12, baseada nos hinos da Harpa Cristã. Aliás, bastante concorrida. No mais pouco falaram no nascimento de Cristo e o restante da hinologia não ajuda. O que a sanfona de Alice Maciel tem a ver com o Natal? Deixa pra lá, que eu já estou com a pecha de crítico... No geral, não podemos falar nada do Baile do Menino Deus, uma mistura de forró, teatro, encenação popular, bumba meu boi e Natal!?

É um sintoma de nossos tempos. Havia até alguns vasos ao meu redor. Enquanto Alice tocava, gritavam e gesticulavam. Durante a cantata dos hinos da Harpa, com coro e orquestra, apatia. Jesus tem que nascer de novo?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Por ser um peregrino...

Não por ser da denominação A ou da B, da Convenção A ou da B, filiado à associação A ou B, mas por ser um peregrino...

sábado, 22 de dezembro de 2012

Natal!


Como o mundo não acabou, vamos falar do Natal? Não, não é daquela festa de luzes e cores, coreografias ensaiadas, presentes, nada disso. Vamos falar do nascimento de Jesus. Um acontecimento singular, que ocorreu na Judeia. Um dos mais vívidos relatos que já li está no comentário Al Nuevo Testamiento de William Barclay, editora CLIE. Ele diz que:

1) Jesus nasceu numa manjedoura. Era um lugar fora do convívio familiar, aonde se guardavam os animais. O único que acorreu aos hóspedes deslocados. Jesus fora do coração dos homens, não lhes parece tão familiar com os Natais estilizados de nossos dias. Ainda hoje Jesus procura lugar no coração dos homens!

2) Quando um menino nascia era sinal de festa. Todos sabiam, o pai saía às ruas para festejar. Quando era menina, os pais ficavam tristes trancados em suas casas. Tristes dias obliterados pelo modo machista de enxergar a vida. Meninos ou meninas, são todos bem vindos! Aí nasceu um menino, mas José não podia festejar entre pessoas, razoavelmente,estranhas. Então Deus enviou seu coral de anjos para festejar com ele! Não era uma concessão ao status quo, apenas a comemoração da encarnação do Filho de Deus!

3) Os pastores eram tidos como religiosos de segunda categoria, porque ao invés de estarem no templo, estavam com suas ovelhas. Não podiam cumprir todos os detalhes da Lei cerimonial. Mas, quando o sacerdote precisava fazer um sacrifício tinha de escolher um animal sem defeitos. Quem os conhecia desde seu nascimento? Eles! Estes, em especial, estavam perto de Belém, portanto, perto dos locais de cerimônia, provavelmente, cuidando dos rebanhos do templo. Então, foram eles os primeiro a verem o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Uma última nota vai para o irmão ou irmã que não irá participar do Natal em sua igreja porque não comprou uma roupa nova. É triste constatar este costume entre nós. O mais importante do Natal é que Cristo tenha nascido entre nós. Isto nos basta. Celebremos!

Aproveitamos para agradecer aos nossos dez fiéis leitores. Nos visitem sempre, a casa é nossa!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O saco de gatos de Rob Bell


A entrevista dada à VEJA duas semanas atrás já é conhecida de vocês, meus dez leitores. Prometi a mim mesmo dizer algo a respeito, já que vocês não precisam ler aqui sobre isto. Rob Bell é um personagem da cena evangélica americana, pastor, escritor, famoso, carismático, enche uma igreja com oito mil pessoas, aos domingos. É o queridinho da igreja light. Não fala sobre Céu e Inferno em seus cultos, não ao menos na perspectiva mais comum entre nós. Acredita no universalismo, doutrina na qual ao final todos se salvam. Apóia o casamento homossexual e vende livros como água.

O que há errado com ele? Comecemos pelo fim. Indagado sobre o universalismo mostrou-se inquieto com um Deus que condena. Segundo ele, Jesus pregou um Deus de amor. Seria difícil imaginar um lugar de sofrimento eterno, especialmente se criado por Deus. O repórter fazendo o papel de burra de Balaão, atirou: E quem não quiser ir? Não parece errado que alguém deva ser salvo por um Deus no qual não crê? E se alguém não quisesse ir para o Paraíso? Deus salvaria Hitler? Rob é moderno, mas não bobo, saiu pela tangente.

Além de um caso clássico para a apologia (deixo a tarefa para eles, os apologetas, eu sou um vendedor de cocadas...), não passou despercebido um certo nível decantado de outras investidas e invencionices desta natureza. Houve outros Bells ao longo da história evangélica mundial, mas hoje esta cristalizada uma certa tendência. Com a sucessão de teóricos deste esquema nefasto alguns passaram a acreditar nele. Este, aliás, é um dos pontos nos quais tenho me aplicado há algum tempo. Não é difícil perceber o desencanto com o dogma. Não aquele conjunto infundado de normas da Igreja Católica, mas tudo aquilo que representa hierarquia, ordem, organização e recato. A igreja self-service se consolidou, embora o próprio Rob tenha reconhecido que não são clientes os membros. Esses teóricos são assim mesmo, ortodoxos segundo sua conveniência.

Não sou saudosista, mas já cultuei em cima de um banco que nem aonde encostar tinha. Hoje as pessoas exigem climatização, cadeiras acolchoadas  estacionamento com diáconos como seguranças. Do contrário ameaçam dizimar em outros redis, ou nem dizimar!? Acreditem, o dízimo virou uma arma! Mas o ponto crítico ainda não é esse. É a palavra e a autoridade pastoral que está sendo cada vez mais criticada. As advertências estão sendo encaradas como invencionice. A seu modo Rob toca nesse ponto. Prega uma igreja flexível, aonde os pontos de vista particulares tenham peso de doutrina, apenas se partindo do público para o púlpito. Eu tinha aprendido que o fogo sai do altar, mas agora o contrário acontece. A submissão se tornou pecado. O questionamento, obrigação. Não é desejável a robotização da plateia, mas o exagero a cada dia fica mais evidente. Rob afirma que a liderança não entende os anseios da plateia. Nunca os pastores estarão a par destas demandas. É por isso que dependemos cada vez mais de Deus, para enxergar os contornos de uma decisão menos aceita, de uma crítica fora de contexto, das implicações, enfim, do dia-a-dia eclesiástico e, sobretudo, de distinguir o supérfluo do necessário.

Rob Bell defende o engajamento social à moda do MEP de Robinson Canvalcanti e de Ariovaldo Ramos. Segundo ele, nossa missão principal não é chegar no Céu, mas trabalhar para fazer do mundo um lugar melhor. Aprendemos com Jesus que um mundo melhor começa não com nossas atitudes, mas como nosso arrependimento. O mais é consequência. É um evangelho para deixar-nos em paz com as demandas de nosso tempo. Nesse contexto o pecado não é o mal a ser vencido e contra o qual a igreja se insurge. Mas é um conceito moldado a partir da crença de cada um. Se você não acredita que algo é pecado... Além de nossa bondade neutralizar seus eventuais efeitos colaterais. É um conceito charmoso para as pessoas de bem. Por isso o pecado não encontra espaço em suas pregações. O Céu não é o destino de sua mensagem. É uma reencarnação em vida. Ainda bem que Cristo veio para os perdidos!

Não ficaria surpreso se Rob atacasse o evangelismo pessoal (quem quiser vem à Igreja, como pregam alguns calvinistas), a santidade como prerrogativa para ver a Deus e a própria Igreja como entidade fundada por Cristo. Em maior ou menor grau esse sumo decantado dos livros de auto-ajuda disfarçado de moderno (ou pós, segundo o discurso) se disseminou bem mais do que possamos imaginar. Alie-se a isto o comodismo típico de nossos dias e teremos um caldo fervente prestes a redefinir o mundo eclesiástico. Rob não faria muito estrago sozinho, senão aos seus. O problema é que uma mentira dita tantas vezes passou a ser acreditada. E defendida academicamente. Ganhou a mídia, os festivais evangélicos, os blogs liberais, o culto e as denominações. Bem mais do que somos capazes de perceber.

Eu conheço o final desse filme. Como disse um dos críticos da entrevista, na revista na semana seguinte: O discurso de Rob parece mais com goma de mascar. Quando o açúcar for embora e só restar a borracha...

domingo, 9 de dezembro de 2012

Maiorias


Silas contesta quem não gosta de promessas

Ontem, o Pr. Silas Malafaia criticou os que não vêem com bons olhos o Festival Promessas da Rede Globo. Para ele a promoção do festival é reflexo do crescimento evangélico, que em breve seremos maioria e outras bobagens. Concordo com o Pr. Silas Malafaia em várias ocasiões. Mas agora não. Todo interesse que move a TV é financeiro. Os cantores estão lá para que a exposição se reverta em vendas maiores ainda para suas produções. A emissora tem em seu cast, através da Som Livre, alguns evangélicos. Não há nenhum interesse em propagar a fé evangélica. Tudo gira em torno de faturamento. O sonho da Globo é que não haja culto dominical, que fiquemos diante da telinha, assistindo ao Fantástico. Ora isso não é novidade, não é mesmo?

Coincidentemente, ontem, tivemos uma excelente reunião ministerial aqui na COMADALPE. Um dos assuntos abordados foi uma manchete do Mensageiro da Paz, falando sobre reportagem que registra o declínio da maioria evangélica nos EUA (Ainda volto a este tema quando tiver mais tempo). Apesar da óbvia crise americana, é bom relembrar que essa maioria nunca se reverteu positivamente. A minoria séria evangélica daquele País é que tem impactado de maneira positiva a literatura, a teologia e a música evangélica no mundo. No mais é um Festival Promessas a cada dia. Muito barulho por nada. Igrejas-estádios lotadas por crentes que não se diferem em nada do mundo. Assisto aos shows evangélicos americanos com suas coreografias importadas de Madona, Beyoncé, Lady Gaga e lamento que tudo gire em torno do choque visual e de dinheiro, muito dinheiro. Cristo anda longe destes festivais. A depender deles os EUA são a Europa de ontem. E o Brasil é o EUA de hoje!

Dia da Bíblia esquecido

A maioria evangélica quer Bíblias nas praças. Em Olinda/PE tem uma Praça da Bíblia. As lideranças desejaram e ganharam uma lei declarando o segundo domingo o Dia da Bíblia, promulgada por Fernando Henrique Cardoso, em 2001. Porém, aonde estão as comemorações do Dia da Bíblia? É a mesma coisa com o Dia do Evangélico, que já existe em algumas cidades brasileiras, no dia 31 de outubro. E que muitos querem para todas as outras. Ora, ora, as igrejas esqueceram o Dia da Reforma!? E assim vão as maiorias fazendo alarde sem essência.

Aqui nas congregações que auxiliamos, propusemos uma iniciativa barata e simples: lermos a Bíblia em um ano. Não é aquela pirotecnia do Promessas, não chama muito a atenção, mas surte um efeito de longo prazo. Eu já li duas vezes a Bíblia toda, mas estou relendo para enfatizar a importância do livro. Para ajudar baixamos um dos planos de leitura da SBB, ali quase graça (o preço da cópia). Bem simples.

Maioria sobe o Morro

Oitocentas mil pessoas voltearam o Morro da Conceição em Recife/PE. A santa é a padroeira da cidade. Maioria que expressa uma fé desfocada. Além da festa o JC OnLine destaca aqui o sincretismo religioso de pessoas que sobem o Morro embora sigam outra fé. Leiamos as palavras de uma dessas pessoas: Geralmente, quem vai aos pés da imagem da santa é católico apostólico romano. A gente do candomblé vai pelo respeito à santa. No dia 8 de dezembro, sempre vou à procissão e à missa. Quando olho para a estátua, não vejo Nossa Senhora da Conceição; vejo Iemanjá, a mãe das águas, mãe dos Oris (todas as pessoas). Outra parte da maioria, logo na descida do Morro, enche a cara e se embriaga. Olhando para a santa no alto do Morro.

Assim vão as maiorias. Oremos por elas. E você? Está apenas na maioria barulhenta ou faz sua lição de casa?

Críticas às Bíblias de Estudo


Por ocasião do Dia da Bíblia, gostaria de republicar um post polêmico com algumas pequenas alterações estilísticas. Nele constato que as Bíblias de Estudo:

1) Não aguçam a pesquisa. Por mais que as editoras evangélicas em geral se esforcem, o estudante, o pastor, o teólogo comum no Brasil tem preguiça para a pesquisa. Fui seminarista e senti na pele tal aversão. Não critico meus amigos, mas eles sabem que pesquisa cabeça não era seu forte. O que o aluno de teologia, de maneira genérica, gosta é de confronto e polêmica. Razão pela qual há tão pouco material de exegese gestado em nossas terras. O assunto mais comentado por um estudante de seminário é o arrebatamento. Ele gosta de detalhar etapas, etc e tal. 

Boa parte dos compradores fazem pesquisas pontuais, sobre temas generalíssimos, tão logo os versículos são citados numa leitura oficial, por exemplo. Fora isso, a apatia é um mal comum. Conheço menos de dez pastores que gestam um sermão com razoável antecedência, a grande maioria recebe na hora, apesar de ensinar o contrário. Curiosamente, conheço vários pregadores que possuem uma Bíblia simples toda marcada e anotada de próprio punho. 

Boa parte da culpa atribuo aos seminários. Há pouco incentivo à pesquisa e à publicação da produção intelectual. Boa parte dos pesquisadores que aparecem nos seminários já o eram desde há muito;

2) Não aguçam a leitura. Não conheço uma só pessoa, me perdoem se generalizo, que tenha se tornado um leitor mais ávido, após a compra de tais Bíblias. Os que gostam de ler, já o faziam antes. Se ter uma Bíblia não serve à leitura e meditação, então risquemos de suas páginas passagens como o Salmo 1! Relembro aqui uma história que aconteceu comigo. Chegando ao gabinete de determinado pastor, numa sexta-feira, este me mostrou, orgulhoso, seu plantel de Bíblias de estudo. Era BEP, Scofield, Thompson, Vida Nova e por aí vai. Como sou perspicaz, perguntei:
- Destas Bíblias que o senhor tem, quais foram lidas esta semana?
Ele respondeu, honestamente:
- Nenhuma, rapaz. Infelizmente...
Retruquei:
- Então, era melhor ter um Novo Testamento, daqueles dos Gideões, desde que lido com frequência!

Acreditem, há pastores que nunca leram a Bíblia toda! Apesar de terem e exibirem Bíblias as mais diversas.

3) Não aguçam a espiritualidade. Esta é uma triste constatação, não conheço ninguém que tenha se tornado mais profundo, espiritualmente falando, estudando em tais Bíblias. Se uma Bíblia oferece mais recursos, audiovisuais, inclusive, reza a tese que o aluno deveria estar mais instruído, e, por consequência, mais culto, e daí mais crente. Se uma Bíblia não transforma, que valor tem? As pessoas ficam me olhando ressabiadas quando pedem uma indicação de Bíblia de Estudo. Perguntam-me qual a melhor? Respondo: A que você lê! Procure uma boa Teologia Sistemática, que vai oferecer recursos suficientes para compreensão panorâmica das Escrituras Sagradas.

Depois eu sou um crítico desalmado...

sábado, 8 de dezembro de 2012

O que gostar da Bíblia não é!


Gostar da Bíblia não é guardá-la em local seguro. O local mais seguro para se colocar uma Bíblia são as mãos do seu dono. Também não é praticar por conveniência. Mandamentos sobre renúncia e amar a quem nos odeia não são optativos. Muito menos conservá-la aberta numa estante. A Bíblia deve estar aberta a frente dos nossos olhos. A Bíblia que temos deve ser folheada, lida, examinada, relida e colocada em prática.

Que no Dia da Bíblia os crentes lembrem que possuem uma!

Celebrado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia foi criado em 1549, na Grã-Bretanha pelo Bispo Cranmer, que incluiu a data no livro de orações do Rei Eduardo VI. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. No Brasil a data começou a ser celebrada em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo (SP). E, graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela entidade, o Dia da Bíblia passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de todas a semana que antecede a data. Desde dezembro de 2001, essa comemoração tão especial passou a integrar o calendário oficial do país, graças à Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional.

Fonte: SBB - Sociedade Bíblica do Brasil

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O movimento gay está triste

Ao contrário do estardalhaço que fizeram, a morte do jornalista goiano Lucas Cardoso Fortuna, militante gay, não foi homofobia, mas latrocínio. O lobby, é claro, não aceita o resultado. Infelizmente, mais um corpo no meio da discussão mais sem sentido da História. Maria do Rosário, aquela que sempre tem tempo para os homossexuais, apesar de Direitos Humanos ser uma palavra bem abrangente, se manifestou dizendo que vai pressionar a Polícia Civil pernambucana por não ser crime homofóbico. Um cadáver sem causa não lhe interessa. No Quem a Homofobia matou Hoje, blog gay, Lucas ainda consta como morto por motivação homofóbica. Assim se fabricam as estatísticas. Já são 311 mortes. Na própria página você vê crimes passionais, contados nos números do movimento. Assim, sem constrangimento e sem questionamento.

O mais deprimente é que a violência em si, não importando a categoria da pessoa, tenha passado a segundo plano. Ainda bem que foi uma delegada, se fosse só homem na investigação...

Mais informações aqui e aqui.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A prevalência das coisas supérfluas


Vocês conhecem a figura acima!? Se não, lhes apresento o indiano Amar Bharti, 58, que é um sadhu, homem sagrado do hinduísmo. Entre suas excentricidades: não cortar a unha (no detalhe) há 28 anos e estar há 39 com o braço erguido em homenagem a Shiva. Este fato não seria mencionado aqui no blog senão por uma incrível semelhança com a igreja evangélica.

Notem, ele não foi elevado à condição de celebridade por seus dotes, digamos, espirituais. Mas por ter uma grande unha e não baixar o braço!? Não é exatamente como o lugar tomado pelas coisas supérfluas em nossas igrejas? Câmeras melhores para um close bonito nas unhas. Tamanho do templo e quantidade acomodações. Marcas de ternos e quantos anéis o pregador ostenta. Currículos beirando uma redação. Quem grita mais? Quem fala mais no Diabo (acreditem ele tem muito mais espaço e ação do que é na realidade)? Quem fala mais línguas estranhas ao microfone? Quem distribui mais bençãos? Quem massageia o ego melhor? Quem imposta melhor a voz?

Num mundo midiático e que preza os valores exteriores nos saímos muito bem. Já do lado de dentro... O pior é que seus dotes foram exibidos num festival de homens santos hindus. Aquelas reuniões em que se ostenta muito e se aproveita pouco!?

E aí? Qual o tamanho das suas unhas? Há quanto tempo você não baixa o braço?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Esmiuçando uma entrevista de um mestre...

O PointRhema, famoso blog, do meu amigo Pr. Carlos Roberto, publicou uma entrevista do Pr. Antonio Gilberto. Entre os temas, um dos prediletos do blog: Ministério Feminino. Vou com ele em vermelho e eu em azul.

Seara News - Um assunto polêmico, cujo debate já dura por décadas, é o ministério pastoral feminino. Hoje algumas Assembleias de Deus já reconhecem a ordenação de mulheres. Existe respaldo bíblico-doutrinário para isso?

Para os que conhecem pouco a história assembleiana, e aqui está o busílis, como diz o Reinaldo Azevedo, até 1930 as mulheres participavam das EBOs e tudo o mais. Há um coitado que criticou uma postagem anterior minha, aonde profetizei que muito breve as mulheres adentrariam tais reuniões. Ele restringiu o problema à minha Convenção, dizendo que em tal lugar sim, em tal lugar não, mas, de fato, elas vão readentrar (nem existe este verbo), pois já entraram várias vezes na história. Depois que Frida pregou em presídios e praças, quando ninguém ousaria fazer isto, idos de mil novecentos e pouco...

Pr. Antônio Gilberto - Não, não e outra vez não! Não existe! Ordenação… Mulheres no Santo Ministério, tanto venham. Inclusive muitas vezes elas fazem o trabalho melhor do que os homens. Mas ordenar para o Santo Ministério, não tem base nas Escrituras. 

Como se diz aqui: Cuma!? Vamos detalhar a frase. Se fazem o trabalho é porque lhe damos. São os homens que possuem as prerrogativas para determinar quem vai fazer o quê. Como assim muitas vezes fazem melhor que os homens? Então, há casos de legítima atuação feminina. Vejam a partícula adversativa... A Bíblia proíbe a ordenação, nas palavras do nobre pastor, MAS se lhes permite fazer exatamente o que é prerrogativa da... ordenação. É muito pra minha cachola! Vou tomar um diazepan!

E como é que isso está acontecendo? É a igreja a culpada e a igreja vai prestar conta disso. A igreja que eu digo não é a igreja o prédio, os responsáveis vão prestar conta disso. Jesus nunca ordenou mulheres. O apóstolo Paulo que é um paradigma, não separou, nunca ordenou mulheres.

Vejam que pérola. A Igreja que será culpada por ordenar, não será culpada por enviar missionárias, por exemplo, à revelia da mesma Palavra que ele evoca? Desde o início tenho dito: ou cumprimos o que está escrito ou paramos com essa conversa. Jesus nunca enviou missionárias, Paulo, idem, mas, convenientemente a Igreja o faz.

Agora, mulheres trabalharem no Santo Ministério, tanto venham. Cantoras, professoras de escola dominical e etc. 

Não é um primor? Cantora? Poooode! Professora de criancinhas comportadinhas (do tipo que deixam a professora rouca todo domingo)? Pooode! Dirigente de Círculo de Oração Infantil? Pooode! E de Círculo de Oração de Adultos, para orar, em média, quatro horas por semana? Pooode! E por que pode? Ora, porque os ministros e obreiros, mesmo quando aposentados, não querem desempenhar tais funções, terceirizando, por conveniência, a responsabilidade! Quando o Círculo de Oração foi fundado em Casa Amarela, Recife/PE, certamente as irmãs foram pedir para que o pastor permitisse as reuniões, organizasse administrativamente o orgão, etc. Por que ele não disse: Olha, irmãs, não posso permitir tal reunião a menos que um presbítero de minha confiança a dirija? Tanto venham...!

Mas irmão Gilberto, e diaconisa? Lá no livro de Romanos o apóstolo Paulo disse que aquela irmã era diaconisa na igreja de Cencréia. Onde está isso no original? Não existe! Sim, mas o comentário que eu li diz que era diaconisa. 

Conversa! No grego está na forma masculina, ou seja, Paulo deixou aquela mulher ali provisoriamente, ou então o trabalho era novinho e não tinha homem nenhum para exercer o diaconato, ele disse vem cá “fulana” (Febe), faz o trabalho aqui, a obra de Deus não pode parar por causa de problema humano. Está no masculino.

Essa ligeireza, com todo respeito, é característica. Viram como ele arruma a solução, rápido, rápido? Certamente lá em Cencréia aconteceu como em muitos lugares. Mandam uma mulher cavar o poço, depois o homem distribui a água. Fui sutil? Como assim, a obra não pode parar por problema humano? É essa a abordagem que o nobre pastor usa para não se furtar a dar sua contribuição ao lado de Marlene LeFever, num Congresso de EBD? Ele estava lá, por que não usou toda ortodoxia para não pregar ao lado de uma mulher? Por que ele não rejeita os convites da Igreja americana que ORDENA mulheres?

Uma vez um pastor presidente de uma grande e renomada convenção, nós estávamos juntos em Goiânia ministrando, e ele no hotel conversando comigo, disse: “estou agora na presidência, vou incentivar, irmão Gilberto, o diaconato das mulheres que está praticamente parado. O que o irmão diz?”

- Eu prefiro primeiro que o senhor que é o chefe, me dê alguma coisa.

Ele disse: “eu me baseio lá em Rm 16, Febe, aquela irmã que era um tesouro na igreja de Cencréia (inclusive quando os irmãos forem a Grécia visitem as ruínas de Cencréia. Eu fui lá visitar, só tem ruínas, e eu fiquei pensando onde é que ficaria aqui a casa dela, porque tudo indica que era uma mulher de muito dinheiro. Paulo disse: “ela me hospedou muitas vezes, e hospedou a muitos”), que era diaconisa, a Bíblia em português diz: que serve ao Senhor na igreja de Cencréia, outra versão que eu tenho diz que ela servia como diaconisa”. Eu me calei, e ele disse: “uma segunda passagem, irmão Gilberto, que eu tenho em mente é lá em Timóteo quando a Bíblia diz: e as mulheres…”

Leiamos a posição oficial da Assembléia de Deus americana (aquela mesma que é a queridinha dos estudiosos brasileiros), sobre quem era Febe: 
Phoebe, a leader in the church at Cenchrea, was highly commended to the church at Rome by Paul (Romans 16:1,2). Unfortunately, translation biases have often obscured Phoebe’s position of leadership, calling her a “servant” (NIV, NASB, ESV). Yet Phoebe was diakonos of the church at Cenchrea. Paul regularly used this term for a minister or leader of a congregation and applied it specifically to Jesus Christ, Tychicus, Epaphras, Timothy, and to his own ministry. Depending on the context,  diakonos  is usually translated “deacon” or “minister.” Though some translators have chosen the word deaconess (e.g., RSV, because Phoebe was female), the Greek diakonos is a masculine noun. Therefore, it seems likely that  diakonos  was the designation for an official leadership position in the Early Church and the proper translation for Phoebe’s role is “deacon” (TNIV, NLT, NRSV) or “minister.” Moreover, a number of translations reflect similar biases by referring to Phoebe as having  been a “great help” (NIV) or “helper” (NASB) of many, including Paul himself (Romans 16:2). The Greek term here is prostatis, better translated by the NRSV as “benefactor” with its overtones of equality and leadership.

Eu disse: Pastor, a passagem de Romanos no original está no masculino, pode pegar qualquer manuscrito bíblico. Ou seja, ou o trabalho era novinho e não tinha homens habilitados, e o apóstolo Paulo um homem cheio do Espírito Santo, a obra de Deus não ia parar por causa de problema humano. Vem cá, Febe, exerce aqui enquanto não se prepara um homem, ou então não sei a razão, a Bíblia não explica, mas está no masculino.

“E lá em Timóteo?”

Pode pegar o termo original que a oração no grego pára, e quando diz as mulheres, são as esposas dos obreiros. Ele parou, e parou até hoje.

Esse pessoal é assim, usa o grego CONFORME a necessidade. Por que não mencionou sinergos, para cooperadores, Áquila e Priscila, em Rm 16:2? Por que ele não falou sobre kopiaô, no mesmo capítulo 16 de Romanos? É o verbo que Paulo usa para o trabalho de Maria (v. 6), Trifena, Trifosa (v. 12)? E não se refere ao trabalho doméstico? Ali mesmo em 16:7 ele cita o caso de Júnias, uma apóstola, mas o termo TAMBÉM está no masculino!? Aliás, sobre Júnias o comum naqueles que condenam o ministério feminino é dizer que é uma variante de nome masculino. Leiamos o que diz o mesmo documento da AD americana:

Junia was identified by Paul as an apostle (Romans 16:7). Beginning in the thirteenth century, a number of scholars and translators masculinized her name to Junias, apparently unwilling to admit that there was a female apostle. However, the name Junia is found more than 250 times in Rome alone, while the masculine form Junias is unknown in any Greco-Roman source. Paul clearly was a strong advocate of women in ministry.
Voltando a pergunta, o que o irmão diz disso? É anti-bíblico. E o que fazer? 

Quem estiver fazendo vai prestar conta a Deus. Mas infelizmente não é só ordenação de mulheres, é muita coisa que a igreja decide por ela. Eu podia fazer menção aqui, não vou, não há necessidade. Para ninguém pensar que é só esse fato: São várias coisas que a igreja faz sem ter… Por exemplo, há igrejas que só separam (consagram) obreiros para o diaconato se forem casados, não estou criticando a igreja local, há igreja que só separa (consagra) casados, porque o escândalo está sendo grande de obreiros solteiros. Enfim, a igreja que tomou a decisão, não é a Bíblia.

É verdade, são muitas coisas. Por exemplo, permitir que uma certa Bíblia seja publicada, endossando uma versão totalmente desviada da Palavra de Deus. Cito a Dake, que o nobre pastor como consultor teológico  da CPAD defendeu com unhas e dentes. Procurem na web algo a respeito. Nunca vi o nobre falando sobre o empoderamento pastoral assembleiano, sobre o enriquecimento de alguns líderes, sobre a apatia evangelizadora da CGADB e tantas outras coisas...

Batismo em águas: tem igreja que a pessoa se entregou pra Jesus, foi perdoada ali mesmo, foi convertida, batiza na água. Tem igreja que diz: “Não, aqui pra ser batizado tem que fazer um cursinho”. Lá na minha igreja, por exemplo, tem um cursinho de três meses, onde está isso na Bíblia? Lugar nenhum. É a igreja que decide!

Realização de matrimônio, esse caso é mais um, só que este é grave.

Então, em resumo, não tem base na Escritura, nem no Antigo, nem no Novo Testamento. Deus quer a mulher no ministério, quanto mais, melhor, para muita tarefa. Mas ordenação para cuidar do rebanho Deus reservou para o homem. De modo que esse negócio está dando problema. E os que estão na Assembleia de Deus? Vão prestar conta a Deus! Vamos brigar com eles? Deixa pra lá, vão prestar conta a Deus! Esse é que é o problema, a Bíblia diz cada um de nós. Eu vou dar conta e os irmãos vão dar conta também. Se o Tribunal de Cristo fosse coletivo…, mas a Bíblia diz cada um. Então nós temos que pensar nisso.

Engraçado, não vejo os problemas apontados pelo nobre pastor. Leio e ouço sobre o problema de mulheres não ordenadas mandarem em seus maridos, inclusive, com a ordenação de obreiros. Isso no Brasil todo, pois tenho muitos contatos País afora. Ouço falar de sangrias dos cofres promovidas por irmãs insuspeitas, que mal falam ao microfone, quanto mais almejar o ministério. Ouço falar da imposição de festas de aniversário e presentes caros. De compras de imóveis e carros para satisfazer a certas madames. Sem falar nos pecados... Com todo respeito, é como se diz por aqui: é muita falta do que fazer! Queria eu que todos os problemas da AD brasileira fosse a ordenação ministerial feminina. Queria eu...!

Documento da AD americana, aqui.
A entrevista com o Pr. Antonio Gilberto está aqui.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Se convidados para algumas igrejas da própria denominação...

...alguns deles estariam impedidos. Ao menos um dos meus dez leitores sabe do que falo... Outra coisa importante: falam tanto contra a Teologia da Prosperidade, tem logo um gospel estampado no título. O termo retete é típico do desleixo com os dons espirituais. Depois eu sou crítico e amargo, desse jeito... 
Capturado aqui.


Aviso: Alguns leitores me alertam que o evento em epígrafe não é verdadeiro. Apenas o sonho de alguns usuários do reteté no Facebook. A contar com os ventos assembleianos não duvidei de sua veracidade ao ler pela primeira vez. Decidi manter o post, por conta de um questionamento que um leitor fez. A réplica está nos comentários.

domingo, 25 de novembro de 2012

O que é a igreja? O que um pastor faz nela?


Iniciemos analisando o papel da Igreja, tal qual formulada pelo Senhor Jesus. Dentre as várias atribuições do grupo descritas na Bíblia, estão:

A igreja é uma agência de expansão do reino de Deus. Jesus afirmou: Ide, por todo o mundo... A igreja é o organismo que coordena os esforços no pleno cumprimento de tal ordem. Juntos seus membros se desdobram para cumprir o papel evangelizador, pregando a Palavra de Deus em qualquer oportunidade (II Timóteo 4:2). Não podemos delegar tal ordem ou renunciá-la;

A igreja é a expressão visível da santidade cristã. É o resplendor da presença de Jesus, carta aberta, lida e reconhecida por todos (II Coríntios 3:2). O modo de andar, vestir e se expressar da Igreja reflete o Cristo que habita em nós (Efésios 4:1). Quando não refletimos tal presença, perdemos a capacidade de salgar e brilhar no mundo. E nos tornamos uma noiva que não está preparada para encontrar o Noivo;

A igreja é o alvo prioritário dos ataques malignos (I Pedro 5:8). Num momento tais ataques se dirigem à coletividade, na tentativa de solapar a fé e dispersar a atenção. Noutro, membros desavisados do corpo se tornam presas fáceis dos ataques. À medida que cada membro resiste a tais investidas, preserva todos os demais. Quando cede, todos são prejudicados. Para o bem ou para o mal, não existe individualidade no quesito. Esta é a razão de tanto zelo entre nossos primeiros fundadores, no intuito de que não déssemos escândalo nem a gregos (os de fora), nem aos judeus (os de dentro);

A igreja possui duas conotações: a visível, composta das pessoas que nela congregam, dos templos que ergue, das transações do dia-a-dia. Muitas destas interações estão impregnadas da denominação à qual pertence. Portanto, a igreja visível é uma fachada de um modo particular de enxergar a vida. Já a invisível é composta dos inúmeros membros que não estão ligados senão pelo Espírito Santo. Esta última é a igreja de todos os tempos, comprada e remida com o sangue de Jesus. Esta é a igreja que será arrebatada, não obstante vivamos na primeira.

E o que o pastor faz na Igreja?

O termo pastor ocorre diversas vezes no Novo Testamento. A maioria em relação a Jesus, nosso Sumo-Pastor (I Pedro 5:4). Não há distinção clara entre os termos pastor, presbítero e bispo (ancião). Os homens pastores são lideranças dadas por Deus à determinada congregação (Efésios 4:11), para dela zelarem e cuidarem com dedicação e afinco. O retrato mais vívido deste cuidado está em João 10:12, aonde se diz que o verdadeiro pastor luta pelo seu rebanho, buscando preservá-lo dos ataques do lobo, que personifica o Diabo. Dentre as características atribuídas ao episcopado, Paulo destaca a vigilância (I Timóteo 3:1). Os falsos pastores se tornam indolentes e omissos, deixando as ovelhas à mercê de tais ataques. O texto diz que eles até veem o lobo vindo, mas, intencionalmente, ignoram o risco para evitar desgastes, com prejuízo do rebanho. Um falso pastor não se importa se perder ovelhas, mas ao verdadeiro, a perda de uma só o leva ao desespero (Lucas 15:4), noites em claro e preocupação. O falso quer apenas se preservar.

O pastor tem como função principal zelar e guiar a igreja aos pastos mais viçosos (Hebreus 13:17), preocupando-se com a alimentação correta de cada ovelha. Quando descobre uma desnutrida, se vê às voltas com o que fazer para tirá-la do fastio. A exemplo dos que não estão com bom apetite, nem todas as ovelhas entendem os gestos do pastor, pensam estar sendo agredidas e discriminadas. A preocupação pastoral, porém, decorre do fato de que haverá de prestar contas daqueles sob sua supervisão (Hebreus 13:17). Como sabemos, o Senhor é zeloso e exigente, não tolera desvios e desatenção.

A preocupação do pastor não é ser amado, nem condescender com os erros das ovelhas. Vara e cajado são suas ferramentas de trabalho. Com uma exorta num desvio, com a outra põe no rumo certo. O apóstolo Paulo, por exemplo, foi, por diversas vezes, alvo de problemas e dificuldades no trato eclesiástico. Não será diferente com os demais.

Cabe ao pastor zelar pela ortodoxia – o correto aprendizado do texto bíblico – e pela ortopraxia – a prática correta da Palavra. Tal preocupação se manifesta com os membros e congregados, mas, também, com as famílias e congregações sob sua responsabilidade. Por falar na família, ressaltamos seu papel como célula mater da sociedade e, por conseguinte, da Igreja. Se a família vai bem, a Igreja vai bem. A igreja é gregária por natureza, ou seja, prioriza o grupo em detrimento do individual. Não há alternativas! Cabe ao pastor zelar pelo bom andamento da educação e do relacionamento familiar, ainda que, por vezes, pareça intromissão. Outrora, os pais viam como positiva tal influência, chegando ao ponto de narrar eventuais desvios para que o pastor, tido, então, como censor, pudesse repreender e questionar um de seus membros. Como fruto de nossos tempos trabalhosos (II Timóteo 3:1) temos que tal interferência é vista como desnecessária e, até mesmo, repreensível. A não ser quando os problemas explodem no seio familiar. Às vezes nem isso... Casais se separam, filhos se desencaminham e o líder não sabe de nada.

Temos dois caminhos possíveis para resolver o impasse. O pastor se torna mero gerente de recursos, humanos e financeiros, decidindo aonde aplicar os dízimos e ofertas, construindo igrejas e reformando os prédios. Ministra a Palavra de forma bem leve, com temas genéricos e pouca aplicação pessoal. Mais autoajuda do que exortação e fica tudo do jeito que está. Providências são adiadas e as repercussões dos problemas omitidas. Pecados são ignorados. É uma opção distante da Bíblia.

A outra hipótese é que as ovelhas compreendam a responsabilidade pastoral. Afinal, a igreja não é um parque de diversões. Está em constante ameaça, por todos os lados. Em Hebreus 13:17 está escrito: Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. Sabemos o quanto é difícil cumprir a Bíblia, especialmente em textos que exigem algum tipo de renúncia. A alternativa não é muito boa.

Não se trata de trazer todos os problemas familiares ao pastor. Mas de entender sua real intenção quando providências são tomadas para a ortopraxia de todos. Nenhum pastor sério quer que seu rebanho se perca. Por diversas vezes Paulo relembrou a suas ovelhas que sua maior alegria seria poder revê-los no Céu. Eu desejo o mesmo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Uma desculpa recorrente e esfarrapada...

Os tempos em que vivemos são mais difíceis para os crentes. Quem quer ser santo se vê às voltas com mais desafios de que nossos pais e avós. Será?

Um pastor amigo aceitou Jesus no meio da perseguição católica, no Brasil. Como não quis entregar uma Bíblia de sua propriedade, perdeu sua casa e o emprego. Vivendo sob ameaça. Isso não faz cem anos. Era mais fácil ou mais difícil? Aliás, por se falar em Bíblia, eram caras e inacessíveis para a maioria dos evangélicos de vinte ou trinta anos atrás. Muitos deles não sabiam ler. Os que possuíam a Bíblia por vezes se contentavam em ouvir a leitura pelos demais. Era mais fácil ou mais difícil?

Tenho 42 anos. Aos 12, andávamos a pé quarenta e cinco minutos, por uma trilha com trechos escuros e violentos, para a única igreja da região aonde moramos até hoje. Hoje são vinte e cinco Assembleias de Deus, Convenção Abreu e Lima, duas da Convenção Recife, mais de duas dezenas de outras denominações. Não menos que cinquenta templos de diferentes igrejas. Presumo que 95% dos evangélicos do bairro aonde moro não tenha que andar mais do que dez minutos para chegar à igreja. Está mais fácil ou mais difícil?

Livros para o aprendizado da Bíblia eram artigo raro. Hoje estão mais baratos, acessíveis e em grande profusão. Sobre os mais variados temas e áreas. Os estudos pululam na Internet, mas falta apetite. Era mais fácil ou mais difícil?

Boa parte dos irmãos andava a pé. Em sua maioria agricultores, não havia motos, bicicletas ou carros. Em boa parte das igrejas de hoje se todos os que possuem um automóvel viessem nele à igreja, faltaria vagas no estacionamento. Está mais fácil ou mais difícil?

Os costumes eram mais rígidos. A ignorância rondava. Os pecados eram sumariamente condenados. Os pecadores eram atingidos desde o púlpito de maneira direta e irrecorrível. Era mais fácil ou mais difícil?

Nunca foi fácil ser crente!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Não acho boa ideia...

...obrigar a colocação da expressão Deus seja louvado nas cédulas do real. É o que fará o deputado federal pernambucano Pastor Eurico, conforme leio no Notícias Cristãs, através de Projeto de Lei. Creio que a iniciativa trará mais polêmica estéril ainda. O ideal seria sobrecarregar o MPF/SP com verdadeiras demandas de interesse coletivo para que eles tivessem o que fazer. Assim, parariam com as firulas de sempre. De todo modo, a não se fazer nada, a iniciativa é louvável. Vamos aguardar o efeito.

domingo, 18 de novembro de 2012

Os músicos que me perdoem...

Não concordo com tudo que diz João, aliás, não tenho procuração dele para dizer isso ou aquilo sobre a música que canta. Porém, gosto de sua abordagem musical e já tive oportunidade de ouvir pessoalmente várias vezes. O que quero enfatizar, usando um vídeo seu, é que precisamos diversificar nosso repertório e nosso instrumental.


O que dizer, por exemplo, daquela cansativa repetição dos mesmos hinos. Você vai a uma Ceia no Templo Sede e ouve: vamos ouvir o DEJE x, aí o grupo canta Vencendo de pé, a comissão Y, canta o mesmo hino. Como assim? O mesmo hino!? Por aí vai, o script se repete. Devemos ter uns 500.000 hinos lançados, mas quando a turma encasqueta com um... E se dessemos uma olhada no repertório dos grupos presentes os demais teriam o mesmo hino entre os três ou quatro que cantam no momento. Ou seja, é muito desperdício de criatividade. Se o primeiro não tivesse cantado aquele hino, muitos outros o fariam.

Nos conjuntos o mantra é: guitarra, baixo, teclado e violão. No vídeo o percussionista faz som com tudo quanto é útil! Mas todo mundo quer fazer a mesma coisa. Desculpem o desabafo, meus amigos músicos, mas vocês são muito mais competentes que essa mediocridade reinante em nossos templos.

Dedico estas últimas linhas a dois problemas graves. Primeiro, a tendência da individualização de microfones. Um grupo de senhoras de 300, 400 vozes se vê confinado num solo infindável, em que somente uma pessoa canta e as demais só ouvem. No fim, fazem um ô, ô, ô, qualquer e o hino termina. O maestro esquece de informar ao solista que se afaste do microfone ou o solista se arroga a representação do grupo como um todo ou é a escolha do hino que está prejudicada. É um comportamento absurdo e reprovável. Na área que trabalhamos suprimimos este costume, ou ao menos temos tentado. Só quando é a hora do solo, uma pessoa fica ao microfone. Do contrário, eu dou oportunidade a ela sozinha e não ao grupo.

Por último, há uns maestros fazendo recitais, cantatas e apresentações do gênero. São uns hinos chatos, perdendo para os cantos gregorianos. Escutem as apresentações do Prisma, Projetart, Vento Livre, Milad. São grupos sacros e vivos. Deste mesmo mal estão padecendo algumas orquestras, ótimas em qualificação musical, instrumentos, etc, mas que só fazem a plateia dormir. No máximo, esforçam as cordas vocais dos solistas.

Meus críticos dizem que não tenho alma, mas a menção honrosa vai para o Coral Vozes de Sião, excelente qualidade, que fez uma participação surpreendente na última Santa Ceia junto com uma orquestra de cordas. Viram que quando é bom eu elogio!? Não me peçam para concordar com essa unanimidade burra que grassa em nossos grupos musicais. Podemos fazer muito mais, e não me venham dizer que é porque não tem um instrumento caro. Já vi um tocador fazer um sax, no qual tocou grandes sucessos da MPB, com folhas sobrepostas de coco.

Em tempo: não sou músico, não sei tocar nenhum instrumento,  sequer tenho uma boa voz. Também não sou pedreiro, mas se vir uma parede torta sei dizer no mesmo instante!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Deus do deserto e das florestas

O agir de Deus é lindo, na vida de quem é fiel... Mas se Deus não age, ou não age como pensamos, não é tão... gracioso assim. Receber vitórias é o desejo de onze em cada dez crentes. E não crentes. Sim, eles também cantam o hino, com a mesma intenção: declarar o poder de Deus sobre as incertezas da vida. Mas, e quando Deus permite que as dificuldades cheguem? Quando uma floresta exuberante se torna um deserto macabro?

A Bíblia diz que Deus prepara uma mesa no deserto (Salmos 78:19). Ele é o Deus dos desertos e das florestas da vida. Dos lugares secos e dos mares piscosos. Quão grande é o nosso Deus!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Proposta ao MPF!


Façamos um levantamento de ruas e avenidas com nomes bíblicos ou referências cristãs e os renomeemos. Acabemos, também, com o Natal e com a Páscoa e o consumismo agregado à data. O MPF adora aquela sexta-feira... Que eles trabalhem em dobro, somente para mostrar a "laicidade" do Estado brasileiro. Nada de imprensar a segunda, 24/12, e que o MPF esteja a postos no dia 25!

Por fim, derrubemos o Cristo Redentor e o desassociemos ao Rio de Janeiro.

De fato, enviei a proposta acima ao MPF/SP.

Se eu tivesse o poder de fogo de alguns líderes, faria uma caravana para visitar o MPF na segunda, 24/12, e se ninguém estivesse trabalhando, entraria com uma ação de ressarcimento, com base na laicidade do Estado.

Que acham?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quem diria?

De onde não se espera, sai um filme que está incomodando a crítica cinematográfica brasileira. O filme de R.R. Soares rendeu uma reportagem no UOL, cuja acusação maior foi não ter negros no elenco!? Está entre os maiores sucessos de bilheteria brasileira, ganhando de 007 - Operação Skyfall , não pediu incentivos ao Governo, pois seria, certamente, negado, foi rodado nos EUA e tudo que eles tinham a fazer era dizer que não foi incluído nenhum negro? Esses tempos politicamente corretos... E foram extremamente grosseiros ao informar que o pastor pediu que seus fieis levassem um amigo para assistir o filme e orassem pelas produções nacionais, sempre focadas em divulgar peitos e bundas, mundo afora. Haja preconceito.

Pimenta nos olhos dos outros é remédio. Um comentarista disse tudo que eu gostaria de dizer.

Leia aqui.

domingo, 11 de novembro de 2012

A realidade vai vencendo a dissimulação...

Mensageiro da Paz, edição Novembro/2012, página 4, discorrendo sobre o último Congresso da EBD:
...Ministraram primárias os pastores... [brasileiros]; e os pastores Tommy Barnett, Jhonnie Moore e Marlene LeFever dos Estados Unidos;...
Notou? Não!? Equipararam, por fim, as mulheres aos homens. Eles não são bobos. Os americanos leriam as reportagens sobre o evento e não engoliriam alguma distinção como: palestrante, para as mulheres. Lá não há esse tipo de coisa. Aliás, LeFever, dizem, é uma potência do quilate dos grandes mestres americanos. Formiga sabe que roça come...

Ainda vamos ver mulheres nas EBOs  e reuniões de obreiros, nas Assembleias da gema, aquelas em que paletó lascado era tratado com grampeador... Rsrsrs!

sábado, 10 de novembro de 2012

Por ocasião da lição sobre Jonas...


Meus dez leitores, por ocasião da lição sobre Jonas, amanhã, disponibilizo um pequeno livro de minha autoria sobre o profeta, em formato de narrativa ficcional. Se quiser citar, informe a fonte. Desculpe-nos pelos erros de português. Clique aqui e faça o download em formato PDF.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Olha aí o que eu digo sobre rádios, TVs e igrejas...

Leio no UOL, sobre as dificuldades da Record (grifos meus):
O rombo, segundo algumas fontes, passa de R$ 200 milhões – valor que a Record não confirma. A conta da Olimpíada passada, a subutilização do Recnov e os sucessivos erros de planejamento, além de altos salários pagos aos seus diretores e artistas estão entre as despesas que mais contribuíram para se chegar a um valor tão absurdo.
O dinheiro da igreja, pela cessão de horários na madrugada, há algum tempo se tornou insuficiente para equilibrar ou ao menos reduzir o volume das despesas. A Record, sempre muito econômica na abertura dos seus intervalos comerciais, agora se vê obrigada a adotar uma política diferente. E é exatamente isso que a sua direção ainda não tem decidido. Não existe, pelo menos até agora, uma definição do que será feito ou do que será possível fazer daqui pra frente, mas se tem a certeza de que apenas reduzir a folha de pagamento, com a dispensa de alguns funcionários, se tornou insuficiente para cobrir um buraco tão grande.
Nenhuma emissora de TV e rádio de igrejas se paga. A pólvora vem dos dízimos e ofertas. Fazer programação assim é fácil. Releiam aquele grifo em azul... E o pessoal ainda quer multiplicar os elefantes. Já há pastores com inveja de Marcelo Rossi...

Continua aqui.

Deus não está mais aqui...

Por Derval Dasilio

Do jeito que vão as coisas, em breve veremos placas honestas nas portas das igrejas: “Deus partiu sem previsão para voltar”. E começo a pensar em Nietsche, quando escreveu “Zaratustra”. O cenário da igreja é lúgubre, ambiente de corvos em árvores secas e vermes emergindo da terra, seguindo o costume da Europa Nórdica de construir cemitérios junto às igrejas. Como se estas tivessem as respostas finais sobre angústia da vida e da morte. As roupas litúrgicas negras vestem ministros seguidores da reta doutrina enquanto enterram fieis com orações solenes, liturgias e réquiens infindáveis para poderosos aristocratas. Crítica ácida do filósofo aos representantes das igrejas cristãs, e à religião dominante.

Continua aqui...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Um capítulo sombrio para as ADs?

Leio na coluna de Mônica Bérgamo (grifo meu):

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) instalará um grupo de trabalho só para investigar a atuação das igrejas católica e evangélica no período da ditadura. Serão apurados não apenas o papel de religiosos na resistência à repressão e proteção a vítimas como também o daqueles que colaboraram com os militares. 

Pelas informações que disponho não houve problemas diretos com a Assembleia de Deus enquanto instituição, a não ser a omissão diante do desparecimento de presos políticos. Dada nossa omissão política não é novidade. Claro, que sempre houve um ranço militar, beirando a admiração, além do adesismo sempre em voga entre nós. O que é a existência de tantas bandas (marciais) em nossas igrejas senão um eco do período? Muitos militares evangélicos flertavam com o regime e estavam submissos a ele. Por outro lado, seminaristas adeptos da Teologia da Libertação e outras iniciativas do gênero, não só militaram ao lado dos esquerdistas como simpatizavam com os regimes comunistas. Muitos foram perseguidos, presos e, alguns, mortos. Às igrejas não interessava tal flerte. O que era sensato, visto que os comunistas odiavam as religiões. Só pra esquentar o debate, porém, leiam este pequeno trecho de um artigo escrito por um pastor presbiteriano:
Nenhuma igreja evangélica reclamou, no Brasil, quaisquer dos pastores, seminaristas, presbíteros e membros comuns, que foram perseguidos, presos ou torturados pela ditadura. Exceção para a PCUSA [Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos], sendo Jaime Wright coordenador da Missão Central do Brasil, responsável por dezenas de igrejas presbiterianas. São verdadeiras as referências e muito mais amplas do que se pensa, como no caso do líder da juventude da IPB, membro da ecumênica UCEB – União Cristã de Estudantes do Brasil, Ivan Mota Dias. Ele foi preso e desapareceu em 1971. O reverendo Zwinglio, seu irmão, também preso, torturado e, posteriormente, exilado, lembra de observadores indo à sua igreja para saber do comportamento de outros presbiterianos. Esperavam que ele delatasse alguém, como vários fizeram. O caso que mais chamou a atenção das organizações cristãs protestantes do exterior foi o do presbítero Paulo Stuart Wright, da IPB de Florianópolis, SC, deputado cassado pela ditadura. Phillip Poter, secretário geral do CMI, tomou-o como símbolo entre os mártires protestantes sob as ditaduras militares na América Latina. Havia sido morto antes de 1973, provavelmente, como depôs dom Paulo Evaristo Arns, que ajudara nas buscas: “Sempre havia novas notícias dizendo que ele estava vivo; disseram que ele estava no Chile. Jaime Wright foi infatigável na procura do irmão”. As consequências dessa procura resultaram na maior movimentação em favor dos direitos humanos realizada no Brasil. 
Leonildo Silveira Campos, teólogo presbiteriano e sociólogo, era um seminarista na IPI e ficou dez dias preso em 1969. Não se esqueceu de quem “evangelizava” e torturava ao mesmo tempo: “Para os que desejam se converter, eu tenho a palavra de Deus. Para quem não quiser, há outras alternativas”, dizia certo pastor batista e capelão do Exército, apontando a pistola debaixo do paletó. O assunto, porém, não se restringe a evangélicos delatores – incontáveis – e torturadores, que ninguém sabe como distinguir de outros que fizeram o mesmo: católicos, espíritas, umbandistas. Na verdade, foi responsável a sociedade repressiva e covarde que acomodou-se à ditadura. Mas é importante revelar o quanto as denominações evangélicas, sem nenhuma distinção, apoiaram e serviram o poder militar naquele momento
De qualquer forma, anotem aí: as igrejas evangélicas correm o sério risco de saírem manchadas no rescaldo das apurações. Especialmente, porque os esquerdistas sempre nos olharam de maneira enviesada. Com a mídia fazendo as generalizações é uma questão, apenas, de tempo. Além disso, esta comissão não quer apuração, quer projeção. Quem for mais fraco...

domingo, 4 de novembro de 2012

Rescaldo político, igreja gandula e outros

Passadas as eleições gostaria de fazer algumas colocações para nossa reflexão. Refletir é um antídoto contra os erros do passado e o combustível do blog. Me aterei aos vários links que dizem respeito à Igreja do Senhor Jesus. Difícil escolher por onde começar. Vamos por São Paulo. A mesma imprensa que nos acha chique, tentou interditar o debate naquilo que nos interessa.Aborto? Retrógrado! Kit gay? Conservador. Há algo errado aí.  Os judeus e islâmicos teriam as mesmas posições neste assunto, mas não foram incomodados. E São Paulo tem bairros inteiros cuja população é judaica. Além da crescente população muçulmana. No que tange aos evangélicos, não há motivo para admiração, a questão é que não somos tão queridos assim, ao contrário do que pensam alguns bobinhos. O que há é uma convivência fracamente pactuada, mediada pelo crescimento do poder aquisitivo, da influência, etc. Quando eles querem, mandam às favas todas as igrejas. E nos calam com a negação dos espaços. Os políticos aproveitam a simbiose, depois correm para os templos a usar os púlpitos. Com a nossa conivência. Há quem goste de apanhar, há quem cresça o olho na vantagem. Tancredo Neves dizia que quando a esperteza é grande come o dono.

Segundo, o jogo político rasteiro não pode ser bancado pela Igreja. Disse isto numa reunião ministerial, mas poucos entenderam. Comecemos pelos partidos. Há os de esquerda, de direita e de centro. Apenas no nome. Há os que estão à direita ou à esquerda das benesses. Só isso. Inúmeras cidades brasileiras tiveram eleições conjugadas entre partidos de todos os naipes. A própria esquerda se divide aos sabor da oportunidade e da conveniência. E nós no meio do tiroteio, fazendo as vezes de gandula. Sabe como é, pega a bola e joga para os experts fazerem os gols. Há até um ou outro irmão que se enturma, mas a bem da verdade já capitulou. Manteve somente a fachada. Termos como covardia, revanche, hipocrisia, mentira, traição não combinam com a igreja bíblica, ainda que se encaixe perfeitamente na igreja real. Ainda assim, esse jogo é muito pesado para não deixar sequelas nas mãos de quem o tente bancar. O mais ingênuo no jogo político conserta um relógio, no escuro, mergulhado numa piscina olímpica! Há os deslumbrados que pensam o contrário, mas ninguém é poupado quando precisa.

Teríamos a opção de criar um partido evangélico (algo já sugerido pela CGADB e colocado em prática pela IURD), mas a história mostra que essas iniciativas só são versões das mesmas práticas. No final das contas, tais partidos se rendem ao sistema político, incutindo os mesmos nefastos valores. Precisamos entender que tudo na política gira em torno de dinheiro e poder. Simples assim. Por eles se sacrifica reputações, biografias, projetos e tudo o mais. E não ousam em ser autofágicos. Se este jogo bizarro nos parece lícito... Boa parte dos políticos que temos venderia a própria mãe, por que não uma igreja?

Terceiro, a figura do pastor que se aproveita do jogo político para a promoção pessoal ou de alguém de sua família, no melhor estilo capo italiano, tem cada vez mais espaço na cena evangélica. Uns diriam que é uma vantagem competitiva, que o autor está pensando no futuro, que saiu na frente da concorrência. Do ponto de vista egocêntrico é uma ótima ideia. Mas a igreja não pode ficar à mercê de caprichos pessoais. É interessante observar como os atores mudam até mesmo o linguajar dos pastores. Termos como massificar nomes, cristalizar opiniões, indicar um catalisador, trazem em si aquele exclusivismo déspota que estamos acostumados a ouvir falar.

É repugnante que alguém, por exemplo, não seja claro o suficiente sobre o que quer ao apoiar ou lançar um candidato. Quando obriga a que uma igreja vote naquele obscuro projeto, a coisa toma ares de ditadura. Falou-se, por citar São Paulo, que Haddad seria um poste de Lula. Quantos postes não foram lançados pelos pastores? Sem planos, sem propostas, sem projetos, sem vida própria, mas com o apoio, sabe-se lá por que, do nível superior da hierarquia religiosa. Mas a coisa vira bagunça mesmo é quando os contrários são punidos. Não é um quadro raro de encontrar nos ministérios Brasil afora. Tenho informações de vários irmãos em todo País, que estão vivenciando isto em suas congregações. Em muitas tal comportamento anemizou a relacionamento entre a liderança e os liderados. Certamente não é o que Deus deseja. Mas muitos preferem que as amizades sangrem. O culto de doutrina é utilizado para espinafrar a rebeldia.

Um capítulo à parte é a ausência de propostas práticas para o bem de todos os brasileiros. Vereadores e deputados evangélicos tem se mostrado apáticos às verdadeiras necessidades de nosso povo. Somente demandas morais mobilizam nossos nobres. Aqui e acolá um aceno inócuo como o Dia da Consciência Evangélica, que em alguns lugares é ou será em 31/10. Ora, ora, se muitas igrejas sequer falam da data... É coisa pra inglês ver. É uma pena que essa situação se perdure, por tanto tempo. Sobrevivendo como rescaldo de nossa atuação clientelista, adesista e fisiológica.

sábado, 3 de novembro de 2012

Apresentação sobre a Reforma

Durante o mês de outubro promovemos um debate sobre o livre exame das Escrituras, um dos pilares da Reforma Protestante. Mas não houve tempo para explorar todos os princípios da interpretação bíblica. Nos ativemos nos cinco primeiros. Foram três quartas com informações valiosas e exercícios práticos, mas não inéditos. Prometemos aos nossos irmãos que iríamos disponibilizar a apresentação utilizada.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pouco ou nada novo debaixo do sol...

Clique aqui e conheça os candidatos à Mesa Diretora da CGADB. Felizmente apareceu uma alternativa: é o Pr William Silva Iack, de Brasília.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A França é retrógrada!?


Franceses saíram às ruas contra a adoção de filhos pelos casais gays. Mas nenhum dos veículos acessados ousa dizer que os franceses são retrógrados. Não é um mimo? Aqui no Brasil se alguém não quisesse votar em determinados candidatos "progreçistas" a imprensa taxava logo. Esses franceses... Emblemático é aquele cartaz... Como é que diz mesmo? Uma mãe, um pai, nada de mentiras para as crianças? França retrógrada. O Brasil é que é moderno.

Pronto, já começou a escatologia barata!

Os EUA foram punidos, o centro financeiro foi afetado, o capital parou dois dias. Haja escatologia de terceira categoria. Estou sem tempo para desancar os apologetas de meia-tigela. Mas fica o registro aqui. E ainda dizem que eu sou crítico.