terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O que não mudou em 2013 no mundo evangélico...

Fazer uma lista dessas não é fácil. Há opiniões e gostos diferentes a ressaltar. Falo por mim. Alguns itens são reminiscências do blog. Volteiam à minha cabeça. Não há como esquecê-los. Não há nível de importância. Absolutamente aleatório... É reflexão, sem carapuças. Temos, porém, que tomar exemplos da realidade. O blog é propositivo e realista. Enfim, não mudaram:

1) A impressão de que os pastores adoram pessoas que os bajulem e se comprazem em estar cercados do maior número possível de aduladores! Com o Facebook a coisa se adensou. O que tem de líderes adulando seu superior... A meritocracia tem descido a níveis críticos...

2) O desfoque do que é missão. A Igreja não faz missão, ela é a missão! Construir uma igreja, evangelizar aos domingos, manter uma vida irrepreensível, custear missões transnacionais, ensinar a Palavra, orar, jejuar são aspectos de uma mesma missão, um tão importante quanto o outro!

3) A teimosia em pregar sobre a mulher do fluxo de sangue. De 52 possibilidades de pregações ouvidas aos domingos, 20 são sobre o assunto diretamente e 20 são citações relacionadas. Por que se gosta tanto da história é um mistério que persiste há décadas... Se somarmos os outros cultos, aí a coisa fica crítica!

4) A teimosia em pregar sobre o Novo Testamento. Novamente dos 52 domingos de um ano, em 45 teremos pregações sobre esta parte da Bíblia. Não sabemos o porquê! Minha teoria particular é que dá muito mais trabalho pregar em Jeremias ou Isaías.

5) A intensa repetição de hinos nos eventos. Os orgãos se sucedem mas os hinos continuam os mesmos. E a ladainha monocórdica também! Não mudou também a tendência de ressaltar um ou outra voz, pondo-lhe um microfone adiante. É grupo ou pessoa? Não chegamos a um consenso.

6) A teimosia em confundir quantidade com qualidade. Exposição midiática com representatividade espiritual. Tais aparições só obscurecem o senhorio de Cristo sobre a vida da Igreja. Há momentos vergonhosos em 2013, nos quais parece que queríamos ser maiores que o próprio Jesus.

7) A teimosia em cantar hinos antropocêntricos. Há vinte e tantos anos meu professor de música dizia que massageiam nosso ego. Não conseguimos superar o afago...

8) A tentação megalomaníaca. Quanto maior, melhor: templos, orgãos, eventos. Tudo e todos do mesmo jeito Brasil afora. Se, por exemplo, a quantidade de decisões fosse proporcional à de fotos de eventos postadas neste espaço virtual, o Brasil todo já seria evangélico!

9) A miopia bíblica. Portar, até portamos, já ler, estudar e meditar é outra história.

10) A teimosia em lançar Bíblias de Estudo. É a Bíblia do Obreiro Aprovado, para obreiros reprovados em teologia. A Bíblia da mulher que ora, para as mulheres que não oram, só falam da vida alheia, com o perdão da generalização. Bíblia do Jovem, que passa o dia no Facebook. Bíblia de Estudo de estudiosos que falam obviedades. E vai por aí afora...

11) A fome e a ânsia por cargos e espaços. Dos mais elevados orgãos às minúsculas células todos querem ser e aparecer. Isso citando ao pé da letra: Convém que Ele cresça e eu diminua... É brincadeira?

12) A teimosia departamental. Surgiu uma necessidade se cria um departamento. Ninguém pensa: é possível separar um grupo dentro do orgão para fazer este trabalho, que, por vezes, é o mesmo trabalho de forma mais aprimorada. Por outro lado, um conjunto quer cantar melhor? Cria-se um grupo de louvor dentro dele! Ao invés de aprimorar o grupo todo. Aí vem superintendente, supervisor, mestre, contra-mestre, secretária, tesoureira, caixa, aniversário, despesas, espaços em cultos (que já são exíguos) para cada novo departamento. O ministério de Dilma perde de lavada.

13) A falta de aplicação do que aprende na EBD e nas EBOs. O estudo flui, o aprendizado está por toda parte. Já colocar em prática... O que tem de vídeo no YouTube ensinando sobre a Bíblia não se conta. As pessoas os assistem, até vibram com eles, mas desistem de colocar as premissas em prática.

14) A teimosia de pregadores em usar chavões e frases de efeito. Toque no seu irmão, diga para ele isso ou aquilo, grite para estourar os ouvidos do Diabo, urre perante seu Deus e vai por aí afora. O que dizer dos que imitam outros pregadores? Uma lástima!

15) A teimosia em afetar poder. Uns gritam, outros imitam línguas, outros pulam. Não à toa um dos vídeos que bombou na web em 2013 mostrava um trampolim humano no púlpito. Poder não tem a ver com gestualização, nem com olhos esbugalhados, socos ao vento. Poder tem a ver com unção e graça visando resultados práticos para o reino de Deus! Se almas, por exemplo, não se convertem temos que reavaliar que poder é esse!

16) O desleixo com o Sertão brasileiro. Milhões de pessoas habitam o semi-árido nordestino. Uma região relativamente fácil de alcançar, se houvesse boa vontade e desejo sincero. Salvo as raras e honrosas exceções, continuamos só tendo olhos para o exterior...

17) A teimosia em confundir usos e costumes com doutrinas bíblicas. E até justificar certas opções distorcendo textos bíblicos.

18) A teimosia em confundir movimento com avivamento. A turma até sacoleja e faz uns gestos irreconhecíveis. No fim, não sobra nada e vai todo mundo pra casa. O verdadeiro avivamento traz compromisso com a Obra de Deus. Avivamento que não leva as pessoas para a evangelização, por exemplo, é mero fogo de palha!

19) A teimosia em receitar fórmulas para o agir de Deus. Quer um novo emprego? Siga tais e tais passos. Um novo relacionamento? Siga os sete passos. Resultaram em retumbante fracasso. Deus não trabalha no timing do homem!

20) A associação cada vez maior com a política secular. Aliás, tem Câmara de Vereadores perdendo para algumas igrejas. Estouraram vários casos ao longo de 2013 que não deixaram dúvidas sobre essa constatação. A apropriação indébita, a locupletação, o nepotismo, o apadrinhamento, o fisiologismo floresceram e criaram raízes no ano que se finda.

21) A falta de transparência com o dinheiro alheio. Os pastores, com o perdão da generalização, esquecem que gerem recursos públicos e que devem prestar contas ao maior número possível de um grupo seguro dentro da Igreja. Infelizmente, corremos o risco de assaltos e por isso é desaconselhável a exposição desenfreada de cifras. Entretanto, não podemos ter caixas pretas em nossas administrações financeiras. Curiosamente, ao serem pilhados com a boca na botija, muitos ungidos fogem pela tangente...

22) A tentativa de terceirizar as culpas. É o Diabo, são os neo-pentecostais, é o PL 122/2006, são alguns movimentos sociais. Na maioria esmagadora de nossas dificuldades nós fomos os primeiros empecilhos para crescer e se organizar. Por capricho pessoal, omissão, leniência ou miopia, nós fomos os culpados. Que Deus nos ajude a ver a dimensão de suas possibilidades em nós em 2014!

Talvez eu aumente a lista.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A quem interessa Jesus numa manjedoura?


Saltou aos meus olhos as representações de Jesus, sempre na manjedoura. Não que tenha sido diferente desde que se comemora o Natal e que não se deseje a vinculação entre seu nascimento e a data comemorativa. Uma outra questão está no background da cena. Há interesse em vê-lo neste exato lugar. E daí não retirá-lo mais!

Interessa à Igreja Católica. O nascimento de uma criança é um momento único na vida de uma pessoa. Com a imagem da manjedoura eles conseguem uma atenção que jamais teriam de outra forma. Quantos não passam o ano longe da igreja e no Natal a visitam.

Interessa ao comércio. Claro, evidente, o link é inevitável. As vendas crescem. Os preços sobem como nunca. O comércio pode diversificar seus produtos e aumentar a oferta.

Interessa às pessoas distantes de Deus. Jesus numa manjedoura não julga, não condena. Deixemos o Filho de Deus sempre criança, assim ele não chega ao estágio descrito nos dois primeiros capítulos do Apocalipse. Lá está escrito que não mais pode ser contido numa estrebaria. Detém todo poder no Céu e na Terra, sonda e conhece seus servos e a Igreja!

Em suma, Jesus numa manjedoura não interfere em nada de errado que se faz no Natal.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Um Jesus cansado faz milagres, o que não fará hoje, entronizado?


Você sabia: Que quando Jesus curou a filha da mulher siro-fenícia, em Marcos 7:24, estava extremamente exausto, a ponto de pedir que ninguém o incomodasse? Mas a insistência e a fé da mulher moveu o seu coração, de maneira que Jesus expulsou à distância o espírito maligno que atormentava a criança. Agora, imagine hoje, com todo poder e autoridade em suas mãos, o que o Senhor não fará por você?

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Uma reflexão aos pastores...

Hoje é Dia do Pastor. Eu sou evangelista com ação pastoral em três congregações. Gostaria de lhes dirigir a palavra, meus prezados amigos. Sei que poucos pastores lerão estas linhas. Dos que lerem a maioria vai ignorar. Não vejo problema. Já ignorei textos de outros... Diversas destas linhas já estavam esboçadas em minha mente. Faltava-lhes dar forma, ao menos virtual.

Dentre as várias abordagens possíveis, gostaria de falar de tempo e energia. É que nunca gastamos tanto de ambos em coisas tão longe dos interesses do Reino de Deus. Quanto tempo temos gastado na leitura na Palavra de Deus? Quanta energia temos empreendido para ler e compreender um livro massudo? Quanto temos nos esforçado para anunciar Jesus, longe dos holofotes, visitando pessoas em suas casas? Quanto tempo e energia temos gasto debatendo questões administrativas e eclesiásticas, cujo único fim é a elevação de nomes e denominações? Quanto tempo gasto com futrica e debates que não produzem efeito prático? Quanto tempo temos gasto lendo e assistindo TV, filmes, séries e até mesmo novelas que apenas nos esvaziam dos valores bíblicos?

As respostas a estas perguntas me preocupam. E vou dar ao menos uma justificativa. Nunca ouvi falar de alguém que adulterou gastando tempo em compor uma apostila para seus líderes ou preparando o sermão do culto dominical. Mas já ouvi de pessoas que estando em debates sobre poder, dinheiro, espaço, acabaram dando espaço a pecados vergonhosos. Afinal um abismo chama outro abismo. Sem contar que os mortos e feridos aumentam o montante do combate pessoal e particular, nada a ver com a verdadeira guerra contra o Inferno e o pecado.

Nestas horas lembro de Davi. Idealista, corajoso, destemido, estrategista. Mas tão acomodado e distante da guerra verdadeira, perdeu-se nos braços de Bate-Seba. Não consigo esquecer de um irmão numa das cidades do Recife. Queria ser consagrado ao ministério a qualquer custo. Vivia nas esquinas e ao término dos cultos debatendo o que era bom ou mau para a Igreja, o que o pastor fazia ou deixou de fazer. Terminou no suicídio!

Sei que não é o que gostariam de escutar. Assinto com grande tristeza, mas é assim que a vida ministerial funciona. Ouço de obreiros cansados, mas muito menos pelo trabalho propriamente dito do que pelas ânsias por poder e cargos. Lamentavelmente, nossa energia se dissipa sem que movamos um prego nos limites do reino de Deus.

E não é Ele quem ganha com tanto desperdício... Que Deus nos guarde.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Dave Hunt coloca o Calvinismo em cheque!

Um vídeo prazeroso para uma manhã de domingo. No Brasil eles emitem suas doxas, até sobre as igrejas pentecostais históricas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

SUICÍDIO PASTORAL

Um artigo que eu gostaria de ter escrito...

Por Izadil Tavares

Chega-nos notícia triste e preocupante: num període 30 dias, três pastores evangélicos suicidaram-se nos Estados Unidos. Como sobre qualquer fato trazido à tona, chovem comentários de toda espécie; uns, que merecem reflexão, e outros completamente dispensáveis.

Creio que o primeiro ponto a lamentar não é a condição, digamos, profissional daquelas pessoas, mas o fato de serem nossos semelhantes, seres humanos, homens. Claro que a atividade que exerciam leva-nos a um segundo ponto a lamentar, uma vez que tinham a tarefa de conduzir almas.

Se levarmos em conta a questão de sua humanidade, a explicação daquelas ocorrências tornar-se, de certo modo, compreensível: a causa foi doença. Doença do equilíbrio emocional, que, talvez, a Psiquiatria e a Psicologia possam ajudar a esclarecer. Quem se suicida não está sadio; não está no domínio adequado à normalidade da existência. Logo, os três pastores foram, no mínimo, vítimas do desequilíbrio emocional. Como não sou experto nas matérias que se aplicam a determinar causas psiquiátricas, nem psicológicas, calo-me, entristecido pela perda de semelhantes.

Agora, um ponto crucial: os suicidas eram pastores evangélicos. Sabe-se que o exercício da função pastoral impõe a condição de guia, de condutor de almas nos caminhos do evangelho. O pastor é, ao mesmo tempo, "guia" de almas, "enfermeiro" de corações, "professor" de incautos, "pai" de aflitos, "amigo" de "isolados". O pastor tem de ser o "profissional da inclusão". Como entender que abandone suas ovelhas e pratique ato tão devastador?

Imaginemos o peso das responsabilidades que coloquei sobre os ombros de um verdadeiro pastor. Aqui não faço qualquer referência aos milhares de mercenários que há por aí. Trata-se de uma carga pesadíssima para qualquer ser humano. Isso justifica que se desequilibrem ao ponto do suicídio? Claro que não.

Vivemos uma época em que as pessoas são excessivamente cobradas quanto àquilo que fazem. Com a atividade pastoral a pressão não é menor. O pastor está constantemente sob os olhares das ovelhas (que não são tão ovelhas assim). Em muitas igrejas modernas o pastor não passa de um funcionário pago para "exercer bem" o seu papel. O pastor saiu da condição de líder em sua comunidade para a condição de liderado por uma administração eclesiástica, pronta para substituí-lo, se "necessário".
Por outro lado, há sistemas em que os pastores passaram a ser executivos; espécie de empresários voltados para o crescimento de seus "ministérios". Por isso, não repartem responsabilidades, acumuilam funções, resolvem todas as questões relativas às "suas" igrejas. Esses tais, por força do rumo de suas atividades, paulatinamente se desviaram de serem "enfermeiros" de corações, "professores" de incautos, "pais de aflitos", "amigos" de isolados", para serem "diretores" de um sistema que, sem dúvida, lhes afogará a condição de seres humanos e, principalmente a condição de "servos de Deus". Assim, já não têm tempo para uma "igreja", para seus membros, pois estão envolvidos com a avidez de "ampliarem suas estacas".

Que trajeto fazem esses homens? O mesmo trajeto de grande parte dos executivos mundanos, cujo coração não suporta a pressão dos negócios e sucumbem aos infartos, aos AVCs, aos cânceres, quando são felizes. Os infelizes metem uma bala na cabeça, infelizmente.

Não me ponho a julgar aqueles três pastores americanos; não conheço a história deles, mas não posso deixar de trazer essas observações. Como já manifestei, as causas dos suicídios podem ser explicadas pela Medicina, assim,esses atos podem ser causados pore enfermidades mentais ou não.
Todavia, não seria bom se nossos pastores meditassem nisso? Não seria bom se dividissem um pouco suas cargas administrativas, fazendo o que fizeram os discípulos que deram início ao trabalho eclesiástico? Aqueles pastores tiveram bom senso: reunidos concluíram pela necessidade do diaconato (At 6. 1-7).

Também a igreja moderna poderia se voltar para o modelo primitivo: "E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns" (At 4.32).

Não se trata, necessariamente da distribuição absoluta dos bens materiais; mas, trata-se da necessidade de repartir e de assumir responsabilidades que não pesem demasiado sobre os ombros deu um ou de dois.

Vamos rever nossos caminhos, antes que ocorram infortúnios irreparáveis para pessoas e para a Igreja!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Nosso lugar na história

Este humilde aprendiz já viu um pouco de filmes reais. Aqueles fatos que ocorrem na esquina, nas ruas, nos púlpitos. Tudo é história. Há os atores, protagonistas, coadjuvantes. Todos são importantes. Desde aqueles personagens mais inverossímeis, até os que se acham e depois perdem todo balanço ao longo da narrativa. Precisamos ter consciência de que somos parte da história, mesmo quando ainda não compreendemos nosso papel, nosso script. A diferença fundamental entre a gravação de uma ficção e o que acontece na vida real não são os personagens, nem os efeitos, nem o roteiro, é que a história não se repete.

Olho para Paulo e o vejo em diversas situações aproveitando as oportunidades. Seja quando se separou de Barnabé, e seguiu um caminho oposto com Silas, quando expulsou o demônio da mulher que o atormentava com elogios, quando confrontou Pedro a respeito da salvação dos gentios. Paulo manteve a porta da oportunidade aberta, para que não pudesse perder nenhum relance.

Um pai, vez ou outra, precisa dar um grito em casa. O vaqueiro na boiada. Todos, enfim, podem perder aquele momento definitivo, a menos que tomem a decisão correta. Como será nosso lugar na história? Não aquela história oficial, cheia de omissões, socorrendo as contingências, mas aquela correta e da qual todos sabem? Como você se referiria a si mesmo, confrontado com sua vida? Você aproveitou as oportunidades ou foi omisso? Você tomou as decisões possíveis e necessárias ou se acovardou?

Conheci gente que começou muito bem, altaneiro, vigoroso, apegado. O tempo se encarrega de talhar os fracos e eles foram ficando pelo caminho. Dúvidas existenciais, falta de compromisso, falta de reconhecimento. São tantos os motivos que desfiguram nossos quadros... Um ou outro aparece novamente na narrativa. A maioria fica na memória. Tenhamos cuidado. Devemos ir até o fim (Daniel 12:13). É lá que a história termina.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A janela 10/40 brasileira que não interessa a quase ninguém!

Dá-se o nome, prezado leitor, de janela 10/40 à coordenadas geográficas do mapa mundi na qual estão alguns dos mais perigosos países para a pregação do evangelho. A referência é chamativa e serve até mesmo a propósito nada cristãos. Destacamos a importância de termos em mente que algumas pessoas no mundo não podem testemunhar de Cristo, nem ir à uma igreja. Devemos orar por este objetivo.


Porém, temos algo parecido no Brasil. Sim, prezados. Nesta faixa marrom do mapa abaixo é quase proibido falar do Evangelho. Em alguns lugares se perde o emprego. Em outros se perde a família. A hegemonia católica se impõe e desafia o evangelismo. Pior, algumas igrejas brasileiras afeitas à região fecham os olhos. A alegria que existe, por vezes, para enviar um missionário em missões transnacionais não é a mesma para enviar alguém até Cajazeiras ou ao Sertão do Piauí.


Oremos por nossa janela 10/40. Pode não chamar muito a atenção, mas há almas perdidas nela.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Tropas com a moral em baixa...

Moral da tropa é uma expressão de origem militar, para indicar o nível de ânimo de uma unidade em combate. Pode, perfeitamente, ser apropriada para indicar o ânimo de uma igreja em prol de determinado objetivo. Nos modernos cursos de auto-ajuda, os palestrantes utilizam as mais diversas técnicas para enfatizar a necessidade que equipes têm de se manter motivadas. O homem é o único ser do mundo que pode mudar para outra casa, outra escola, outra igreja, por pura insatisfação. Um gato enxotado volta sempre à mesma casa. Jamais veremos um cachorro com as malas nas costas indo embora, insatisfeito com a casa aonde vive. Mesmo famélico, vai ao açougue mendigar os restos e volta abanando o rabo para seu pobre dono.

Na Bíblia, há diversos momentos que tais sentimentos permeiam as narrativas. A tropa estava desestimulada, por exemplo, quando Davi chegou a Ziclague (I Samuel 30). Os soldados de Davi haviam caminhando três dias e estavam exaustos. Mas o pior os aguardava. Os amalequitas haviam invadido a cidade e levado os habitantes cativos. Também queimaram a cidade à fogo. Os soldados choraram tanto que não lhes sobrou mais forças. Recriminaram tanto o líder que intentavam matá-lo apedrejado. Neste contexto Davi reanimou-se, elevou o moral da tropa e conseguiu vencer os invasores e recuperar o que havia sido saqueado.

Neste texto queremos nos ater em algumas daquelas influências que fazem a moral da tropa evangélica minar. Atenção para a paráfrase com as tropas militares. Quem lê, entenda:
- Ordens confusas. O capitão dá uma ordem em oposição à do coronel, seu superior. A tropa não sabe a quem seguir. Feita a opção começam os questionamentos e a confusão. O tempo gasto na apuração de onde começou a contradição é precioso. Resultado: a perda de uma guerra por vezes;

- Falta de referencial. Os oficiais das Forças Armadas são conhecidos por serem homens experimentados naquilo que impõem aos seus subordinados. Por vezes, o treinamento para aprovação numa patente superior é esmagador em relação à anterior. Cada homem prova seu valor para ascender. Quando a ascensão se dá por apadrinhamento, por nepotismo e outras pragas os preteridos tendem a relaxar e ficar desmotivados;

- Falta de comando. É aquele quadro no qual todos mandam e ninguém obedece. Falta punição aos faltosos. Critério nas ordens. Elas mudam a todo momento. Organograma indefinido. Um caos administrativo total. Empoderando as pessoas erradas, premiando a incompetência, gastando perdulariamente, priorizando as coisas e pessoas erradas, dando espaço para o fuxico e a rádio patrão, na qual notícias infundadas correm soltas, certamente perde-se o ânimo da tropa. Por vezes, a falta de comando ocorre pela ausência do líder aonde e quando é necessário;

- Falta de iniciativa. O que fazer diante de uma ameaça? O comandante da unidade não pode divagar. Ele tem que tentar a melhor alternativa. Ou tentar qualquer uma na falta de uma melhor. O que não pode haver é inação. Do contrário, a moral escorre pelo ralo. Foi assim que aconteceu com Babilônia, uma fortificada cidade cujo rei tendo às portas os medo-persas promoveu uma festa e morreu embriagado. Dizem alguns historiadores que os soldados estavam tão bêbados que não puderam reagir. Iniciativa também equivale a tempo. Um minuto perdido numa batalha, pode significar a perda de uma guerra;

- Covardia. Há inúmeros relatos de comandantes que fugiram na batalha. Os soldados foram mortos por pura covardia. O covarde nem sempre é o que corre, mas também o que não age. No calor da batalha os fracos voltam. É o que aconteceu a Gideão. Vinte e duas mil pessoas voltaram para casa. Um comandante corajoso inspira coragem a seus subordinados fazendo-os cometer atos de bravura impensáveis. Assisti filmes históricos sobre a Segunda Guerra Mundial, que é uma fase bem documentada, nos quais batalhões inteiros fizeram coisas incríveis somente por inspiração de seu comandante;

- Prepotência. Às vezes, os soldados seguem as ordens, mas apenas para preservar sua pele. É uma situação surreal. O comandante pensa que é seguido, respeitado, na verdade o que acontece é puro medo. O ânimo se esvai quando a loucura toma o lugar da prepotência e o comandante começa a dar ordens tresloucadas. A tropa não obedece e ele começa a torturar os subordinados. Outro aspecto da prepotência é a falta de análise. Tão cheio de si, o comandante se lança à batalha sem analisar as consequências. Perda na certa, não raro da própria tropa. Por outro lado, a prepotência se manifesta na falta de humildade para reconhecer erros e aprender com eles. Quando ocorrem, fica procurando a quem culpar. Com medo a soldadesca não alerta o comandante dos problemas. Ruína certa;

- Mitomania. Muitos comandantes dormem sonhando com o reconhecimento. Eles não aguardam que tal venha em decorrência de sua qualidade de comando e do tempo que é o senhor da história. Querem aparecer a qualquer custo, rapidamente. Propaganda é o seu forte. Aliás, seu único forte. O resultado é que a tropa nas coxias faz as maiores zombarias;

- Indiferença. Há líderes aos quais não interessa o assunto. Não estão nem aí para a motivação da tropa, apenas estão preocupados em manter o status quo, enquanto flanam aqui e ali.

Que Deus nos ajude a sermos líderes conforme o seu coração.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Deus Mídia


Quem diria? Nem a escatologia mais refinada apontou o midiatismo como deus destes dias finais. A TV dita os costumes, distorce as verdades sobre Deus e sobre os homens, escraviza a audiência, rouba tempo do sono, da reunião familiar e da Igreja. Somatiza os medos e anseios, ainda os mais distorcidos e é festejada como inovação. O que parecia entretenimento, virou doutrinação grosseira e impositiva. Não reze pela cartilha e você estará perdido. Os atores foram eleitos à condição de pensadores, mais: emitem fatwas para a divergência. Os apresentadores dominam a pauta social. Se eles quiserem...

Cria seus mitos, evangélicos, inclusive, depois os devora e descarta. Utilitarista, pragmática, autofágica. Quem poderá detê-la? Uma mídia evangélica? Como? Se no nascedouro o processo travestido de Igreja faz suas vítimas? O arremedo que temos já deixou quantos pelo caminho? Aliás, interagindo com suas premissas as igrejas estão deixando as pessoas na estrada sangrando. Só lhes interessa num processo útil, depois são solenemente ignoradas. Inconfessáveis reuniões são feitas nas quais os donos do pedaço arrancam dinheiro de pastores ávidos por aparecer e empoderar impérios religiosos, ou ao menos mostrar que tem tal poder.

A internet não foge à regra. Blogs à sua maneira fazem o trabalho sujo. Se não tivermos cuidado somos engabelados na masmorra tecnológica. Expostos em nossas entranhas nos tornamos vulneráveis às tendências idiotizantes. O Facebook revelou o que pensa e como age a massa gospel. E ela carece do mesmo problema de todas as Outras pessoas. Conseguimos tornar inerte a ação do Evangelho. O processo não é novo, torna-se a cada dia mais revelador da verdadeira alma evangélica. Que Deus nos ajude...

Tristes tempos!

sábado, 9 de novembro de 2013

Dia da Bíblia: comemore conosco!



Teremos uma programação especial com foco evangelístico, comemorando o Dia da Bíblia. No dia 07, estaremos evangelizando todo o bairro. No dia 08, um desfile culminando com uma Concentração Evangelística, às 14:00h. Junte-se a nós!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Retratos da cena evangélica


Feira de tecidos. Feirantes vários. Vários evangélicos entre eles. Concorrência acirrada.

Duas irmãs chamam uma concorrente, não evangélica, num canto. Reclamam do preço que pratica.

Em dado instante disparam em línguas estranhas. Grande é o alarido, ao qual acodem inúmeras outras pessoas.

A duas dirigem palavras de ordem em profecia àquela senhora. Dizem que ela deve ser mais humilde, que Eu sou grande, que humilho e exalto.

Uma observadora evangélica julga. É carne. A reunião se dispersa...

Minutos depois chego ao recinto. O gerente maçom me indaga: O que acho? Não tenho juízo formado. Ele me segreda já ter participado de outras reuniões evangélicas assembleianas, nas quais ouviu profecias e línguas. Lembra que sentiu poder no ar. Desconfia que desta vez parecem mais possuídas do que usadas por Deus...

Dou de ombros, aproveito para falar de Jesus e da doutrina pneumatológica.

Seria a cena um impedimento a que se abra uma fresta?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Uma imagem que vale um milhão de palavras!

Difícil explicar. Meu amigo virtual Artur Souza, depois de OITO anos de preparação estará sendo ordenado presbítero. Vocês não leram errado, OITO ANOS!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ajude-nos a encontrar Lutero!


Começou assim. Todo mundo queria ser o reformador. Fizeram vários clones, masculinos e femininos. Com as portas envidraçadas das catedrais não é mais possível afixar tese alguma. Aí criaram a blogosfera evangélica e nela afixaram suas próprias teses. A vantagem consolidada da internet fez com que as mais esdrúxulas ideias corressem o mundo, sob o manto de uma nova Reforma. Muitos Luteros à solta... Veio o Facebook e se tornaram uma legião.

Depois, ficou difícil identificar qual dos clones é o ponto de partida. Todos parecem nos ideais, nas minúcias, nem tanto. Primeiro, ninguém quer renunciar ao status quo. Alegam que não conseguiriam sobreviver sem dinheiro e sem roupas. Ano Novo chegando... Ninguém quer se esconder, todos querem aparecer, ter os quinze minutos de fama. Uns ou outros, protegidos de príncipes como o original, pensam que castelos são lugares soberbos. Mal apertam as coisas, fogem e deixam outro clone em seu lugar. Ou não deixam ninguém! Deu de ultimamente os Luteros causarem escândalos e divisões. O pecado e a ganância deles está carcomendo o legado da própria Reforma de 1517.

A maioria dos clones não sabe o que é traduzir uma mísera linha das línguas originais. Embora todos fiquem encantados com as músicas hebraicas e insiram em suas prédicas os termos gregos. Mal pronunciado é verdade, mas inserem e impostam. E como impostam!? Às vezes, só é possível identificar a impostura olhando com lupa. Alguns deles não sabem nem mesmo o que querem. Pois ao verem satisfeitos seus desejos, partem em busca de novidades. Impressas suas teses dariam um livro.

Outra característica que os une é seu despreparo intelectual. Alguns forjam diplomas, outros fazem uns cursos de teologia de seis meses, profundos como um pires. Não leem a Bíblia, não oram, não jejuam, não estudam, não pesquisam, não se aprofundam. Querem apenas mudança. Não querem se doar, ajudar, se desgastar pelo trabalho árduo do dia-a-dia eclesiástico. Deram-se vários títulos: conferencista, palestrante, bispo, apóstolo, televangelista. Pasmem! já há Luteros autoproclamados querubim e serafim! Uns já ensaiam vôos em pleno púlpito, outros derrubam pessoas durante as prédicas somente assoprando.

Criaram até um dia para relembrar que todos devem almejar uma Reforma para chamar de sua. Neste fazem shows evangélicos, travestidos de culto, põem a multidão para sacolejar, gritar e pular e no fim vai todo mundo embora, sem saber o que é fé, graça, Escritura, Cristo ou glória a Deus. Sem contar os milhões desviados para a promoção dos eventos. Aliás, os próprios cantores são reformadores à sua maneira. Uns cobram 10, outros 20, outros 80 mil por uma apresentação. O que há de ser um reformador sem dinheiro e sem jatinho?

Toda Igreja agora tem um ou mais Luteros. Quando ela não os apóia eles criam clones e ficam em casa. Basta que sejam preteridos numa ocasião ou que o pastor não dê aquela oportunidade. Outros Luteros ficam emburrados quando não reconhecidos. Todos se acham com potencial. A maioria tem certeza que é a última coca-cola no deserto. O que os distingue é a fome pelo poder. Cada um quer seu próprio nicho, de tal maneira que se fossemos criar uma igreja para cada conjunto de especificações deles, faltariam terrenos.

Ajude-nos a encontrar o verdadeiro Lutero. Está cada dia mais difícil.

domingo, 3 de novembro de 2013

Excelente dica!

Que tal uma Bíblia completa com mapas, referências e diversas versões para leitura e estudo em seu PC? Faça o download da TheWord. Instruções aqui.

sábado, 2 de novembro de 2013

Reforma Protestante faz 496 anos - Dá para comemorar?


 
 No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero, publica suas famosas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas.
A Reforma iniciada por Lutero, embora tenha sido motivada primeiramente por razões religiosas, também foi impulsionada por razões políticas e sociais.
Como gosto de filmes vou sugerir alguns para quem quiser entender um pouco aquele conturbado momento histórico: Sobre Lutero há dois bons filmes, um antigo, feito em 1953, em preto e branco distribuído pela Comev no Brasil, com o título "Martinho Lutero" e o mais recente de 2003, "Lutero".
Ao ver esses filmes, dá-se para ver como foi a Reforma, do que ela pretendia libertar os seres humanos, e, também, no que nós, reformados, protestantes e evangélicos, nos tornamos no curso dos séculos, voltando ás práticas das quais aquele evento histórico pretendia nos libertar.
A ironia de toda a história é que a Reforma Protestante acabou por, de certa forma, salvar a Igreja Católica da força obscurantista que haveria de destruí-la, caso a Reforma não lhe tivessem servido de advertência histórica quanto ao fato que há limites para o que o abuso humano feito em nome de Deus.
No entanto, o que se faz nos dias atuais em nome de Deus, é igual, ou até pior do que o que se fazia no século XVI, visto ser incompatível não somente com a Palavra, mas também com os tempos e as luzes de esclarecimento que há mais disponível hoje do que naquela época.
Nos dias de Lutero, o clero católico vendia o céu, agora é só ligar a televisão para vermos pastores evangélicos venderem a Terra. As nossas indulgências já não tem a ver com a salvação, mas com a prosperidade terrena.
Assim, não busque por relíquias sagradas entre nós, e bulas papais, mas sim enxergue o sal grosso, as campanhas de prosperidade, as barganhas com Deus e, sobretudo veja como tudo era e continua a ser movido pelo dinheiro e pelo poder.
Mais do que nunca, se precisa de uma Revolução Espiritual em nós, pois uma uma nova Reforma provavelmente não resolveria, sob pena de que vejamos a Nova Era e todas a filosofias orientais dominarem a Terra, e isto apenas porque o Cristianismo insiste em não se converter à Graça de Deus, pois, prefere o poder que alcançou na Terra do que os tesouros do Reino de Deus.
Não há o que comemorar no dia da Reforma Protestante! Temos que ver Lutero e a Reforma e tentar discernir o nosso tempo, antes que seja tarde.

domingo, 27 de outubro de 2013

Olha aí...

Sem querer tripudiar em cima da desgraça alheia, olha aí o que digo desde sempre sobre mídia evangélica, gestão administrativa errada e etc. Ainda volto a este assunto. Deixa arrumar tempo.
Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do PaísRodrigo Cardoso
Notícia completa em: http://www.noticiascristas.com/2013/10/a-espera-de-um-milagre.html#ixzz2ixV2FI4E 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pregadores mal humorados!?


Converso aqui e ali com muita gente sobre muita coisa. Algumas dessas conversas dão conta de pregadores mal humorados em EBOs, congressos, conferências. As igrejas os recebem de braços abertos, a audiência presta atenção à prédica, seus livros e DVDs são vendidos, mas não tente contato pessoal, um aperto de mão ou um sorriso. O interlocutor é tratado de maneira ríspida e esquiva.

É complicado entender, até porque muitos deles falam 70% da palestra em motivação e relações humanas. Sem contar que estamos num culto...

Outro problema é a pretensa superioridade. O sabe com quem está falando às avessas... Quantos livros você já escreveu? É formado em teologia? Tem pós? Mestrado? Fez Divindade? Dia desses uma pessoa me relatava certos ares de um palestrante (até fraco como confirmei depois numa palestra vazia e estupefaciente) que somente porque dá palestras de uma grande editora pelo Brasil acha que o público nordestino é pobre e burro.

Mistério profundo... É stand up ou pregação?

Por fim e para coroar a babaquice, não tente uma entrevista. A sub-celebridade é ciosa de sua imagem. E nem pense em tirar uma foto ao seu lado. Você será repelido inexplicavelmente.

De uma vez por todas, prezados, aprendam com Jesus!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pais aos quais não interessa a salvação dos filhos


Ontem, tivemos a abertura das festividades
do DEJEADALPE. É um órgão que congrega todos os adolescentes de nossa Convenção. Ali eles cantam, testemunham e se desenvolvem. Estavam empolgados, pouquíssimos faltaram, cantaram novos hinos, etc. A comemoração se estenderá pela semana. Conheço quase todos pelo nome e também conheço quase todos os pais, mesmo daqueles que não são evangélicos. No que diz respeito aos pais evangélicos vários não vieram à Igreja. Parecem não se importar...

Longe de ser uma crítica localizada, tomo a oportunidade para expor um problema que assola as igrejas: pais e mães aos quais não interessa a salvação dos filhos, se vão bem na Igreja, se estão caminhando para o Céu. Não é um problema novo, mas tem se agravado nos últimos dias. É um eco da ausência moderna. A muitos pais evangélicos hoje não recorre a responsabilidade espiritual pela vida de seus filhos. Para eles basta dar comida e roupa ou um celular.

Somos quatro irmãos que foram assistidos por uma mãe competente e ciosa. A hora do culto era sagrada. A presença marcante. Até quando adulto fui tomar conta do primeiro trabalho com jovens ao qual dediquei alguns anos, minha mãe era uma das componentes mais assíduas. Não, eu não sou um menino paparicado e mimado. Mas minha mãe compreendia que eu necessitava de sua oração e apoio. E mesmo não sendo jovem fazia questão de chegar bem cedo ao culto que eu dirigia, semanalmente.
Tento seguir o mesmo caminho. Exatamente há um ano fui à Natal, distante da minha casa 400km. No retorno fui direito para a Igreja, era uma apresentação do grupo no qual minhas filhas cantam. Cheguei cansado e atrasado, mas fiz questão de estar presente.

Alguns pais querem filhos bem-sucedidos profissionalmente. Se esforçam pela melhor escola, pela melhor faculdade. Isso é importante. Mas, como pais crentes, devemos nos preocupar em ter filhos salvos. Não apenas crentes nominais. Em dar exemplo para eles na Igreja. Lembro de várias lições da minha mãe, entre as quais chegar cedo, só sair depois do final e não atrapalhar o culto me movimentando pra lá e pra cá. Participar e se envolver em algum órgão afeito à minha idade era de suma importância.

Converso com pastores, até mesmo de outras denominações, e a preocupação é recorrente. Enquanto os filhos veem à Igreja, os pais estão em casa, fazendo sabe-se lá o que! Não se interessam pelo que os filhos fazem na Igreja, até mesmo se estão realmente frequentando os cultos. Quando algo dá errado ainda pontuam: Criei meus filhos na Igreja. Como? De que forma? Com que exemplo? Presente? Participando?

Mais do que ver nossos filhos indo bem na vida, devemos nospreocupar se estão indo bem na Igreja.

sábado, 19 de outubro de 2013

Como é que é?

Trecho de Alto Preço, música da cantora Damares:

Eu to pagando, eu to pagando,
O preço pra morar no céu eu to pagando.
Eu vou lutando, eu vou chorando,
Cada detalhe o Senhor está somando.
Eu to pagando, eu to pagando,
O preço pra morar no céu eu to pagando.
Eu vou lutando, eu vou chorando,
A santidade tem um preço, eu to pagando. 




Eu que pensava que o preço já estava pago...

Música completa aqui

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Editorial da Ultimato resume minha homenagem aos professores

Ensinar e aprender (e vice-versa) 
Ensinar e aprender talvez sejam os verbos que mais dão concretude à fascinante história da vida. Se amar é a essência, o que aprendemos e ensinamos com este mandamento torna real a essência, lapida a matéria-prima. 
Nada é feito ou experimentado no vácuo. Tudo gera lições. E é por meio delas que a humanidade caminha, de geração em geração. Todos somos professores, todos somos alunos. 
Aos professores de formação, agradecemos pelo esforço de nos lembrar de tudo isso.

sábado, 12 de outubro de 2013

Outro daqueles temas chatos...

Há alguns anos venho ecoando uma preocupação com a mídia evangélica. Impressa, radiofônica, televisiva. Alguns dos meus dez leitores entendem esta preocupação, outros tratam como bairrismo. Não sou jornalista, editor, radialista. Não tenho jornal, nem editora. O que há errado? Vamos por partes.

Leio, hoje, no Blog do Clóvis Rossi, jornalista da Folha de São Paulo, um post interessante dando conta que o Financial Times decidiu apressar seus passos em direção à edição digital. Tempos atrás o jornal apostou suas fichas na versão on-line agora anuncia a demissão de 35 funcionários da editora convencional, enquanto contrata 10 para a edição digital. Os processos de produção jornalística estão sendo revistos. Não apenas a mídia como meio de levar a mensagem está mudando, como a capacidade de produzir informação relevante e de qualidade.

Os jornais costumam catalizar grandes mudanças. São precursores delas na TV, no rádio, na internet e nas editoras. Ou alguém tem dúvidas que o modo mais, digamos, atualizado de ler na web se assemelha ao papel, copiando um formato, um modo de encarar a notícia? Colunas? Fotos com legendas? A própria foto colorida como chamariz para uma matéria à moda CNN teve seu início no jornal. Uma fonte, a Times New Roman, que corre o mundo nasceu no prelo. Portanto, é bom ficar atento. Configura-se uma tendência!

Por outro lado, leio que o, auto-proclamado, apóstolo Valdomiro Santiago está choramingando por 21 milhões para pagar seu aluguel no Canal 21, da Bandeirantes. Ora, ora. O Clóvis Rossi deu um detalhe importante para compreender a mudança nas editorias. É uma fórmula, mais ou menos assim:

Assinantes + Propaganda = Faturamento

A mesma que sustenta toda a mídia! Então, não há milagre. Ou se tem audiência ou não há como a engrenagem se sustentar. Infelizmente, não há audiência evangélica que sustente uma emissora denominacional. O que sustenta a mídia evangélica hoje são dízimos e ofertas. É um modelo crítico a longo prazo. Tem funcionado até hoje - e Valdomiro pode estar blefando - mas, pensando economicamente, não terá vida longa. Não se enganem com os escândalos de desvios de verbas para compra de patrimônio, já vi esse filme muitas vezes no mundo empresarial. Olhando para as aquisições até se pensa que está tudo bem. Aliás, até com igrejas funciona assim. Quantas não estão superdimensionadas para sua, digamos, clientela? Parece um modo pragmático de enxergar as coisas e é. Mas não existe almoço grátis!

Programas de TV são caros, em rádios, idem. Ter uma editora para dar aos leitores um cheirinho saudosista de páginas amareladas não é barato. Especialmente, se a prioridade for para o modelo convencional. De onde sai o dinheiro para bancar o investimento? É justo contrário de ter uma igreja que cresça e cujos membros contribuam. Quem não lembra do paradigma Renascer? Nasceu, cresceu, ganhou a mídia, depois murchou e se tornou irrelevante.

Outro aspecto crítico, que já repisei várias vezes, é que o público está migrando em massa para a web. Aliás, já migrou. Agora trata-se de arrumar meios de atrair a audiência. Um mecânico decidiu publicar os vídeos do conserto dos carros de seus clientes. Resultado: dois milhões de acessos mensais, 112 mil assinantes, incremento no faturamento e no número de clientes e o Google, controlador do Youtube, ainda lhe paga US$ 2.800 pela divulgação!

As igrejas nunca foram muito boas em captar anúncios em seus programas. Anunciantes até existem, mas parecem preferir investir numa mídia que dê mais retorno. Nenhum programa televisivo se paga com anúncios, nem mesmo o de Silas Malafaia, é preciso sempre recorrer à velha tática das ofertas. Parece oportunismo mas a saída seriam os portais, mas poucas igrejas possuem um à altura do nome. É um investimento pequeno, mas precisa de conteúdo e atualização constante para atrair audiência. Com tantas igrejas na web , produzindo vídeos, por exemplo, o Google não quer pagar a nenhuma por sua audiência!?

Por último, a coisa se complica num quesito essencial: velocidade da informação x preço. Esta semana um call center da IstoÉ me liga oferecendo a assinatura da revista. Retruquei que não queria. Primeiro, era mais caro do que manter a banda larga. Segundo, a informação que chega na revista estava atrasada em cinco dias. A não ser pelas colunas assinadas e uma ou outra reportagem, a notícia já estava velha. Se levarmos em conta a portabilidade e a acessibilidade de um livro digital ou da edição impressa de uma revista...

A velocidade da informação traz também um adensamento de opiniões e o espaço para elas. Tomemos o exemplo de nossa amada EBD. Amanhã, quando o aluno chegar em sala, ele já deve ter visitado uns dez sites sobre a lição. Pessoas que não teriam nenhum espaço numa editora denominacional dão sua opinião num blog ou home page. Pior (ou melhor!), com muito mais qualidade e profundidade que alguns comentaristas. Quase a custo zero! O engessado mundo das editoras evangélicas com seu já institucionalizado QI (quem indica?) está perdendo espaço para a criatividade e a dinâmica que, feliz ou infelizmente, o papel não pode reproduzir. E quando o faz o custo se impõe!

Blog do Clóvis Rossi aqui. Notícia sobre o apóstolo Valdomiro, aqui. Leia a notícia do mecânico aqui.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Decálogo do teólogo moderno


1) Dê ênfase à filosofia. Esqueça os chatos livros de teologia sistemática. Afinal, você já sabe tudo aquilo, não é? Por exemplo: O homem é eterno? Quais são os atributos incomunicáveis de Deus? Opte por leituras descoladas. Ao invés de Agostinho, Sócrates. Prefira Platão a Karl Bart.

2) Integre-se aos círculos progressistas engajados de sua cidade. Filie-se a um partido de esquerda. Funde uma ONG. Preocupe-se com as grandes demandas sociais. Torça o nariz para as instituições pró-vida. Alie-se ao ecumenismo. Desenvolva posições liberais. Liberte sua mente!

3) Ignore a homilética e a hermenêutica. Cole nas provas de línguas bíblicas. Pra que exegese?

4) Especialize-se no estudo das proposições calvinistas x arminianas. Leia as obras de Calvino, Jacobus Arminius, Karl Bart, Sproul, Tillich, C. S. Lewis, Louis Berkhof, Kierkegaard, Hodge, Finey, Jonathan Edwards, WhiteField, Stanley Jones, Spurgeon. Seja capaz de recitar pensamentos inteiros dos grandes mestres da teologia.

5) Ignore a ação do Espírito Santo. Mude de calçada ao encontrar alguém que creia no batismo no Espírito Santo. Igrejas pentecostais? Nem em sonho.

6) Não participe de grupos leigos em sua Igreja. Tenha ojeriza à evangelização. Não cultive uma vida de oração, muito menos jejue. Não se preocupe com plantação de igrejas ou projetos missionários. Passe ao largo de pregadores idealistas e visionários.

7) Suspenda o dízimo. Você sabe, era algo para o Velho Testamento. Ofertas, somente quando sobrar. Não contribua com missões mundiais.

8) Fuja dos cultos. Estão todos fora do padrão litúrgico do Novo Testamento. Cultue em casa ou forme seu próprio grupo. Se a coisa der certo, funde sua própria Igreja. Aí você vai poder implementar tudo aquilo no que sempre acreditou.

9) Não perca tempo com devocionais. Biografias? Arghh!

10) Não leia a Bíblia! Somente uns versículos aqui e ali. Dá um tédio...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Não era por nada!?


As manifestações estão aí. Por R$ 0,20, R$ 0,30, R$ 0,50, os números diferem. Fato é que as pessoas comuns não aguentam mais a política e os políticos. Todos eles. Se por um lado isso é bom porque traz a reflexão e a contestação de modelos ultrapassados de Governo, por outro lado, traduz nossa crônica dificuldade de crescer como Nação, olhando e resolvendo nossos problemas, superando nossas deficiências estruturais. Convivemos com este modelo desde 1500. O Brasil, na verdade, não foi o destino de pessoas como Nação, chegaram aqui por acaso, de olho nas riquezas que os espanhóis já haviam descoberto no restante do continente. Há inúmeras teorias a respeito... Dia desses li ou ouvi que Datena foi visitar Portugal e a funcionária na alfândega foi muito ríspida, dizendo algo como: Bando de pobres, vem visitar nosso País... Ele retrucou: Devolvam-nos o ouro que trouxeram para cá e seremos tão ricos como vocês. Mal sabiam, ele e a atendente, as voltas que o mundo dá, com uma União Européia afundada em dívidas, Portugal está a depender do turismo dos pobres que surrupiou.

Como este blog costuma fazer ganchos entre a realidade mundana e a Igreja, seria o caso de perguntar: Aonde estão os planos da CGADB para a denominação que ela representa? As eleições passaram, eu esperei um bom tempo para fazer esta pergunta, mas, e daí? Nada aconteceu desde então. Cento e cinquenta dias se passaram e não ouvi (posso estar enganado) de nenhum projeto para a evangelização, para ação social, para preparo de obreiros, nada. Tudo na mesma. As cidades clamando por socorro e pouco a Igreja pode fazer a respeito. A Copa das Confederações passou e não ouvi de nenhum projeto de envergadura para atingir os inúmeros estrangeiros que nos visitaram. A Copa vem aí. Quantos jovens estão sendo capacitados na língua inglesa para fazer frente ao desafio?

Diversos fatos me trazem a este assunto. Sou um observador perspicaz. Encontrei, por exemplo, Nina*, cujo Deus é a academia de ginástica. Gasta seu suado salário em suplementos, busca saúde e superação. O que temos de dizer a ela? Digam, vocês, meus dez leitores. Já Jonas* está preocupado em engajar-se numa organização social que lhe permita ajudar a quem precisa. No momento, está reunindo doações para implementar algo sustentável no Sertão nordestino. Sertão este, diga-se, esquecido pela UMADENE e pela CGADB. Algumas pessoas não gostam quando faço esse tipo de questionamento e eu gostaria de dizer que miro a organização, não as pessoas que fazem parte dela. A questão é que há inúmeras pessoas neste exato momento que precisam de uma direção!

É hora de esquecer as eleições, os cargos já estão definidos, agora só no próximo pleito. Mas as ruas, que estão protestando contra a inação política (não a partidária) de nossa Nação, de um modo oblíquo, estão apontando suas baterias para nós. Como Igreja não podemos nos omitir ao clamor de nosso povo. Se não podemos - nem devemos! - governar, temos um evangelho para anunciar a todo homem em todo o tempo. Aonde estão as reuniões com presidentes estaduais para uma nova Década da Colheita? Deem o nome que quiser, a questão não é a sigla, mas a ação! O que tem sido feito, de prático, para colar os pedaços de nossas Convenções em todo o País? De que maneira nossa Convenção Geral tem procurado unir nossas igrejas? Aonde estão os mutirões de oração e jejum? Que passos tem sido dados em direção à uma governança corporativa exemplar? Quando a gestão financeira será transparente, para que não fiquemos ao sabor de rumores aqui e acolá, que nivelam todos por baixo? São perguntas para as quais não temos respostas.

As poucas iniciativas são oriundas do empreendimento particular. Se alguns visionários fossem depender de planejamento estratégico estariam dando voltas ao redor de sua cadeira, prostrados diante da ação maligna do Diabo, ceifando vidas e tirando a paz das famílias. Este é um mês excelente para pensarmos no assunto, pois comemoramos a Reforma Protestante. Comemoramos? Não! Um ou outro mais açodado cria um evento alusivo ao assunto. No mais das vezes passa em branco. A pretensão de ser a Igreja da história atrapalha nossa própria visão do que é histórico.

E aí? Vamos esperar por protestos entre nossos membros, para fazer algo a respeito? Respondam-me vocês!

*nomes fictícios

domingo, 6 de outubro de 2013

Não é que eu acertei sem querer...


Dia desses o governador Eduardo Campos afirmou que não pensava nas eleições, somente em 2014. Era uma síntese da esperteza característica dos grandes caciques. Como Lula, ele só pensa nas disputas. A afirmação é um despiste.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Incríveis semelhanças

A evangélica Marina Silva teve o registro de seu partido Rede indeferido pelo TSE. Longe de ser uma conspirata contra a candidata, o problema se restringiu à dificuldade de conseguir apoiadores. Um partido, para ser registrado, precisa de pelo menos 492.000, que correspondem a 0,5% do eleitorado, o de Marina tinha só 442.524 apoios certificados. Em outras palavras, não basta ser influente ou importante, tem que demonstrar, na prática, se tem cacife para ser partido ou é apenas uma rede de pessoas com boas intenções. Entendem...

Além da briga política há outra faceta importante para nossa análise. Em suas palavras, depois da derrota disse Marina (grifos meus):
Já somos partido político sim. Se agora não temos o registro legal, temos o registro moral perante a sociedade brasileira. Eu não posso estar decepcionada se o que há de mais importante nós obtivemos nesta corte, a declaração de todos os ministros desse tribunal de que temos os requisitos mais importantes para sermos um partido político.Disseram que temos um programa, representação social e ética (…)
A graça é que ela queria burlar a Lei, dando o famoso jeitinho brasileiro, e ainda por cima não se contentou com o resultado. Não é demais lembrar que o lema do partido a ser fundado é romper com a política tradicional. Hoje o mote de 11 em cada 10 deles. Nenhum até agora conseguiu fazer nada novo. É sempre mais do mesmo. Coincidentemente, ontem, o PSB levou ao ar em seu horário político a mesma promessa: fazer diferente, para mais pessoas, com melhor gestão, para os mais pobres, com isso e aquilo. Quem mora em Pernambuco e pensa criticamente sabe que é uma meia verdade.

Do ponto de vista evangélico, as desculpas de Marina tratam de culpar os outros. Um recurso bem presente na vida dos pecadores da Bíblia e da história. Não colou! Reinaldo Azevedo já tinha cantando a seguinte bola: De resto, vamos convir: não era para Marina estar a depender da validação de 52 mil assinaturas*. Se a Rede é mesmo essa potência, haveria lá um milhão delas. Se metade fosse desqualificada, a outra metade ainda daria ao partido uma folga. Mas cadê?

* Não sei de onde ele tirou o número. A diferença entre 492.000 e 442.524 não é esta.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Qualquer semelhança...

...não é mera coincidência. O que dizer da turma gospel (e não tão gospel assim) de querer se parecer cada vez mais com o mundo? Somente para ser mais do mesmo? Grifos meus

3/10/2013
 às 5:14

Papa Francisco precisa tomar cuidado para não ser o Gorbachev da Igreja e para não competir com a imaginação de Dan Brown

O nome é Jorge Mario Bergoglio, conhecido como papa Francisco desde 13 de março de 2013, mas podem começar a chamá-lo de Mikhail Gorbachev… É uma ironia? Claro que é. Alguns entenderam de primeira. Outros terão de refletir um pouco. Um liderava uma construção humana, de vocação maligna. O outro comanda o que os crentes consideram uma construção divina, de vocação benigna. O meu gracejo, por óbvio, não nasce da diferença, mas do risco da semelhança.
Repararam, leitores? Há muito tempo um papa não chamava tanto a atenção da imprensa mundial e não recebia tantos elogios, muito especialmente daqueles, vejam que curioso!, que odeiam a Igreja Católica — e, de maneira mais genérica, o cristianismo. “Se até o papa está dizendo que a Igreja é essa porcaria, então deve ser mesmo verdade; eu sempre soube!”
Ai daquele que alimentar a vaidade de despertar a simpatia de quem o detesta!
Não gosto, e já deixei isso claro aqui, dos primeiros passos de Francisco. Fazer o quê? Chega a hora em que é preciso discordar até do papa. Então que seja. Considerei, e não mudei de ideia, um tanto atrapalhada a sua entrevista à revista jesuíta La Civiltà Cattolica. Ainda que não tenha dito a barbaridade que lhe atribuíram sobre o aborto (escrevi um post sobre a mentira), a fala não foi clara o bastante. Do pastor máximo da Igreja Católica, espera-se, como queria Paulo, que flauta soe como flauta, e cítara, como cítara.
Ao jornal “La Repubblica”, chamou a Igreja de “introspectiva e vaticanocêntrica”, além de classificar a Cúria romana de “lepra do papado”. Nesta quarta, em audiência da Praça São Pedro, lembrou o óbvio, mas num contexto, a esta altura, já contaminado pela tentação do falastrão: “Somos uma igreja de pecadores, e nós, pecadores, somos chamados para nos renovar, santificar por Deus”. E criticou: “Existiu na história a tentação daqueles que afirmavam que a Igreja é apenas dos puros, daqueles que são totalmente crentes, e os outros são afastados. [A Igreja] não é a casa de poucos, mas de todos”.
Por certo é a “casa de todos”, mas de todos que estejam dispostos a aceitar os fundamentos que fazem da Igreja a Igreja. Afinal, o que é realmente de todo mundo é a República, não é isso? É o Estado democrático. E, ainda assim, que cabe notar: é de todos até mesmo para punir aqueles que violam as suas regras.
Continua aqui.

sábado, 28 de setembro de 2013

As editoras evangélicas que se cuidem...

14:34 \ Cultura

O livro digital avança


Cultura: vendas de e-books sobem
Ainda é pouco, mas aumentam consideravelmente mês a mês as vendas de livros digitais no Brasil. No fim de 2012, as vendas de e-books na Livraria Cultura, uma das maiores redes do país, representavam 0,5% do total de vendas. Agora, o percentual já está na casa de 3,7%.
Nos EUA, as vendas de e-books correspondem de 20% a 30% do mercado.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Você anda pregando a Bíblia para sua Igreja?


O que me motiva escrever estas linhas são fatos que ocorrem aqui e ali, uns chegam diretamente ao meu conhecimento, outros são dedutíveis. Os assuntos aqui são os mais diversos. Todos visam o bom andamento da Igreja e refletem meu compromisso com a verdade. Se bem que hoje em dia está complicado ser sincero. Vamos falar de um assunto sensível, para dizer o mínimo: a exposição da Palavra de Deus nas igrejas.

Eu não sou pregador, nem preletor. Talvez não seja a melhor pessoa a traçar estas linhas. Mas na ausência dos que deveriam fazê-lo assumo o risco de ao menos alertar. Também não sou pedreiro, mas reconheço uma parede torta só de olhar. É que algumas coisas se cristalizaram em nosso imaginário e não se sustentam a luz da Bíblia e da lógica.

O primeiro problema diz respeito ao objetivo de cada culto. Círculo de oração difere radicalmente de doutrina. Na ausência de estudo bíblico, muitos expositores apelam para o movimento, muitas vezes com pouco de divino. Creio que Deus trabalha como quer, mas não se pode tomar a exceção como regra. É obrigação do escalado ao menos pensar no que falar. Rezam as boas práticas de homilética, que o preletor esquematize sua prédica através de pontos conexos e suaves, sem fugir do assunto, fornecendo conhecimento e doutrina para seus ouvintes. Ocasionalmente, faltou tempo ao pregador ou outras circunstâncias ocuparam sua mente. Não podemos, porém, confundir a misericórdia de Deus com leniência. Um dia a justiça divina se manifesta e você pode acabar exposto pelo seu desleixo com a Palavra de Deus, lendo-a somente ao sentar na cadeira do púlpito.

Outro ponto crítico é tomar a extensa citação de versículos como exposição de qualidade. Há bons preletores que se perdem citando um versículo por frase. Pior, há aqueles que sequer os explicam. Tudo de mais passa da conta, diz o ditado popular, que é plenamente aplicável à situação. Ainda há aqueles que citam versículos totalmente desconexos do tema proposto. Ao separar um texto, pince as palavras chave e faça sua pesquisa baseado nelas, é o mínimo que se exige. Selecione poucos versículos, especialmente, quando o tempo disponível for curto e extraia dos mesmos o que for mais relevante. Escolha passagens pequenas, a não ser que sinta dirigido a levar o auditório à leitura da Palavra ou se o culto é de doutrina. Em suma, portanto, o mais importante não é citar versículos, mas deixar uma mensagem.

Se o culto é de pregação, não esqueça que uma boa prática é transcrever os versículos para citá-los rapidamente. Isso evita traduções ininteligíveis e perda de tempo, quando não se lê uma passagem no lugar de outra. Se você tem um computador com impressora, faça uma lista dos versículos e vá citando de acordo com o desenrolar da pregação. Se tem uma memória boa, revise para evitar surpresas.

Eu estava na cidade de Itapissuma/PE, quando o Pr. Elis, que ali trabalhava, deu oportunidade a um pastor de Osasco. Não lembro o nome dele e deduzo que sequer era o pregador da noite. Por 45 minutos aquele homem pregou sobre a unção de Deus na vida de Davi. Não contei, mas acho que tenha citado mais de 50 versículos decorados, alguns dos quais salteados dentro de um mesmo capítulo, seguindo com perfeição as regras da homilética. Confesso que me senti movido a conferir as referências de tão surpreso que fiquei. Foi uma noite singular. Quando ele encerrou a pregação a congregação estava suspensa.

O que dizer da confusão em torno de exposição da Palavra com o exagero sobre usos e costumes? Há quem se preocupe em repassar à Igreja apenas e somente uma lista de costumes ou faz uma ginástica para adequar determinado texto ao que quer realmente dizer, o famoso pretexto. O pregador até pode expressar seu ponto de vista sobre algum assunto, só não pode distorcer a Bíblia para apoiá-lo. A esse comportamento se dá o nome de desonestidade intelectual. Há quem faça pior, canse o auditório com a lenga-lenga! Ouvi um grande mestre das Escrituras, Pr. Eliezer Lira, dizer que por vezes estamos tão ocupados em dizer o que as pessoas não deveriam fazer, que esquecemos de dizer o que deveriam. E assim estariam tão ocupadas em fazer o que deveriam, que faltaria tempo para fazer o que não deveriam. Entenderam?

Longe de mim afirmar que os usos e costumes de determinada Igreja não são importantes. A questão é querer dizer-se Igreja bíblica sem Bíblia, somente com cosmovisão. Quantas vezes seu pastor trouxe uma série sobre as doutrinas bíblicas? Teologia, Soteriologia, Cristologia, Pneumatologia, Angelologia, Família, Bibliologia são assuntos necessários a qualquer Igreja visando seu bom crescimento na graça e no conhecimento. Infelizmente, são matérias menosprezadas em muitas igrejas, em detrimento do tamanho da saia, da barba, do cabelo...

Alguns pregadores fazem questão de expressar sua ojeriza com a teologia. Ridicularizam um irmão que fala corretamente ou outro que é educado ao microfone. Deus usa o linguajar coloquial das pessoas, mas também usa o douto. O homem simples pode ser um excelente vaso nas mãos do Senhor, isso não prescinde da observação, da leitura bíblica e do estudo sistemático das Escrituras. Há tanta pretensão em ser brejeiro para ganhar o público, como em esbanjar conhecimento de maneira gratuita. Tive um pastor que fazia questão de me criticar após minhas pregações. O problema é que eu tenho o hábito de fazer um esboço. Quando eu sentava ele começava: Aqui é pão quente descendo agora, não é comida enlatada. Além de outras coisas é a mesma história de se ouvir um hino várias vezes, com a mesma letra e adorar do mesmo jeito.

Um último problema, que meu tempo não permite me alongar, é a questão da imitação. Quando Napoleão e Hidekazu Takayama ainda pregavam, após suas prédicas todos queriam imitar seus trejeitos. Há quem ouça ou assista às pregações com o único intuito de memorizar expressões e manias de alguns pregadores. É uma prática reprovável. Lembro de uma história, mais ou menos assim. Paul Young Cho pediu a Deus para ser como um dos grandes homens da Bíblia, citando nomes. Deus lhe respondeu: Eu já tive Abraão, Isaque, Daniel, só não tive ainda Paul. Seja você mesmo, eu vou te usar como és!

domingo, 22 de setembro de 2013

Hinê má tôv umaanaim shevet ahim gam yachad! Atualizado!


- Olá, pastor. Tudo na paz?
- Amém.
- Fiquei em dúvida com relação a um assunto...
- O que foi?
- Conheci um rapaz de uma outra Convenção aqui do Estado e convidei-o a vir amanhã à nossa Santa Ceia aqui em Desterro. Ele despistou... disse que talvez não viesse pois não poderia cear. Fiquei preocupada e perguntei o porquê? Ele respondeu que não era pecado, ou algo assim, apenas que sua Convenção até permite que nos visite, mas como os irmãos daqui estão desviados, seu líder nos proíbe de cear conosco. Eu até fiquei em dúvida e perguntei a outra moça que é conhecida de minha família sobre isso. Ela confirmou a história e ainda acrescentou que tal assunto foi tratado em reunião na Igreja.
- Ah! Minha jovem, fique tranquila. Lá no Céu haverão vários compartimentos. Um para a Convenção A, outro para a B, outro para a C. Jesus vai cear em cada um deles, que terão festas particulares e viverão isoladas entre si. Umas Convenções vão chegar lá pela misericórdia, outras por merecimento. Entendes?

Ô se vai....

Ps: Amanhã é Ceia em Desterro, vinde todos irmãos de todas igrejas que estão em comunhão com o Senhor Jesus. Vocês não imaginam o asco que falar nisso dá...

Atualização: Me envia um e-mail uma liderança de outra Convenção (não falei de nenhuma específica, mas a carapuça caiu). Diz que somos bem recebidos lá. Diz que a jovem foi enganada pelas informações que recebeu do rapaz. MAS não comentou a questão da proibição de cear conosco. Propus a ele o seguinte: Das duas uma: Ou os membros e congregados estão entendendo errado as diretrizes da liderança ou é tudo verdade. Não há alternativa...

Refletir sobre o sustento financeiro dos obreiros não faz mal...


Meus dez leitores, estão dispostos a ler algo longo? Então, vamos lá.

A Assembleia de Deus nasceu num porão em Belém, em 1910, aonde 18 crentes compreenderam a mensagem pentecostal. Foram desligados de sua denominação que não aceitava a interpretação do batismo no Espírito Santo. A Missão da Fé Apostólica sofreu de modo resignado tanto à oposição católica, quanto evangélica. Diversas igrejas tradicionais acusaram-na de ser desviada, fanática e até mesmo usada pelo Diabo. Isso só para contar quem expressou seu descontentamento. Ainda hoje há quem esconjure o empreendimento. Malfadados os conjúrios a Igreja cresceu.

Certamente, os crentes batistas estranharam o desenvolvimento administrativo da nova igreja. O governo congregacional (não confundir com a denominação), baseado nas decisões do colegiado, lhes facultava a oportunidade de até mesmo destituir o pastor e por outro em seu lugar. Claro, não é por vontade de um ou outro, mas se a assembleia (não confundir com a denominação) quer, é o povo quem decide. Não pesquisei a respeito, mas dada a origem batista dos pioneiros e seu desapego diante dos descaminhos a partir de 1930, por alguns anos ao menos o modelo seguiu impávido. Ainda hoje as Assembleias de Deus de matriz americana implantadas na América Latina o seguem. Mas, aqui, a guinada não demorou muito.

A assembleia de irmãos em geral foi substituída pelas decisões do ministério, veio a vitaliciedade e o gerenciamento financeiro ficou a cargo do presidente e do tesoureiro. Parte de algumas imposições eclesiásticas se impunham numa nova interpretação do papel da liderança, não raro baseadas em profetadas. Antes de prosseguir é preciso lembrar que, no modelo congregacional, embora o pastor detenha o mando sobre as finanças ele se obriga a prestar contas à congregação periodicamente sobre os gastos, seu montante e qualidade. Rubricas específicas como salário pastoral e gastos administrativos são, se não combinadas com os membros, ao menos transparentes e disponíveis para todos.

Dia desses estava lendo um excerto de uma reunião para exposição financeira de determinada denominação e coisas simples foram enfaticamente discriminadas e disponibilizadas na Internet. O exemplo prático é o seguinte (com a troca de nomes, valores e datas):
Troca de professores. Em virtude da aposentadoria do professor de grego João das Quantas, no Seminário Teologia para Todos, nomeia-se o professor Virgulino Ferreira para seu lugar, com o salário mensal de R$ 2,00 (dois reais), a partir do dia 01/01/1900.
Ajuda de custo a pastor sem congregação. O pastor Daniel Berg pergunta: Está congregando conosco o Pr. Judas Iscariotes, que mudou-se recentemente para nossa cidade. Como proceder o pagamento de seu salário? O colegiado responde: A igreja local deve arcar com os custos e enviar o comprovante para a Secretaria Geral, para que haja o devido ressarcimento.
Se não é o ideal, se aproxima bastante do modelo da Igreja Primitiva aonde todos tinham tudo em comum. É justo o contrário de uma Convenção que conheci numa das andanças pelo Brasil que não utiliza sequer um carnê para registrar as ofertas! Após o ofertório o pastor se ausenta do púlpito e dois diáconos contam o dinheiro. Confirmado o valor, o pastor simplesmente põe no bolso!

Muitos tomarão como acinte algumas das colocações adiante, mas é preciso ler e reler para compreender seu sentido. Não podemos nos furtar a este debate por algumas razões/premissas:
1) A administração financeira de muitas igrejas é uma caixa-preta até para obreiros;
2) Gasta-se perdulariamente numa determinada área, enquanto exige-se contenção em outra, ambas com o mesmo nível de prioridades;
3) Alguns obreiros ganham salário (mesmo que disfarçado de ajuda de custo), outros não. Com o mesmo nível de responsabilidade eclesiástica e envergadura intelectual;
4) Mesmo entre os que ganham, há uns que ganham mais e outros menos a critério única e exclusivamente de quem ordena os pagamentos;
5) Há, de fato, necessidade de sustento pastoral ao obreiro, especialmente, aos que regem congregações, pelos seguintes motivos: a) É ele quem conscientiza na ponta aos membros e congregados sobre dízimos e ofertas; b) Ele precisa disponibilizar tempo para o atendimento das ovelhas, do contrário sua administração é capenga e ocasional;
6) Não é por falta de dinheiro que tal ajuda não chega a alguns, o problema está na correta administração dele. E, claro, há outras questões.

Algumas Assembleias de Deus atrelam a ajuda à arrecadação. Descontados os custos fixos e variáveis é calculado um percentual sobre a sobra. É um modelo razoável, especialmente, para um mundo monetizado. O pastor se esforça um pouco mais e a administração central ganha com o incremento. Infelizmente, distorceram o modelo impondo metas e exigindo patamares de ofertas cada vez maiores. Conheço casos, Brasil afora, de pastores traumatizados. O sistema se tornou uma ordenha. Conheço casos, porém, bem sucedidos. Uma denominação derivada da Assembleia de Deus destina 40% da sobra ao pastor. Funcional há várias décadas.

Outro aspecto crítico do sustento se dá quando ele é usado como arma para apoiar decisões. Eventuais discordâncias são punidas com o ostracismo e a supressão do valor, visto que o mesmo não é tido como salário, podendo ser retirado, não raro aeticamente, a qualquer momento. É um modo selvagem que não difere muito da política tradicional. Também acontece o contrário, em virtude do que um obreiro sabe ou das falcatruas que encobre ganha uma margem para achacar o pastor, exigindo valores cada vez maiores e inadmissíveis.

Voltemos ao item 3 de nossas premissas. O que dizer de pastores que até definem seu salário, porém, todas as outras despesas são bancadas pela Igreja, como um cartão de crédito ilimitado? Conheço outros casos absolutamente desiguais e injustos. Um obreiro de mesma envergadura no que se refere à postura ética e comprometimento eclesiástico ganha salário, aluguel de uma boa casa, combustível, mensalidade escolar, pagamento do carro, outro não ganha nada!

Por fim, resta ainda o problema das relações trabalhistas. Os tribunais têm sido favoráveis às igrejas em geral, não reconhecendo o vínculo. Não se sabe por quanto tempo. A realidade é que a ajuda é salário, de onde provem o sustento essencial, e que o pastor se torna exuperyanamente um servo integral da Igreja, na ausência ou na presença. Ou, então, pastor não é. Sem contar a velhice e o ocaso, tão certos como o sol amanhã de manhã. Algumas igrejas precavidas montam fundos de pensão para amparar seus obreiros idosos. Outros obreiros destinam parte da ajuda ao pagamento do INSS como autônomo. Claro que é muito mais conveniente jogar a questão debaixo do tapete. Com o tempo ela já parece uma montanha. De pólvora!

domingo, 15 de setembro de 2013

Só para ninguém esquecer...


Entre as missões ingratas deste blog há uma que não olvidamos: relembrar. Há posts históricos aqui. Falam de problemas eclesiásticos e mundanos. O blog é sobre quase tudo... Se lidos e colocados em prática, modéstia à parte, muitos problemas seriam evitados. Não sou dono da verdade, mas trabalho com a lógica roda da história. Um dos assuntos tratados nestes erros históricos é a teimosia em implantar dentro das igrejas apoios políticos, os mais pragmáticos possíveis.

Não sou avesso à política, pelo contrário. Entendo que faz parte do jogo democrático a existência de partidos, a militância, as eleições, o voto. Porém, quando há um pendor institucional, por vezes obscuro, em torno de nomes e projetos de caciques políticos aí não dá. Sem esquecer que tal postura fere frontalmente nossas leis. O apoio deslavado a um candidato em detrimento de outro, sob o suposto manto da orientação espiritual é crime! Uma coisa é o pastor ter uma afinidade, outra é impor a opção, muitas vezes sob ameaças aos subordinados.

Outra ideia rechaçada aqui algumas vezes é aquela que almeja tornar o Brasil um país evangélico, pois que governado por um filho de Deus. Como se assim todos os problemas estivessem resolvidos. Está aí a Inglaterra, cuja democracia tem até religião de Estado, a ensinar que tal proposta não atende aos pressupostos. A Grã-Bretanha não é mais, nem menos abençoada por ser anglicana, muito menos evangélica. De resto, outras tentativas já foram feitas ao redor do mundo, sempre com fracassos retumbantes. No Brasil, Estados já foram governados por evangélicos com tristes exemplos de falcatruas, desvios e transgressões da Lei.

Fiz a digressão para avisar aos nobres leitores eleitores, a tantos meses da próxima eleição, que não devemos nos enganar. Os petistas põem em marcha as diversas agressões aos evangélicos. Aborto, apoio às drogas, homossexualismo estatizado e um desdém velado. Mas, quais as alternativas? A Rede de Marina, já no nascedouro com seus problemas éticos? Ou o PSOL, mais radical que o PT? Sobraria o PSB e o PSDB. Só sobraria.... O PSDB implantou a primeira versão do PNDH. Seu cardeal mais vistoso, FHC, é radicalmente a favor da liberação da maconha.

Quanto ao PSB, quem não lembra que o presidente do partido, Eduardo Campos, em 2006, por conta da ameaça de extinção dos partidos nanicos, e a consequente filiação ao PSB afirmou (grifos meus):
“Não podemos crescer de qualquer jeito”, disse Eduardo Campos a outros dirigentes do PSB, em reunião na última quinta-feira. “Gente que quer entrar no partido apenas para fazer parte da base do governo não nos interessa. Daqui a pouco estamos filiando pastores de igreja evangélica.”
Aqui em Pernambuco temos pastores filiados ao PSB e que deram muitos votos ao partido. A questão não é essa. Podemos pensar que o PSB fez a pax com a pauta evangélica, mas não fez. A prova disso, e esta foi a afirmação que motivou o post, foi a declaração esta semana de outro cardeal do partido, Cid Gomes, governador cearense, falando sobre a candidatura à presidência:
“Nosso campo é progressista, e eu me preocupo que uma candidatura nossa possa cumprir o papel apenas de servir ao reacionarismo e ao conservadorismo do Brasil”
Leia-se por conservadorismo as diversas demandas caras a nós. Reacionário aqui é quem não apoia o aborto, o homossexualismo como política de Estado, as descriminalização das drogas e tudo aquilo que parece moderninho, mas só mina a estrutura da sociedade: a família.

Pra finalizar, estas manifestações, com as quais muitos de nós simpatizam, não se tornarão efetivas se nas urnas não dermos nosso recado. Não adianta quebrar tudo e votar do mesmo jeito.

Não digam que não avisei...