sábado, 28 de setembro de 2013

As editoras evangélicas que se cuidem...

14:34 \ Cultura

O livro digital avança


Cultura: vendas de e-books sobem
Ainda é pouco, mas aumentam consideravelmente mês a mês as vendas de livros digitais no Brasil. No fim de 2012, as vendas de e-books na Livraria Cultura, uma das maiores redes do país, representavam 0,5% do total de vendas. Agora, o percentual já está na casa de 3,7%.
Nos EUA, as vendas de e-books correspondem de 20% a 30% do mercado.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Você anda pregando a Bíblia para sua Igreja?


O que me motiva escrever estas linhas são fatos que ocorrem aqui e ali, uns chegam diretamente ao meu conhecimento, outros são dedutíveis. Os assuntos aqui são os mais diversos. Todos visam o bom andamento da Igreja e refletem meu compromisso com a verdade. Se bem que hoje em dia está complicado ser sincero. Vamos falar de um assunto sensível, para dizer o mínimo: a exposição da Palavra de Deus nas igrejas.

Eu não sou pregador, nem preletor. Talvez não seja a melhor pessoa a traçar estas linhas. Mas na ausência dos que deveriam fazê-lo assumo o risco de ao menos alertar. Também não sou pedreiro, mas reconheço uma parede torta só de olhar. É que algumas coisas se cristalizaram em nosso imaginário e não se sustentam a luz da Bíblia e da lógica.

O primeiro problema diz respeito ao objetivo de cada culto. Círculo de oração difere radicalmente de doutrina. Na ausência de estudo bíblico, muitos expositores apelam para o movimento, muitas vezes com pouco de divino. Creio que Deus trabalha como quer, mas não se pode tomar a exceção como regra. É obrigação do escalado ao menos pensar no que falar. Rezam as boas práticas de homilética, que o preletor esquematize sua prédica através de pontos conexos e suaves, sem fugir do assunto, fornecendo conhecimento e doutrina para seus ouvintes. Ocasionalmente, faltou tempo ao pregador ou outras circunstâncias ocuparam sua mente. Não podemos, porém, confundir a misericórdia de Deus com leniência. Um dia a justiça divina se manifesta e você pode acabar exposto pelo seu desleixo com a Palavra de Deus, lendo-a somente ao sentar na cadeira do púlpito.

Outro ponto crítico é tomar a extensa citação de versículos como exposição de qualidade. Há bons preletores que se perdem citando um versículo por frase. Pior, há aqueles que sequer os explicam. Tudo de mais passa da conta, diz o ditado popular, que é plenamente aplicável à situação. Ainda há aqueles que citam versículos totalmente desconexos do tema proposto. Ao separar um texto, pince as palavras chave e faça sua pesquisa baseado nelas, é o mínimo que se exige. Selecione poucos versículos, especialmente, quando o tempo disponível for curto e extraia dos mesmos o que for mais relevante. Escolha passagens pequenas, a não ser que sinta dirigido a levar o auditório à leitura da Palavra ou se o culto é de doutrina. Em suma, portanto, o mais importante não é citar versículos, mas deixar uma mensagem.

Se o culto é de pregação, não esqueça que uma boa prática é transcrever os versículos para citá-los rapidamente. Isso evita traduções ininteligíveis e perda de tempo, quando não se lê uma passagem no lugar de outra. Se você tem um computador com impressora, faça uma lista dos versículos e vá citando de acordo com o desenrolar da pregação. Se tem uma memória boa, revise para evitar surpresas.

Eu estava na cidade de Itapissuma/PE, quando o Pr. Elis, que ali trabalhava, deu oportunidade a um pastor de Osasco. Não lembro o nome dele e deduzo que sequer era o pregador da noite. Por 45 minutos aquele homem pregou sobre a unção de Deus na vida de Davi. Não contei, mas acho que tenha citado mais de 50 versículos decorados, alguns dos quais salteados dentro de um mesmo capítulo, seguindo com perfeição as regras da homilética. Confesso que me senti movido a conferir as referências de tão surpreso que fiquei. Foi uma noite singular. Quando ele encerrou a pregação a congregação estava suspensa.

O que dizer da confusão em torno de exposição da Palavra com o exagero sobre usos e costumes? Há quem se preocupe em repassar à Igreja apenas e somente uma lista de costumes ou faz uma ginástica para adequar determinado texto ao que quer realmente dizer, o famoso pretexto. O pregador até pode expressar seu ponto de vista sobre algum assunto, só não pode distorcer a Bíblia para apoiá-lo. A esse comportamento se dá o nome de desonestidade intelectual. Há quem faça pior, canse o auditório com a lenga-lenga! Ouvi um grande mestre das Escrituras, Pr. Eliezer Lira, dizer que por vezes estamos tão ocupados em dizer o que as pessoas não deveriam fazer, que esquecemos de dizer o que deveriam. E assim estariam tão ocupadas em fazer o que deveriam, que faltaria tempo para fazer o que não deveriam. Entenderam?

Longe de mim afirmar que os usos e costumes de determinada Igreja não são importantes. A questão é querer dizer-se Igreja bíblica sem Bíblia, somente com cosmovisão. Quantas vezes seu pastor trouxe uma série sobre as doutrinas bíblicas? Teologia, Soteriologia, Cristologia, Pneumatologia, Angelologia, Família, Bibliologia são assuntos necessários a qualquer Igreja visando seu bom crescimento na graça e no conhecimento. Infelizmente, são matérias menosprezadas em muitas igrejas, em detrimento do tamanho da saia, da barba, do cabelo...

Alguns pregadores fazem questão de expressar sua ojeriza com a teologia. Ridicularizam um irmão que fala corretamente ou outro que é educado ao microfone. Deus usa o linguajar coloquial das pessoas, mas também usa o douto. O homem simples pode ser um excelente vaso nas mãos do Senhor, isso não prescinde da observação, da leitura bíblica e do estudo sistemático das Escrituras. Há tanta pretensão em ser brejeiro para ganhar o público, como em esbanjar conhecimento de maneira gratuita. Tive um pastor que fazia questão de me criticar após minhas pregações. O problema é que eu tenho o hábito de fazer um esboço. Quando eu sentava ele começava: Aqui é pão quente descendo agora, não é comida enlatada. Além de outras coisas é a mesma história de se ouvir um hino várias vezes, com a mesma letra e adorar do mesmo jeito.

Um último problema, que meu tempo não permite me alongar, é a questão da imitação. Quando Napoleão e Hidekazu Takayama ainda pregavam, após suas prédicas todos queriam imitar seus trejeitos. Há quem ouça ou assista às pregações com o único intuito de memorizar expressões e manias de alguns pregadores. É uma prática reprovável. Lembro de uma história, mais ou menos assim. Paul Young Cho pediu a Deus para ser como um dos grandes homens da Bíblia, citando nomes. Deus lhe respondeu: Eu já tive Abraão, Isaque, Daniel, só não tive ainda Paul. Seja você mesmo, eu vou te usar como és!

domingo, 22 de setembro de 2013

Hinê má tôv umaanaim shevet ahim gam yachad! Atualizado!


- Olá, pastor. Tudo na paz?
- Amém.
- Fiquei em dúvida com relação a um assunto...
- O que foi?
- Conheci um rapaz de uma outra Convenção aqui do Estado e convidei-o a vir amanhã à nossa Santa Ceia aqui em Desterro. Ele despistou... disse que talvez não viesse pois não poderia cear. Fiquei preocupada e perguntei o porquê? Ele respondeu que não era pecado, ou algo assim, apenas que sua Convenção até permite que nos visite, mas como os irmãos daqui estão desviados, seu líder nos proíbe de cear conosco. Eu até fiquei em dúvida e perguntei a outra moça que é conhecida de minha família sobre isso. Ela confirmou a história e ainda acrescentou que tal assunto foi tratado em reunião na Igreja.
- Ah! Minha jovem, fique tranquila. Lá no Céu haverão vários compartimentos. Um para a Convenção A, outro para a B, outro para a C. Jesus vai cear em cada um deles, que terão festas particulares e viverão isoladas entre si. Umas Convenções vão chegar lá pela misericórdia, outras por merecimento. Entendes?

Ô se vai....

Ps: Amanhã é Ceia em Desterro, vinde todos irmãos de todas igrejas que estão em comunhão com o Senhor Jesus. Vocês não imaginam o asco que falar nisso dá...

Atualização: Me envia um e-mail uma liderança de outra Convenção (não falei de nenhuma específica, mas a carapuça caiu). Diz que somos bem recebidos lá. Diz que a jovem foi enganada pelas informações que recebeu do rapaz. MAS não comentou a questão da proibição de cear conosco. Propus a ele o seguinte: Das duas uma: Ou os membros e congregados estão entendendo errado as diretrizes da liderança ou é tudo verdade. Não há alternativa...

Refletir sobre o sustento financeiro dos obreiros não faz mal...


Meus dez leitores, estão dispostos a ler algo longo? Então, vamos lá.

A Assembleia de Deus nasceu num porão em Belém, em 1910, aonde 18 crentes compreenderam a mensagem pentecostal. Foram desligados de sua denominação que não aceitava a interpretação do batismo no Espírito Santo. A Missão da Fé Apostólica sofreu de modo resignado tanto à oposição católica, quanto evangélica. Diversas igrejas tradicionais acusaram-na de ser desviada, fanática e até mesmo usada pelo Diabo. Isso só para contar quem expressou seu descontentamento. Ainda hoje há quem esconjure o empreendimento. Malfadados os conjúrios a Igreja cresceu.

Certamente, os crentes batistas estranharam o desenvolvimento administrativo da nova igreja. O governo congregacional (não confundir com a denominação), baseado nas decisões do colegiado, lhes facultava a oportunidade de até mesmo destituir o pastor e por outro em seu lugar. Claro, não é por vontade de um ou outro, mas se a assembleia (não confundir com a denominação) quer, é o povo quem decide. Não pesquisei a respeito, mas dada a origem batista dos pioneiros e seu desapego diante dos descaminhos a partir de 1930, por alguns anos ao menos o modelo seguiu impávido. Ainda hoje as Assembleias de Deus de matriz americana implantadas na América Latina o seguem. Mas, aqui, a guinada não demorou muito.

A assembleia de irmãos em geral foi substituída pelas decisões do ministério, veio a vitaliciedade e o gerenciamento financeiro ficou a cargo do presidente e do tesoureiro. Parte de algumas imposições eclesiásticas se impunham numa nova interpretação do papel da liderança, não raro baseadas em profetadas. Antes de prosseguir é preciso lembrar que, no modelo congregacional, embora o pastor detenha o mando sobre as finanças ele se obriga a prestar contas à congregação periodicamente sobre os gastos, seu montante e qualidade. Rubricas específicas como salário pastoral e gastos administrativos são, se não combinadas com os membros, ao menos transparentes e disponíveis para todos.

Dia desses estava lendo um excerto de uma reunião para exposição financeira de determinada denominação e coisas simples foram enfaticamente discriminadas e disponibilizadas na Internet. O exemplo prático é o seguinte (com a troca de nomes, valores e datas):
Troca de professores. Em virtude da aposentadoria do professor de grego João das Quantas, no Seminário Teologia para Todos, nomeia-se o professor Virgulino Ferreira para seu lugar, com o salário mensal de R$ 2,00 (dois reais), a partir do dia 01/01/1900.
Ajuda de custo a pastor sem congregação. O pastor Daniel Berg pergunta: Está congregando conosco o Pr. Judas Iscariotes, que mudou-se recentemente para nossa cidade. Como proceder o pagamento de seu salário? O colegiado responde: A igreja local deve arcar com os custos e enviar o comprovante para a Secretaria Geral, para que haja o devido ressarcimento.
Se não é o ideal, se aproxima bastante do modelo da Igreja Primitiva aonde todos tinham tudo em comum. É justo o contrário de uma Convenção que conheci numa das andanças pelo Brasil que não utiliza sequer um carnê para registrar as ofertas! Após o ofertório o pastor se ausenta do púlpito e dois diáconos contam o dinheiro. Confirmado o valor, o pastor simplesmente põe no bolso!

Muitos tomarão como acinte algumas das colocações adiante, mas é preciso ler e reler para compreender seu sentido. Não podemos nos furtar a este debate por algumas razões/premissas:
1) A administração financeira de muitas igrejas é uma caixa-preta até para obreiros;
2) Gasta-se perdulariamente numa determinada área, enquanto exige-se contenção em outra, ambas com o mesmo nível de prioridades;
3) Alguns obreiros ganham salário (mesmo que disfarçado de ajuda de custo), outros não. Com o mesmo nível de responsabilidade eclesiástica e envergadura intelectual;
4) Mesmo entre os que ganham, há uns que ganham mais e outros menos a critério única e exclusivamente de quem ordena os pagamentos;
5) Há, de fato, necessidade de sustento pastoral ao obreiro, especialmente, aos que regem congregações, pelos seguintes motivos: a) É ele quem conscientiza na ponta aos membros e congregados sobre dízimos e ofertas; b) Ele precisa disponibilizar tempo para o atendimento das ovelhas, do contrário sua administração é capenga e ocasional;
6) Não é por falta de dinheiro que tal ajuda não chega a alguns, o problema está na correta administração dele. E, claro, há outras questões.

Algumas Assembleias de Deus atrelam a ajuda à arrecadação. Descontados os custos fixos e variáveis é calculado um percentual sobre a sobra. É um modelo razoável, especialmente, para um mundo monetizado. O pastor se esforça um pouco mais e a administração central ganha com o incremento. Infelizmente, distorceram o modelo impondo metas e exigindo patamares de ofertas cada vez maiores. Conheço casos, Brasil afora, de pastores traumatizados. O sistema se tornou uma ordenha. Conheço casos, porém, bem sucedidos. Uma denominação derivada da Assembleia de Deus destina 40% da sobra ao pastor. Funcional há várias décadas.

Outro aspecto crítico do sustento se dá quando ele é usado como arma para apoiar decisões. Eventuais discordâncias são punidas com o ostracismo e a supressão do valor, visto que o mesmo não é tido como salário, podendo ser retirado, não raro aeticamente, a qualquer momento. É um modo selvagem que não difere muito da política tradicional. Também acontece o contrário, em virtude do que um obreiro sabe ou das falcatruas que encobre ganha uma margem para achacar o pastor, exigindo valores cada vez maiores e inadmissíveis.

Voltemos ao item 3 de nossas premissas. O que dizer de pastores que até definem seu salário, porém, todas as outras despesas são bancadas pela Igreja, como um cartão de crédito ilimitado? Conheço outros casos absolutamente desiguais e injustos. Um obreiro de mesma envergadura no que se refere à postura ética e comprometimento eclesiástico ganha salário, aluguel de uma boa casa, combustível, mensalidade escolar, pagamento do carro, outro não ganha nada!

Por fim, resta ainda o problema das relações trabalhistas. Os tribunais têm sido favoráveis às igrejas em geral, não reconhecendo o vínculo. Não se sabe por quanto tempo. A realidade é que a ajuda é salário, de onde provem o sustento essencial, e que o pastor se torna exuperyanamente um servo integral da Igreja, na ausência ou na presença. Ou, então, pastor não é. Sem contar a velhice e o ocaso, tão certos como o sol amanhã de manhã. Algumas igrejas precavidas montam fundos de pensão para amparar seus obreiros idosos. Outros obreiros destinam parte da ajuda ao pagamento do INSS como autônomo. Claro que é muito mais conveniente jogar a questão debaixo do tapete. Com o tempo ela já parece uma montanha. De pólvora!

domingo, 15 de setembro de 2013

Só para ninguém esquecer...


Entre as missões ingratas deste blog há uma que não olvidamos: relembrar. Há posts históricos aqui. Falam de problemas eclesiásticos e mundanos. O blog é sobre quase tudo... Se lidos e colocados em prática, modéstia à parte, muitos problemas seriam evitados. Não sou dono da verdade, mas trabalho com a lógica roda da história. Um dos assuntos tratados nestes erros históricos é a teimosia em implantar dentro das igrejas apoios políticos, os mais pragmáticos possíveis.

Não sou avesso à política, pelo contrário. Entendo que faz parte do jogo democrático a existência de partidos, a militância, as eleições, o voto. Porém, quando há um pendor institucional, por vezes obscuro, em torno de nomes e projetos de caciques políticos aí não dá. Sem esquecer que tal postura fere frontalmente nossas leis. O apoio deslavado a um candidato em detrimento de outro, sob o suposto manto da orientação espiritual é crime! Uma coisa é o pastor ter uma afinidade, outra é impor a opção, muitas vezes sob ameaças aos subordinados.

Outra ideia rechaçada aqui algumas vezes é aquela que almeja tornar o Brasil um país evangélico, pois que governado por um filho de Deus. Como se assim todos os problemas estivessem resolvidos. Está aí a Inglaterra, cuja democracia tem até religião de Estado, a ensinar que tal proposta não atende aos pressupostos. A Grã-Bretanha não é mais, nem menos abençoada por ser anglicana, muito menos evangélica. De resto, outras tentativas já foram feitas ao redor do mundo, sempre com fracassos retumbantes. No Brasil, Estados já foram governados por evangélicos com tristes exemplos de falcatruas, desvios e transgressões da Lei.

Fiz a digressão para avisar aos nobres leitores eleitores, a tantos meses da próxima eleição, que não devemos nos enganar. Os petistas põem em marcha as diversas agressões aos evangélicos. Aborto, apoio às drogas, homossexualismo estatizado e um desdém velado. Mas, quais as alternativas? A Rede de Marina, já no nascedouro com seus problemas éticos? Ou o PSOL, mais radical que o PT? Sobraria o PSB e o PSDB. Só sobraria.... O PSDB implantou a primeira versão do PNDH. Seu cardeal mais vistoso, FHC, é radicalmente a favor da liberação da maconha.

Quanto ao PSB, quem não lembra que o presidente do partido, Eduardo Campos, em 2006, por conta da ameaça de extinção dos partidos nanicos, e a consequente filiação ao PSB afirmou (grifos meus):
“Não podemos crescer de qualquer jeito”, disse Eduardo Campos a outros dirigentes do PSB, em reunião na última quinta-feira. “Gente que quer entrar no partido apenas para fazer parte da base do governo não nos interessa. Daqui a pouco estamos filiando pastores de igreja evangélica.”
Aqui em Pernambuco temos pastores filiados ao PSB e que deram muitos votos ao partido. A questão não é essa. Podemos pensar que o PSB fez a pax com a pauta evangélica, mas não fez. A prova disso, e esta foi a afirmação que motivou o post, foi a declaração esta semana de outro cardeal do partido, Cid Gomes, governador cearense, falando sobre a candidatura à presidência:
“Nosso campo é progressista, e eu me preocupo que uma candidatura nossa possa cumprir o papel apenas de servir ao reacionarismo e ao conservadorismo do Brasil”
Leia-se por conservadorismo as diversas demandas caras a nós. Reacionário aqui é quem não apoia o aborto, o homossexualismo como política de Estado, as descriminalização das drogas e tudo aquilo que parece moderninho, mas só mina a estrutura da sociedade: a família.

Pra finalizar, estas manifestações, com as quais muitos de nós simpatizam, não se tornarão efetivas se nas urnas não dermos nosso recado. Não adianta quebrar tudo e votar do mesmo jeito.

Não digam que não avisei...

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Avisem ao Pr. Eurico e ao Anderson Ferreira!

Essa é do balacobaco, como diz o Reinaldo! O Ministério Público de Pernambuco vai realizar um debate sobre Direitos Humanos e Homofobia, os dados estão abaixo. Um dos convidados é o presidente do grupo Gay da Bahia, Toni Reis:

I Encontro sobre Direitos Homoafetivos
Data: 13.09.13
Horário: 8h30 às 18hM
Local: auditório do Banco do Brasil | Avenida Rio Branco, 240, bairro do Recife

Diligente e influenciado pelo lobby, nosso MPPE não se fez de rogado e mantém um blog para se estender no assunto. Divulga assuntos de interesse do grupo. A tendenciosidade é descarada. Tendo em vista o debate abriu-se a oportunidade para que as pessoas relatem situações homofóbicas numa das páginas do blog, dando quatro estórias (isso mesmo, com es) como exemplo, uma delas é esta aqui (grifos meus):
fechando os olhos…me lembro de minha mãe ao perceber como atendia o telefone . comentando com minha tia . Ele fala muito Delicado…. Lembro que isso me feriu pela primeira vez. pois sempre me achei normal. mas. apartir daquele momento senti que era diferente..e qdo conheci kennedy…num me controlei..tremia como se fosse me desmanchar. aqueles olhos azuis me faziam ficar gago sem palavras…e me apaixonei pela primeira vez.num queria perder qdo ele passava pra namorar minha vizinha. e fiz logo amizade com ele pois meu pai conhecia o pai dele. ele me perguntava porque eu tremia tanto qdo o estava com ele. e eu simplismente olhava pra seus olhos azuis como e ceu sobre mim. queria beija-lo e sentir seus lábios junto aos meus. me perder em um sonho sem fim. mas…tudo desabou. ele comentou com seu pai. que falou com o meu pai. e ai…fui chamado por minha mãe que num pergunta só me fez: vc é viado? eu praticamente e prontamente respondi com meus 12 anos que NÃO..com muito medo pois conhecia sua maneira de Bater..Ela completou dizendo .: se for quero que vc atravesse aquela rua cheia de carros e um lhe mate. pois num crio filho meu pra ser pederasta não. pois vai queimar no fogo do inferno e é pecado mortal….meu Mundo desabou …minha mãe naquele momento desejou que Eu morrese. me concentrei e passei a viver como ela queria. na igreja. cantando. orando e pedindo á Deus que tirasse isso de mim….o tempo passou ..com 16 anos arranjei uma namorada ..todos da minha familia se alegraram. Eu era Homem agora…mas..num aguentei pois ela .minha namorada gostava muito de mim. e qdo ela me beijava só imaginava Kennedy..acabei o namoro..e revoltei de novo minha mãe. estava começando a minha guerra contra minha familia e contra Deus. num suportei tinha que ser eu mesmo. e foi qdo chorando muito encontrei em minha vó uma Amiga. que num deixou mais eu apanhar. e me protegeu até eu perde-la qdo ela morreu. Kennedy descobriu o que eu sentia por Ele. e se afastou de mim. conheci outros amigos gays que me mostraram que eu num era doente. e que era maravilhoso beijar e ser amado. cresci. hoje homem feito. com 43 anos. levanto a Bandeira Gay pra todos que como Eu estão começando agora. E tenho uma palavra: Força….pois uma Dia esta Tempestade vai passar e no Final Deus vai te presentear com um Lindo ARCO-IRIS.
Bem, a panfletagem dispensa comentários. O mais interessante é que nas várias páginas dos blogs do MPPE não há tanta preocupação com outras demandas de interesse dos Direitos Humanos. Prisões em péssimo estado, educação pública de má qualidade, especialmente no ensino básico e médio. Falta de investimento em saneamento básico. E uma infinidade de problemas... O que dizer, por exemplo, de haver uma cota para o registro de demandas nos Juizados Especiais Cíveis, antiga Pequenas Causas? Não sei se mudou, eram 15 pela manhã e 15 à tarde. Quem perdesse só no outro dia. As praias, por exemplo, estão privatizadas pelas casas que invadiram a faixa de areia ou pelos bares oportunistas. Me faltam tempo para enumerar coisas que deveriam ser preocupação do MP.

Para começar um debate desta natureza com seriedade o MPPE teria que esquadrinhar os números da estatística oficial gay feita no site HomofobiaMata. Lá diversos casos de Pernambuco, esclarecidos como passionais ou da violência cotidiana de nossas ruas, estão contados como homofobia. Ano passado, 2012, o lobby cravou 30 homicídios homofóbicos por aqui. A resposta da SDS foi a seguinte:
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, fez nesta sexta-feira (7) um balanço sobre os índices atuais da violência em Pernambuco, contrariando a avaliação do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais) no que diz respeito aos crimes contra homossexuais. Em nota oficial divulgada à imprensa, a SDS disse que os 30 homicídios de homossexuais registrados em 2012 não ocorreram por homofobia.
Para a Secretaria de Defesa Social, as motivações foram: passionais, discussão, interesse financeiro, roubo (latrocínio), entorpecentes/drogas, embriaguez, dentre outros. Segundo o órgão, a demanda do movimento foi respondida por meio do Ofício nº 3129-GAB/SDS. Do total, 15 foram remetidos à Justiça com autoria.
Por que o Pr. Eurico e o Anderson Ferreira foram chamados? Ora, porque são evangélicos, representam as igrejas e são tidos como combativos. Pano pra manga o assunto tem. Sem falar dos nobres deputados estaduais como Cleiton Collins e Manoel Ferreira. Com a palavra nossos representantes.

sábado, 7 de setembro de 2013

Pensando...


Critica a neta de Manoel Ferreira porque consagrada a evangelista, e não critica o consagrador, nem a estirpe que contribuiu para a pantomima, com medo de não ser mais convidado para os eventos da CONAMAD. Pior, ainda achar que de todos os outros erros de Manuel Ferreira esse é o maior. Haja coador para mosquitos...

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Não é preciso ser profeta...

...para compreender que a tendência é essa. Leio no JC OnLine:
O  mercado de livros digitais cresceu mais de 350% de 2011 para 2012. Mesmo assim, ainda não alcança 1% do faturamento das editoras no Brasil. É o que aponta a pesquisa feita pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). A diretora da CBL, Susanna Florissi, garante que o livro digital, ou eBook, já é uma realidade, mas tanto o mercado editorial como os consumidores ainda precisam se adaptar à nova plataforma de leitura.
“Tem vários formatos, uns são mais simples, como o próprio PDF, que muitos profissionais não consideram como livro digital mas eu considero, temos o ePub, e existem também livros digitais muito mais elaborados, que são mais caros de serem produzidos, como os livros interativos, que tem som, movimento, vídeo no livro”.
O PDF é um formato mais "duro”, sem adequação, por exemplo, do tamanho da letra, mas é de fácil acesso e compatível com praticamente todos os computadores, tablets e smartphones. O ePub é a plataforma mais popular para eBooks, é estático e oferece adequação do tamanho da letra. Já os aplicativos são produtos desenvolvidos para ter mais interatividade e possibilidades, como movimento, áudio e vídeo.
Infelizmente, nossos nobres editores não compreenderam ainda a questão. Os seminários engatinham com as aulas em EaD, nossas editoras torcem o nariz para a mídia em formato digital, com iniciativas parcas e pobres, as igrejas querem uma editora convencional para chamar de sua, sendo que o custo da edição e divulgação digital é infinitamente menor. E por aí vamos, gastando perdulariamente dízimos e ofertas. Se dá o mesmo com as rádios e TVs não é?

Este blog já debateu inúmeras vezes o assunto... Se o dinheiro gasto para promover programas nas TVs (e compra de rádios, emissoras e retransmissoras e afins) fosse investido na produção intelectual de livros digitais ou no licenciamento de conteúdos terceirizados de qualidade teríamos uma grande revolução. Mas eu sei como funciona. Ninguém consegue arrecadar com a teologia popularizada.

Continue lendo aqui.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Dessa vez não conte comigo, Malafaia!

Leio no Notícias Cristãs:
Nós declaramos que vamos tomar posse dos meios de comunicação, das redes de internet, do processo político, nós vamos fazer a diferença, vamos influenciar o Brasil com o evangelho de Jesus
Não conte comigo para essa pantomima. Ninguém diz que quer fazer a diferença sendo mais santo, mais crente, orando mais, evangelizando mais...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Hipotético flashback de Urias...

995 a.C., 15 de nisã
15/nisã 06:45h Via luz, muita luz, não sentia se corpo. Percebeu, estava morto... Assim partem o corajoso e o covarde. O que aproveitou a vida e o que desprezou os próximos. O que no afã de satisfazer o ego embotou os sentimentos e os que tiveram a sensibilidade de um poeta. O poderoso e o sábio. Às vezes, não dá pra ser as duas coisas ao mesmo tempo. Urias não percebeu que já havia morrido há muito...
15/nisã 06:30h A flecha certeira obstruía o bombeamento de sangue. Arfara por alguns minutos. A visão turvava, via os demais como sombras passarem. Agora cada detalhe fazia sentido e prendia a atenção. A mão estendida pedindo ajuda, mas não havia médicos à disposição. Lembrou da mulher e de como deveria ter estado ao seu lado da última vez. Perdera a noção de prioridade em troca da morte, como sucede a tantos guerreiros.
15/nisã 06:05 Primeiros minutos... Oh! Não. Tentou desviar, a seta vinha em sua direção. De repente, a dor, rasgando o peito. Entrara em sua ilharga. Como não pusera o escudo à frente? Tanta experiência e aquele descuido banal!? Auto-confiança!? Quantas vezes já não vira outros soldados tombando de maneira miserável?
15/nisã 06:00h A batalha era uma surpresa contra a cidade fortificada. Durante toda a noite, o exército havia se preparado. O comandante recebera a carta, contendo ordens expressas do rei: Ponham este homem na frente. Ao que tudo indica ele não era a ponta de lança da operação de guerra, mas um comandante na retaguarda. Entretanto, provara seu valor para galgar aquele posto. Não era novidade ir à frente, não questionara seus superiores, não pressentira a armadilha.
14/nisã 12:00 Termina o almoço. Urias está ansioso para voltar à batalha. O rei o chama, entrega-lhe uma carta e pede para repassá-la a Joabe. Urias está feliz pela confiança, esquecera o presente, sua mulher, os seus. Não percebia que a guerra era um evento, sua casa era a vida.
14/nisã 06:00 Os comandantes do palácio repassam a ordem enfática: "Almocem e sairão em seguida para o campo de batalha. Lutarão amanhã logo cedo. Quem quiser ir para casa rever sua esposa e filhos, vá logo!". Urias não foi como no dia anterior. Sua vida estava embebida na batalha. Lutar era seu alvo, tornara-se avesso às banalidades.
13/nisã 10:00 Davi emenda: Demora-te aqui ainda hoje, e amanhã te despedirei. Urias fica feliz de poder voltar à guerra. O mundo da paz não lhe interessa. Ao invés de ir para casa e voltar no dia seguinte, prefere ficar por ali, gabando-se dos seus feitos.
13/nisã 10:00 Urias deita à porta do palácio, como se alguma batalha tivesse de ser travada ali. O rei o chama novamente. Urias se intriga. O que finalmente quer o rei? Davi repreende-o: Não vens tu duma jornada? Por que não desceste à tua casa? Urias retruca: A arca, e Israel, e Judá ficaram em tendas; e Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados no campo; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber, e para me deitar com minha mulher? Pela tua vida, e pela vida da tua alma, não farei tal coisa. Davi percebe que Urias menospreza seu relacionamento em detrimento do objetivo. Pouco a pouco Urias tornara-se um radical.
13/nisã 08:00 Chega a Jerusalém. Vai direto para o palácio. Banha-se no alojamento, apresenta-se ao rei. Ele divaga: Como vai Joabe? Como vai a guerra? Urias detalha com ímpeto cada investida. Davi vê sangue em seus olhos, conhece bem este sentimento. Por fim, pergunta: Já desceste à tua casa, para ver tua mulher? Urias dá de ombros. Davi lhe dá um presente e despede-o, recomendando mais atenção aos seus.
12/nisã 12:00 Almoça e parte rumo à Jerusalém. as flores crescem no campo, mas ele nem teve tempo de notar, tal a expectativa. Coisas pequenas não podem trair a atenção de um grande comandante.
12/nisã 10:00 Urias recebe o chamado de Joabe. Surpreende-se, mas não questiona. Ao chegar na tenda do comandante, ouve: O rei deseja ver-te! Ora, pensou, deve ser alguma comenda. Deixe-me ver por qual das últimas vitórias a receberia? O coração grávido de louvores. Para o soldado ser glorificado por seus pares é a suprema honra.