segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Tropas com a moral em baixa...

Moral da tropa é uma expressão de origem militar, para indicar o nível de ânimo de uma unidade em combate. Pode, perfeitamente, ser apropriada para indicar o ânimo de uma igreja em prol de determinado objetivo. Nos modernos cursos de auto-ajuda, os palestrantes utilizam as mais diversas técnicas para enfatizar a necessidade que equipes têm de se manter motivadas. O homem é o único ser do mundo que pode mudar para outra casa, outra escola, outra igreja, por pura insatisfação. Um gato enxotado volta sempre à mesma casa. Jamais veremos um cachorro com as malas nas costas indo embora, insatisfeito com a casa aonde vive. Mesmo famélico, vai ao açougue mendigar os restos e volta abanando o rabo para seu pobre dono.

Na Bíblia, há diversos momentos que tais sentimentos permeiam as narrativas. A tropa estava desestimulada, por exemplo, quando Davi chegou a Ziclague (I Samuel 30). Os soldados de Davi haviam caminhando três dias e estavam exaustos. Mas o pior os aguardava. Os amalequitas haviam invadido a cidade e levado os habitantes cativos. Também queimaram a cidade à fogo. Os soldados choraram tanto que não lhes sobrou mais forças. Recriminaram tanto o líder que intentavam matá-lo apedrejado. Neste contexto Davi reanimou-se, elevou o moral da tropa e conseguiu vencer os invasores e recuperar o que havia sido saqueado.

Neste texto queremos nos ater em algumas daquelas influências que fazem a moral da tropa evangélica minar. Atenção para a paráfrase com as tropas militares. Quem lê, entenda:
- Ordens confusas. O capitão dá uma ordem em oposição à do coronel, seu superior. A tropa não sabe a quem seguir. Feita a opção começam os questionamentos e a confusão. O tempo gasto na apuração de onde começou a contradição é precioso. Resultado: a perda de uma guerra por vezes;

- Falta de referencial. Os oficiais das Forças Armadas são conhecidos por serem homens experimentados naquilo que impõem aos seus subordinados. Por vezes, o treinamento para aprovação numa patente superior é esmagador em relação à anterior. Cada homem prova seu valor para ascender. Quando a ascensão se dá por apadrinhamento, por nepotismo e outras pragas os preteridos tendem a relaxar e ficar desmotivados;

- Falta de comando. É aquele quadro no qual todos mandam e ninguém obedece. Falta punição aos faltosos. Critério nas ordens. Elas mudam a todo momento. Organograma indefinido. Um caos administrativo total. Empoderando as pessoas erradas, premiando a incompetência, gastando perdulariamente, priorizando as coisas e pessoas erradas, dando espaço para o fuxico e a rádio patrão, na qual notícias infundadas correm soltas, certamente perde-se o ânimo da tropa. Por vezes, a falta de comando ocorre pela ausência do líder aonde e quando é necessário;

- Falta de iniciativa. O que fazer diante de uma ameaça? O comandante da unidade não pode divagar. Ele tem que tentar a melhor alternativa. Ou tentar qualquer uma na falta de uma melhor. O que não pode haver é inação. Do contrário, a moral escorre pelo ralo. Foi assim que aconteceu com Babilônia, uma fortificada cidade cujo rei tendo às portas os medo-persas promoveu uma festa e morreu embriagado. Dizem alguns historiadores que os soldados estavam tão bêbados que não puderam reagir. Iniciativa também equivale a tempo. Um minuto perdido numa batalha, pode significar a perda de uma guerra;

- Covardia. Há inúmeros relatos de comandantes que fugiram na batalha. Os soldados foram mortos por pura covardia. O covarde nem sempre é o que corre, mas também o que não age. No calor da batalha os fracos voltam. É o que aconteceu a Gideão. Vinte e duas mil pessoas voltaram para casa. Um comandante corajoso inspira coragem a seus subordinados fazendo-os cometer atos de bravura impensáveis. Assisti filmes históricos sobre a Segunda Guerra Mundial, que é uma fase bem documentada, nos quais batalhões inteiros fizeram coisas incríveis somente por inspiração de seu comandante;

- Prepotência. Às vezes, os soldados seguem as ordens, mas apenas para preservar sua pele. É uma situação surreal. O comandante pensa que é seguido, respeitado, na verdade o que acontece é puro medo. O ânimo se esvai quando a loucura toma o lugar da prepotência e o comandante começa a dar ordens tresloucadas. A tropa não obedece e ele começa a torturar os subordinados. Outro aspecto da prepotência é a falta de análise. Tão cheio de si, o comandante se lança à batalha sem analisar as consequências. Perda na certa, não raro da própria tropa. Por outro lado, a prepotência se manifesta na falta de humildade para reconhecer erros e aprender com eles. Quando ocorrem, fica procurando a quem culpar. Com medo a soldadesca não alerta o comandante dos problemas. Ruína certa;

- Mitomania. Muitos comandantes dormem sonhando com o reconhecimento. Eles não aguardam que tal venha em decorrência de sua qualidade de comando e do tempo que é o senhor da história. Querem aparecer a qualquer custo, rapidamente. Propaganda é o seu forte. Aliás, seu único forte. O resultado é que a tropa nas coxias faz as maiores zombarias;

- Indiferença. Há líderes aos quais não interessa o assunto. Não estão nem aí para a motivação da tropa, apenas estão preocupados em manter o status quo, enquanto flanam aqui e ali.

Que Deus nos ajude a sermos líderes conforme o seu coração.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Deus Mídia


Quem diria? Nem a escatologia mais refinada apontou o midiatismo como deus destes dias finais. A TV dita os costumes, distorce as verdades sobre Deus e sobre os homens, escraviza a audiência, rouba tempo do sono, da reunião familiar e da Igreja. Somatiza os medos e anseios, ainda os mais distorcidos e é festejada como inovação. O que parecia entretenimento, virou doutrinação grosseira e impositiva. Não reze pela cartilha e você estará perdido. Os atores foram eleitos à condição de pensadores, mais: emitem fatwas para a divergência. Os apresentadores dominam a pauta social. Se eles quiserem...

Cria seus mitos, evangélicos, inclusive, depois os devora e descarta. Utilitarista, pragmática, autofágica. Quem poderá detê-la? Uma mídia evangélica? Como? Se no nascedouro o processo travestido de Igreja faz suas vítimas? O arremedo que temos já deixou quantos pelo caminho? Aliás, interagindo com suas premissas as igrejas estão deixando as pessoas na estrada sangrando. Só lhes interessa num processo útil, depois são solenemente ignoradas. Inconfessáveis reuniões são feitas nas quais os donos do pedaço arrancam dinheiro de pastores ávidos por aparecer e empoderar impérios religiosos, ou ao menos mostrar que tem tal poder.

A internet não foge à regra. Blogs à sua maneira fazem o trabalho sujo. Se não tivermos cuidado somos engabelados na masmorra tecnológica. Expostos em nossas entranhas nos tornamos vulneráveis às tendências idiotizantes. O Facebook revelou o que pensa e como age a massa gospel. E ela carece do mesmo problema de todas as Outras pessoas. Conseguimos tornar inerte a ação do Evangelho. O processo não é novo, torna-se a cada dia mais revelador da verdadeira alma evangélica. Que Deus nos ajude...

Tristes tempos!

sábado, 9 de novembro de 2013

Dia da Bíblia: comemore conosco!



Teremos uma programação especial com foco evangelístico, comemorando o Dia da Bíblia. No dia 07, estaremos evangelizando todo o bairro. No dia 08, um desfile culminando com uma Concentração Evangelística, às 14:00h. Junte-se a nós!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Retratos da cena evangélica


Feira de tecidos. Feirantes vários. Vários evangélicos entre eles. Concorrência acirrada.

Duas irmãs chamam uma concorrente, não evangélica, num canto. Reclamam do preço que pratica.

Em dado instante disparam em línguas estranhas. Grande é o alarido, ao qual acodem inúmeras outras pessoas.

A duas dirigem palavras de ordem em profecia àquela senhora. Dizem que ela deve ser mais humilde, que Eu sou grande, que humilho e exalto.

Uma observadora evangélica julga. É carne. A reunião se dispersa...

Minutos depois chego ao recinto. O gerente maçom me indaga: O que acho? Não tenho juízo formado. Ele me segreda já ter participado de outras reuniões evangélicas assembleianas, nas quais ouviu profecias e línguas. Lembra que sentiu poder no ar. Desconfia que desta vez parecem mais possuídas do que usadas por Deus...

Dou de ombros, aproveito para falar de Jesus e da doutrina pneumatológica.

Seria a cena um impedimento a que se abra uma fresta?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Uma imagem que vale um milhão de palavras!

Difícil explicar. Meu amigo virtual Artur Souza, depois de OITO anos de preparação estará sendo ordenado presbítero. Vocês não leram errado, OITO ANOS!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ajude-nos a encontrar Lutero!


Começou assim. Todo mundo queria ser o reformador. Fizeram vários clones, masculinos e femininos. Com as portas envidraçadas das catedrais não é mais possível afixar tese alguma. Aí criaram a blogosfera evangélica e nela afixaram suas próprias teses. A vantagem consolidada da internet fez com que as mais esdrúxulas ideias corressem o mundo, sob o manto de uma nova Reforma. Muitos Luteros à solta... Veio o Facebook e se tornaram uma legião.

Depois, ficou difícil identificar qual dos clones é o ponto de partida. Todos parecem nos ideais, nas minúcias, nem tanto. Primeiro, ninguém quer renunciar ao status quo. Alegam que não conseguiriam sobreviver sem dinheiro e sem roupas. Ano Novo chegando... Ninguém quer se esconder, todos querem aparecer, ter os quinze minutos de fama. Uns ou outros, protegidos de príncipes como o original, pensam que castelos são lugares soberbos. Mal apertam as coisas, fogem e deixam outro clone em seu lugar. Ou não deixam ninguém! Deu de ultimamente os Luteros causarem escândalos e divisões. O pecado e a ganância deles está carcomendo o legado da própria Reforma de 1517.

A maioria dos clones não sabe o que é traduzir uma mísera linha das línguas originais. Embora todos fiquem encantados com as músicas hebraicas e insiram em suas prédicas os termos gregos. Mal pronunciado é verdade, mas inserem e impostam. E como impostam!? Às vezes, só é possível identificar a impostura olhando com lupa. Alguns deles não sabem nem mesmo o que querem. Pois ao verem satisfeitos seus desejos, partem em busca de novidades. Impressas suas teses dariam um livro.

Outra característica que os une é seu despreparo intelectual. Alguns forjam diplomas, outros fazem uns cursos de teologia de seis meses, profundos como um pires. Não leem a Bíblia, não oram, não jejuam, não estudam, não pesquisam, não se aprofundam. Querem apenas mudança. Não querem se doar, ajudar, se desgastar pelo trabalho árduo do dia-a-dia eclesiástico. Deram-se vários títulos: conferencista, palestrante, bispo, apóstolo, televangelista. Pasmem! já há Luteros autoproclamados querubim e serafim! Uns já ensaiam vôos em pleno púlpito, outros derrubam pessoas durante as prédicas somente assoprando.

Criaram até um dia para relembrar que todos devem almejar uma Reforma para chamar de sua. Neste fazem shows evangélicos, travestidos de culto, põem a multidão para sacolejar, gritar e pular e no fim vai todo mundo embora, sem saber o que é fé, graça, Escritura, Cristo ou glória a Deus. Sem contar os milhões desviados para a promoção dos eventos. Aliás, os próprios cantores são reformadores à sua maneira. Uns cobram 10, outros 20, outros 80 mil por uma apresentação. O que há de ser um reformador sem dinheiro e sem jatinho?

Toda Igreja agora tem um ou mais Luteros. Quando ela não os apóia eles criam clones e ficam em casa. Basta que sejam preteridos numa ocasião ou que o pastor não dê aquela oportunidade. Outros Luteros ficam emburrados quando não reconhecidos. Todos se acham com potencial. A maioria tem certeza que é a última coca-cola no deserto. O que os distingue é a fome pelo poder. Cada um quer seu próprio nicho, de tal maneira que se fossemos criar uma igreja para cada conjunto de especificações deles, faltariam terrenos.

Ajude-nos a encontrar o verdadeiro Lutero. Está cada dia mais difícil.

domingo, 3 de novembro de 2013

Excelente dica!

Que tal uma Bíblia completa com mapas, referências e diversas versões para leitura e estudo em seu PC? Faça o download da TheWord. Instruções aqui.

sábado, 2 de novembro de 2013

Reforma Protestante faz 496 anos - Dá para comemorar?


 
 No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero, publica suas famosas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas.
A Reforma iniciada por Lutero, embora tenha sido motivada primeiramente por razões religiosas, também foi impulsionada por razões políticas e sociais.
Como gosto de filmes vou sugerir alguns para quem quiser entender um pouco aquele conturbado momento histórico: Sobre Lutero há dois bons filmes, um antigo, feito em 1953, em preto e branco distribuído pela Comev no Brasil, com o título "Martinho Lutero" e o mais recente de 2003, "Lutero".
Ao ver esses filmes, dá-se para ver como foi a Reforma, do que ela pretendia libertar os seres humanos, e, também, no que nós, reformados, protestantes e evangélicos, nos tornamos no curso dos séculos, voltando ás práticas das quais aquele evento histórico pretendia nos libertar.
A ironia de toda a história é que a Reforma Protestante acabou por, de certa forma, salvar a Igreja Católica da força obscurantista que haveria de destruí-la, caso a Reforma não lhe tivessem servido de advertência histórica quanto ao fato que há limites para o que o abuso humano feito em nome de Deus.
No entanto, o que se faz nos dias atuais em nome de Deus, é igual, ou até pior do que o que se fazia no século XVI, visto ser incompatível não somente com a Palavra, mas também com os tempos e as luzes de esclarecimento que há mais disponível hoje do que naquela época.
Nos dias de Lutero, o clero católico vendia o céu, agora é só ligar a televisão para vermos pastores evangélicos venderem a Terra. As nossas indulgências já não tem a ver com a salvação, mas com a prosperidade terrena.
Assim, não busque por relíquias sagradas entre nós, e bulas papais, mas sim enxergue o sal grosso, as campanhas de prosperidade, as barganhas com Deus e, sobretudo veja como tudo era e continua a ser movido pelo dinheiro e pelo poder.
Mais do que nunca, se precisa de uma Revolução Espiritual em nós, pois uma uma nova Reforma provavelmente não resolveria, sob pena de que vejamos a Nova Era e todas a filosofias orientais dominarem a Terra, e isto apenas porque o Cristianismo insiste em não se converter à Graça de Deus, pois, prefere o poder que alcançou na Terra do que os tesouros do Reino de Deus.
Não há o que comemorar no dia da Reforma Protestante! Temos que ver Lutero e a Reforma e tentar discernir o nosso tempo, antes que seja tarde.