sábado, 31 de janeiro de 2015

Perguntas fundamentais a calvinistas e arminianos


Prezados leitores, sei que comungam das duas visões. Uns calvinistas, outros arminianos. Há, porém, algumas poucas e fundamentais perguntas a serem feitas aos dois grupos, especialmente num momento de recrudescimento da tensão (preencha o espaço com arminiano ou calvinista, conforme suas convicções):

- Amigo(a) _______________ tens lido a Bíblia? Sim!? Sei como é importante a leitura de livros inspirados, escrito por homens e mulheres cristãos, além da leitura secular, mas estás dando prioridade à Palavra de Deus? Por que, por exemplo, não iniciar a leitura da Bíblia toda este ano? Ou a leitura no Novo Testamento? Leio postagens de metas de ler esse ou aquele outro livro da tua linha teológica, até postas a capa deles. Deixa te dizer uma coisa: Se eu lesse e relesse todos meus 400 e tantos livros nada se compararia à minha surrada Bíblia!

- Prezado(a) _______________ és um bom filho? Bom pai? Bom marido? Bom cidadão? Bom funcionário? Bom amigo? Bom vizinho? Bom membro? Digo isto porque é necessário dar exemplo aos de fora e aos de dentro da Igreja, sejam judeus, sejam gregos, como disse Paulo. Embora compreenda que devemos fazer isto não para ser salvo, mas por ser salvo, de fato, sem estereótipos, podes ser conhecido e reconhecido, por tua conduta, como um salvo? Ou tua luz não brilha? És sal que salga realmente? Fazes a diferença por onde passas?

- Amigo(a) _______________ por falar em Igreja, tens estado nos cultos? Ou ficas apenas influenciando com tuas ideias pessoas com ou sem afinidade com o que crês? Tens ido, por exemplo, aos templos dos que creem de forma diferente da tua, somente para atacar, contrapor e causar escândalo? Em que ministérios estás envolvido em tua Igreja? Ou és um peso morto de insatisfação?

- Prezado(a) _______________ tens influenciado o mundo ao teu redor? Ou tens sido influenciado? Tens falado de Cristo a teus amigos desviados ou incrédulos? Tens estendido as mãos para ajudá-los, dando bom testemunho de hospitalidade e fraternidade cristã? Ou tens te omitido como o sacerdote da parábola do bom samaritano? Amas a mediocridade e a indolência? O Diabo é teu inimigo?

- Amigo(a) _______________ teus estudos bíblicos tem produzido mais santidade? Ou apenas inchaço carnal do tipo que se sobrepõe e orgulha de esmagar o parco conhecimento dos demais? Tens sentido mais a presença de Deus? Tens orado mais? Jejuado mais? Tua prioridade é aquilo que é supérfluo? Ou tens orado pelos mais fracos, mais pobres, mais necessitados? Tens lembrado, por exemplo, dos irmãos em perseguição mundo afora, aonde não podem sequer portar uma Bíblia?

- Prezado(a) _______________ sabias que esta polêmica tem pelo menos quinhentos anos? Ou seja, são coisas do tipo: Quem são as duas testemunhas de Apocalipse 11? Por que só existe vida na Terra? Por que são vinte e quatro anciãos e quatro seres viventes? As respostas a perguntas assim não fazem a menor diferença para a tua salvação! Ao fim das contas, não importa se foste calvinista ou arminiano. Somente se teu nome está no Livro da Vida. Quer tenha sido escrito por algum desígnio eterno ou por tua aceitação a Cristo! Eu, você, nós. precisamos é estar preparados para o Arrebatamento da Igreja. Aliás, a volta de Jesus te soa necessária e iminente?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Subsídio para a 5ª aula - 01/02/2015 - Não tomarás o nome do Senhor em vão


O poder das palavras no mundo antigo

As palavras e nomes, especialmente, tinham uma atenção especial no Velho Testamento e no mundo oriental. Alguns exemplos são fundamentais para entendermos o assunto:

a) Quando uma pessoa adoece gravemente os rabinos lhe mudam o nome, para que ela possa melhorar. E ponhem um nome com carga positiva. Claro é uma mandinga ligada à Cabala, mas alguns dos religiosos judeus acreditam;

b) Quando alguém era capturado seu nome era mudado, preferencialmente, para nomes que honrassem os deuses do captor. Foi assim com José, mudado para Zafenate-Panéia, Daniel, Hananias, Misael e Azarias, mudados para Beltessazar, Sadraque, Mesaque a Abede-Nego, respectivamente.

c) William Barclay nos ensina que as palavras para um oriental era altamente importante. Por isso o hebreu comum falava pouco. O vocabulário hebraico tem menos de dez mil palavras; o grego tem duzentas mil. Ele conta a seguinte história:
O professor Paterson recorda um incidente que Sir Adam Smith relata. Em uma ocasião em que Sir George Adam Smith viajava pelo deserto asiático, um grupo de maometanos lhe deram as costumeiras boas-vindas: Salam Aleiku "A paz seja contigo". No momento não perceberam que era um cristão. Mas, quando descobriram que haviam proferido uma bênção a um infiel, apressaram-se a voltar pedindo que a devolvesse. A palavra era como uma coisa que se podia enviar para fazer coisas e a ela se podia trazer de volta.
Assim o nome era importante em qualquer contexto. Como, aliás, eram as palavras todas. Um juramento judeu não precisava de documentos. Era apenas proferido diante dos anciãos, à porta da cidade, e ninguém o quebrava. Jonas não disse nada ao capitão senão: Eu sou hebreu e temo ao Deus que fez o mar e a terra seca. Pronto, era a senha para uma série de ideias sobre o povo do profeta.

O nome de Deus

Neste contexto temos o nome de Deus. Devemos distinguir o nome dos títulos. Seu nome é Yavé, mais conhecido como Jeová. Era escrito Yhwh. A vocalização mais adequada se perdeu diante da proibição.


Por que, então, se tornou Jeová? Há duas razões. Primeiro, as vogais de Adonay foram adicionadas para evitar a pronúncia em vão. Ainda hoje, quando um leitor judeu encontra Yavé com as vogais de Adonay, pronuncia este último ou HaShem (que significa o Nome).



Em segundo lugar, quando houve a tradução para o latim, que se tornou língua franca na ascensão do Império Romano, palavras hebraicas iniciadas por Y, foram vertidas para I. Na Reforma o I foi para o alemão J, daí Jesus. Interessante notar que os judeus mantém a transliteração em seus manuscritos do nome Yavé. O que contradiz certo movimento herético.

O significado de Yavé é “Eu Sou” ou “Sempre estarei sendo”, ou como utilizam os judeus “o Eterno”. O vocábulo é uma abreviação da frase “Eu sou o que sou” dita por Deus a Moisés, quando este lhe perguntou que nome diria aos israelitas influenciados por tantos deuses no Egito (Êxodo 3:13,14).

Tomar seu nome em vão

Vivemos dias complicados. As pessoas clamam o sangue por brincadeira. Falam de Deus como se fosse uma pessoa qualquer. Precisamos resgatar o respeito pelas coisas divinas, sob pena de banalizar o nome do Senhor e atrairmos castigo para nós. Estamos na graça, mas Jesus referendou a importância deste mandamento como ensina a presente lição. O uso mágico do nome de Deus ou de Jesus como amuletos e palavras de ordem não funciona, como não funcionou no caso dos filhos de Ceva (Atos 19.14-16).

Leiamos este interessante parágrafo do Pr. Luiz Sayão sobre a importância e a utilização do nome de Deus:
Talvez a maior confusão na prática esteja no mal uso da frase “o que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (João 14:14 – NVI). A palavra de Jesus não significa que basta mencionarmos o seu nome, e tudo acontecerá automaticamente. Pedri alguma coisa “em nome de Jesus” significa pedir alguma coisa segundo a vontade de Deus (1 João 5:14). Pedir em nome de Jesus é pedir o que Jesus pediria. Pedir em seu nome é como “agir por procuração”: não é a minha vontade que será feita por meio de Jesus, mas sim a vontade dele que se realizará por meio da minha oração.
Alguns dos "nomes" de Deus

Alguns dos nomes (boa parte deles denotam a ação de Deus num determinado contexto, são, portanto, títulos):
Nome                                                 Significado
Javé                                                    O Auto-Existente – o nome próprio de Deus
Elohim                                                Forte
El-olam                                               Deus eterno
El-Shadai                                           Todo-Poderoso
El-Elyon                                              Deus Altíssimo
Adonai                                                Senhor, Soberano
Jeová-Jireh                                         O SENHOR Proverá
Jeová-Nissi                                         O SENHOR é minha bandeira
Jeová-Shalom                                    O SENHOR é Paz
Jeová-Tsidkenu                                  O SENHOR é nossa justiça
Jeová-Shamá                                     O SENHOR está ali (presença)
Jeová-Tsavaot                                    SENHOR dos Exércitos, Salvador e Protetor
Santo de Israel                                   Santidade
Rocha                                                 Confiável
Abir                                                     Poderoso
Gibor                                                  Valente, Poderoso
Tsadiq                                                Justo, Reto
Qoneh                                                 Zeloso
Ancião de Dias                                 Juízo, Eternidade
Altíssimo                                            Transcendente
Abba                                                  Pai
Despotes (grego)                             Senhor
Theos (grego)                                   Deus
Kyrios (grego)                                   Senhor

Fonte: www.prazerdapalavra.com.br

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Os homens não x Os homens sim


O brilhante economista norte-americano Canice Prendergast lançou, em 1993, um artigo intitulado A Theory of Yes Men. É um estudo sobre a importância da discordância numa organização. A discussão básica do livro se dá em torno do diagrama abaixo:

Adaptado de O Livro dos Negócios, Exame

Em todas organizações as pessoas dizem sim com medo de perder seu emprego, seu cargo, sua posição hierárquica, amizades, networking. Por vezes, é exatamente sim o que querem ouvir gerentes e líderes. É o que lhes infla o ego e os faz pensar que estão no rumo certo. Mas esta tendência tem se mostrado danosa para a estratégia organizacional. Um líder eficaz compreende que é humano e suas decisões são limitadas. Ouvindo não ele será obrigado a repensar suas escolhas e evitar erros mais rapidamente do que aqueles que só aceitam submissão.

Os homens sim acabam sacrificando um precioso aliado da organização: a comunicação. A verdade tomba no terreno da mediocridade. A mentira se instaura e prejudica o relacionamento entre as pessoas com seus sinais trocados. Quando a gerência descobre o problema já é tarde demais.

Há uma analogia que se conta, na qual a liderança só enxerga a copa das árvores, os liderados conhecem o terreno, as raízes, ou seja, as dificuldades efetivas para alcançar determinado objetivo. Evidentemente, não é um caso de cegueira, mas de perspectiva. O Royal Bank of Scotland (RBS) enfrentou perdas bilionárias entre 2008 e 2009, mas nas reuniões seus altos executivos sempre aprovavam as decisões e omitiam os riscos potenciais. É esse o padrão de grandes falências do mundo corporativo.

Nas igrejas não é diferente. Afinal, toda igreja é uma organização. Quem discorda, mesmo que respeitosamente, é taxado como irresponsável, provocador, semeador de contendas. Isso pra dizer o básico. Porque não raro é associado ao próprio Diabo. Quem nunca ouviu de alguém que foi comparado a Datã, Coré e Abirão, os famosos dissidentes do povo de Israel? As pessoas não compreendem que pastores e líderes podem falhar, mesmo sendo escolhidos por Deus e tendo a melhor intenção possível. Somente alguns milhares de reais jogados no lixo ou pessoas chateadas adiante é que se percebe que o alerta de outrora era pertinente.

Por outro lado, os homens não devem se especializar na oferta de alternativas. Dizer não, não resolve o problema! Há pessoas que se especializam na discordância. Discordam por discordar e não se preocupam em pensar na solução. São tão negativas que bloqueiam a criatividade.

Nelson Rodrigues, nosso melhor frasista, dizia que toda unanimidade é burra. Redobre o alerta quando todos dizem sim. E seja humilde para compreender a discordância!

Conheça o artigo de Canie clicando aqui.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Uma análise sobre vitaliciedade

Clique na barra de ferramentas abaixo para ler em tela cheia ou aumentar o zoom!

 

O que acontece à Igreja?


Nunca fomos bons para dar respostas às dificuldades do mundo. Lembro de um filme que assisti cuja trama versava sobre um homem preso injustamente. Sua esposa buscava consolo e o capelão lhe dizia: Aguarde, a justiça vai prevalecer, etc. Um dia, cansada de esperar, ela se dirigiu ao mesmo e disse: Teólogos esperam. E agiu por conta própria, libertando seu marido e punindo os agressores. Guardadas as devidas proporções, somos predominantemente reativos.

Os últimos dias tem sido terríveis para a Igreja. As drogas se alastram. A prostituição campeia na sociedade em que vivemos. O crime ganha proporções épicas. O pecado asfixia a santidade. As injustiças sociais se agravam. Alguns fortes caem. As pessoas fogem dos templos e/ou abandonam seus postos. E o que fazemos? Apenas constatamos nossa incapacidade. Um amigo meu fez uma pesquisa para seu mestrado e ficou estupefato. Mais de metade dos grandes traficantes dos presídios pernambucanos são filhos de crentes. Boa parte deles filhos de componentes e dirigentes do Círculo de Oração!

Sei como é fácil dar de ombros, mas também observo como nossa trajetória nos trouxe até aqui. Éramos humildes, é fato. Mas crescemos e endurecemos nossa cerviz, como ocorreu a Israel. Enquanto nos preocupamos, por exemplo, com os eventos enquanto urgência imediata para a demarcação de nossa atuação institucional, nossa necessidade de quebrantamento aumenta. Padecemos institucionalmente de um mal crônico: a auto-suficiência.

Dos mais altos escalões (Oh! Senhor, como é difícil ter a humildade de compreender isto?) aos congregados mais recentes achamos que podemos resolver as coisas ao nosso modo. Excluímos Deus de nossas urgências porque o que primeiro Ele cobrará é o reconhecimento de sua soberania. Ele reclama por nosso retorno ao primeiro amor.

Boa parte dos crentes que conheço ponderam: É a volta de Jesus! Evidentemente é uma das possibilidades. Mas será só isso? Sei que é fácil dizer também: Assim é a vontade de Deus. Isso elimina completamente nossa responsabilidade. E é, aliás, o refúgio daqueles que fogem da culpa, dos covardes. Quantos pecadores aos quais pregamos nos dizem: Quando eu morrer Deus faça de mim o que quiser? Auto-isenção total! A Bíblia diz que devemos lançar sobre o Senhor nossa ansiedade, não nossa responsabilidade.

Uma das grandes armas de Jesus para se diferenciar dos demais líderes de sua época foi sua empatia com as dores daqueles que o cercavam. Os rabinos estudavam e se aprofundavam na Tanach, mas pouco faziam pelos problemas cotidianos. À Igreja Primitiva se juntou tal empatia com a operação de milagres. Em nossos dias a empatia desapareceu e os milagres sumiram. Temos grandes e preciosos templos, prata e ouro, mas já não podemos dizer: Levanta-te e anda, como bem refletiu Tomás de Aquino. Conheço profundos teólogos que não movem uma pá na Obra do Senhor. Ordenam, dirigem, mas nada prático fazem diretamente.

Mas há duas variáveis críticas nesta equação: 1) Vamos tomando nosso lugar na vala comum da indiferença; 2) Não reconhecemos nossa dificuldade de lidar com a questão. Ora, o primeiro passo para a cura de uma doença é o reconhecimento do seu diagnóstico. As pessoas estão empoderadas do ponto de vista humano? Por que nós líderes não nos desempoderamos a nós mesmos para lhes dar o exemplo de humildade? As pessoas estão inchadas? Por que nossos gestos contribuem para o inchaço? Não há solução neste impasse.

Das coisas mais simples às mais complexas precisamos muito mais do que teorias e proibições. Há um vento de doutrina? Desvelemo-nos na pregação e estudo da Palavra? Ouvi Norman Geisler recomendar na Consciência Cristã/2013, a dez mil pessoas, que lessem e meditassem na Palavra como recurso contra a apostasia. Ele dizia: Perguntei aos técnicos do FED (Banco Central americano) o que faziam para descobrir as fraudes. Eles responderam: Nos aperfeiçoamos na cédula verdadeira!

Nós, assembleianos, passamos tanto tempo preocupados com o invólucro que esquecemos o conteúdo. Restou do frasco bem pouco perfume. Faltou-nos estudo da Palavra, em muitos lugares os cultos de doutrina são apenas desfile de costumes. Em nossas EBDs não há aprendizado adequado para as crianças (e em muitos casos nem instalações para isso). Nossos jovens foram mimados com cantilenas e abobrinhas. Agora que as grandes redes interligam gente de todo lugar vai ficando difícil elucidar as lacunas. Como poderemos resolver o problema se os líderes não leem a Bíblia e não a estudam? Oração é um bicho papão, jejum, caviar! Paciência! Não dá pra oferecer uma resposta eficiente andando em círculos.

A Igreja não tem solução para os problemas do mundo porque não estamos fazendo nossa lição de casa. Deus não se engana com metas, propósitos, projetos, estratégias, articulações, formalidades, salamaleques. A menos que Ele veja algo prático acontecer. No mais é somente faça o que eu digo e não faça o que eu faço. Assim nada muda. O que mais me dói é perceber que podemos fazer algo, mas, simplesmente, não queremos. Somos atrapalhados por nós mesmos porque queremos preservar nosso status quo.

É mais ou menos como o Brasil. País formado de pessoas inteligentes, capazes e capacitadas, povo trabalhador e honesto em sua maioria. Mas que fica correndo atrás de frivolidades e não atua nas necessidades estruturais. Pior, não reconhece as tais. Preferindo o engodo, a ignorância e a fraude. Quer crescer, mas não sabe pra onde. Não usa a energia que tem para a solução dos problemas. Dá lugar e espaço a fanfarrões e conversadores. Um amigo historiador cravou: A Assembleia de Deus mais parece o PMDB. Grande, influente e cheio de caciques, sem projeto nacional, mas sempre presente em todos os governos. Não é um bom retrato, mas é a cara da Igreja.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Frida Vingren, breve resenha do livro homônimo!

Ao saber que a biografia de Frida Vingren foi contemplada com o 2º lugar em vendas da CPAD, no ano de 2014, categoria livros nacionais, republico este post de março do ano passado. Aproveitamos para estimular a comprar deste valioso livro.


Um mês atrás foi lançado o livro Frida Vingren, do Pr. Isael de Araújo. Prometi a meus dez leitores uma resenha. Infelizmente, meu tempo está curto. Frida é um daqueles personagens que galvanizam minha atenção. Não apenas por ser mulher, esta questão de gênero não me comove, mas por seu trabalho, por sua história e pelos desvarios que a acometeram. Mas, vamos por partes, espero que me acompanhem.

O escritor é um pastor conhecido entre os assembleianos. Pesquisou in loco algumas das indicações históricas. Frida já foi alvo de vários autores, mas é uma iniciativa excelente dar-lhe voz, mais uma vez. Aliás, ela é o tipo de personagem que se ergue cada vez mais por sua biografia, falem mal ou bem dela. A história está bem contada e documentada. Os detalhes que foram omitidos (digo isto por conhecer alguns de outro escritor) numa obra oficial não chegam a fazer muita falta.

Ressalto algumas passagens que grifei, numa outra ordem de importância que não a cronológica:

Ministério feminino

Ralando...
Em 27 de maio de 1917, Frida foi ordenada missionária da Igreja Filadélfia de Estocolmo, para trabalhar no Brasil, principalmente como bibelkvinna (antiga palavra sueca para designar uma mulher que exercia o ministério de ensinadora da Palavra de Deus nas igrejas) (pág 32). Vingren começou a realizar cultos na prisão no Rio [1929], tendo à frente do trabalho a sua esposa Frida, junto com muitos outros irmãos e irmãs.
Coitada, sem crachá...
Na abertura dos cultos, era ela quem fazia a leitura bíblica com a igreja. Quando Gunnar se ausentava em suas viagens, era Frida quem pregava a mensagem nos cultos e também cuidava de outras atividades da igreja. Ela gostava de ministrar estudos bíblicos (pág 76). Frida era um dos pregadores mais ativos nesses trabalhos evangelísticos ao lado de seu esposo, e de dois jovens evangelistas: Paulo Leivas Macalão e Sylvio Brito (pág 81).
 Mas, antes os detalhes do processo...
Nessa época, mulheres crentes batistas que desejassem atuar na obra de Deus podiam ser consagradas evangelistas ao frequentar a escola bíblica em Orebro ou Gotabro (pág 23). Em novembro de 1915, foram enviadas 21 evangelistas, para diversas regiões do país [Suécia]. Doze eram mulheres e nove homens (pág 24). Na realidade, a maioria dos evangelistas suecos eram mulheres (pág 28).
Será que foram aprimorar o crochê no seminário?
[Palavras de Gunnar Vingren:] Eu mesmo fui salvo por uma irmã evangelista que veio visitar e realizar cultos na povoação de Bjorka, Smaland, há quase trinta anos [1930]. Depois veio uma irmã dos EUA e me instruiu sobre o batismo no Espírito Santo. Também quem orou por mim para que eu recebesse a promessa foram irmãs (pág 113).
Tudo indica que não. Note: quinze anos antes de Frida já evangelistas faziam o trabalho missionário através da Suécia.
Em junho de 1930 Signora Dragland visitou o Brasil em direção à Argentina. Ela pregou a palavra num domingo e três pessoas foram salvas. Ela já atuava como evangelista há onze anos, tendo viajado através da Suécia, Noruega e Finlândia (pág 115).
Definitivamente, não!
Dois anos após a realização da primeira escola bíblica [1916], a Igreja Filadélfia em Estocolmo anunciou que "irmãs que tivessem a mesma chamada[...] para pregar o evangelho" eram bem-vindas, ressalvando-se a capacidade do ambiente. Se houvesse falta de lugar, os homens teriam precedência, embora a chamada pudesse ser a mesma (pág 27). O ano de 1928 começou com Frida pregando nos cultos da igreja no Rio de Janeiro, nos dias 2 e 6 de janeiro.
Finalmente, o primor! Antes como hoje!
Como evangelistas, as mulheres exerciam trabalho pioneiro. Seu principal encargo era ganhar as pessoas para a fé cristã. Quando o grupo de novos convertidos crescia, então algum presbítero de alguma localidade mais próxima, vinha e batizava e dirigia a santa ceia (pág 29).
Compare!
... em alguns lugares onde não houver pastores ou irmãos competentes para ministrarem a palavra, então, poderão as irmãs dirigir o serviço do Senhor, provisoriamente até o comparecimento do pastor ou dos irmãos enviados por outras igrejas...[1930] (pág 120). Isso deve acontecer somente quando não existam na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar (pág 121).
Até hoje as irmãs os esperam no Círculo de Oração... Rsrsrs!

 Anos de chumbo
Muitos crentes tiveram as suas casas e tudo o que lhes pertencia completamente destruídos em muitos lugares durante o trabalho de evangelização. Alguns foram feridos à faca e machucados com paus e outros instrumentos. Pernas foram quebradas e cabeças esmagadas, e muitos morreram devido à tortura por que passaram, para não falar de coisas piores que muitos irmãos passaram antes de morrer [1924] (pág 68).
Sustento e dificuldades financeiras

Quanta semelhança com nossos dias? E depois da partida nada levaram, somente um buquê de flores! Para muitos que exigem presentes nos aniversários e indenizações pelo trabalho na Igreja...
Quanto ao sustento financeiro, os Vingren viviam em 1930 pela fé em Deus, dependendo de ofertas enviadas do exterior, que não eram regulares (pág 124). Nos primeiros meses de 1931, Vingren e Nystrom lutavam com dificuldades financeiras para publicar o Mensageiro da Paz (pág 131). A família viveu com quase nada durante esse tempo (pág 139). Durante os meses de abril a junho, os Vingren não receberam nenhum sustento dos EUA (pág 150).
Argúcia
Neste ano [1926], Frida escreveu um artigo defendendo o uso da imprensa escrita na pregação do evangelho...
A grande divisão de 1930..32

Primeiro o pretexto...
Também separou Emília Costa como diaconisa [1928], a única que ocupou esse cargo na igreja (pág 92). ...Deolinda, a primeira mulher brasileira separada evangelista [1929] (pág 101)... setembro[1929], dia 27, Vingren pregou concernente aos dons espirituais e sobre o direito de a mulher falar na Igreja. Um dos crentes foi usado por Deus em profecia e falou que Vingren não temesse, mas que continuasse a ensinar a sã doutrina, e predisse que muitos se levantariam contra ele (pág 102). Samuel Nystrom não se humilhou e continuou sustentando que a mulher não podia pregar nem ensinar, só testificar (pág 104). ...Otto Nelson, escreveu uma carta para Estocolmo queixando-se de que haviam missionários colegas seus que desejavam impedir a atuação de sua esposa [Adina Nelson] (pág 106).
Primeiras divisões
Vingren lançou um novo jornal... O Som Alegre e teve seu primeiro número circulando em dezembro de 1929 (pág 104).
A partida final
Para Frida era como arrancar o coração do seu peito quando pensava em deixar o Brasil para talvez nunca mais voltar (pág 147). Em 14 de agosto de 1932, num culto de domingo à noite, Vingren entregou oficialmente a Assembleia de Deus no Rio de Janeiro ao missionário Samuel Nystrom... Contavam-se mais de 2.000 membros (pág 154).
Mortes precoces. Seria a pressão da missão?
...no dia 29 de junho de 1933, com 53 anos de idade, ele [Vingren] partiu para a eternidade... (pág 166). Frida piorou outra vez, e depois de um mês no hospital, findou seus sofrimentos... Era o dia 30 de setembro de 1940. Frida estava com 49 anos (pág 177).
Atuação vergonhosa dos companheiros no fim da vida
Após a morte de Vingren, Frida desejou ardentemente retornar ao Brasil... Mas o pastor Lewi Pethrus não aprovou a ideia... Frida decidiu que iria a Portugal,... Por volta de 1936,... Frida adoeceu. Nesta época, além de sentir muitas dores no corpo e os tratamentos nos hospitais não resolverem sua enfermidade, Frida teve de padecer a acusação de alguns pastores da Igreja Filadélfia de Estocolmo de que ela sofria de problemas mentais.
Eu sei que a história não foi essa. Frida não era doente senão por almas. Os líderes de então não toleravam tal obsessão. Também não toleravam sua argúcia, seu envolvimento, sua capacidade, sua tenacidade, seu mérito. E muitos hoje não toleram suas atitudes.

Finalizo transcrevendo as palavras de um de seus grandes opositores:
A irmã Frida [após a morte de Vingren despiram-na do título de missionária] tinha muitos talentos naturais, além dos que o Senhor especialmente lhe concedeu. Tinha facilidade de aprender; assimilar e de se expressar; além disto retinha a sua originalidade; tanto a sua linguagem falada como a escrita, tinha simplicidade e clareza, e sabia cativar os que a ouviam...
O seu zelo e dedicação ao Senhor, fizeram-na procurar poder que vem do alto, e de lá veio a sua impetuosidade e firmeza nos trabalhos a que se dedicava, tornando-se assim, um instrumento de benção para muitos. Nunca me esqueço do tempo em que trabalhamos juntos no Pará. Muitas noites, sozinha no seu quarto, lutando, permanecia em oração até à madrugada, tudo para que as bençãos de Deus descessem sobre o trabalho; Deus respondia e ainda animava outros a entrar na mesma cooperação de oração.
A sua impetuosidade, algumas vezes, levou-a além do que era prudente e útil, naqueles momentos; porém, depois, reconhecendo isto, lamentava que tal sucedesse. Entretanto, é preferível ter um espírito ardente e zeloso do que ser morno e nada efetuar. Ela ganhou muitas almas para Cristo. Paz seja sobre a sua memória (pág 179).
Infelizmente, somos, por vezes, muito bons para homenagens póstumas. Às vezes, nem isso.

Vale a pena comprar. Recomendo enfaticamente!

Link para o livro na CPAD, aqui.

O sofrimento possível

William Lane Craig, em seu livro Apologética para as questões difíceis da vida, conta de um amigo que fazia caridade visitando pessoas doentes e distribuindo flores para elas. Certa vez esse amigo encontrou uma mulher cega, dependente de um aparelho para surdez, sentada numa cadeira de rodas e gravemente cancerosa, cujo nome era Mabel. Tinha 89 anos e vivera isolada pelos últimos 25 anos.

No Dia das Mães, ele se aproximou e pôs uma flor em suas mãos. Ela tentou cheirar a flor e lhe perguntou:
- Obrigada, você foi muito amável, mas posso dar essa flor a alguém? Ele assentiu e imediatamente a levou pelos corredores. Enquanto passava dizia a quem encontrava: Essa flor vem de Jesus...! O rapaz se interessou e perguntou-lhe:
- Mabel, em que você pensa quando está aqui? Ela respondeu:
- Penso em Jesus.
- Mas como assim? - Ele não conseguia pensar em Jesus por cinco minutos!?
- Penso em como ele tem sido tão bom para mim. Tremendamente bom para mim! E então cantarolou o hino:

Cristo é tudo para mim
Viver, sonhar, cantar
É minha força, meu bordão
Sem Ele que penar
Quando em pesar a Ele vou
Pois o meu Jesus jamais falhou
Quando em pesar, faz-me alegrar
Cristo é meu

Que você pode ouvir no vídeo abaixo da Alessandra Samadello, a partir dos 1:47s:

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O que podemos fazer diante da grandeza de Deus!?

Onde estão os deuses egípcios?

Créditos: universal.globo.com - Clique para ampliar

A lição da EBD domingo passado versa sobre o segundo mandamento: Não terás outros deuses diante de mim. Todos sabemos que a exclusividade é uma característica do nosso relacionamento com Deus. Ele não dá sua glória a ninguém (Isaías 42:8). O assunto da lição abrange o conceito de monoteísmo e, em dado instante, o contrasta com as deidades egípcias. De fato, as ordenanças do Decálogo são profiláticas. O povo que saía de um verdadeiro caldeirão de deuses precisava compreender que são todos ídolos passageiros. Participei ajudando em duas classes e lancei a questão:

Onde estão os deuses egípcios?

Ainda deu tempo para uma chegada na classe de inglês da EBD na Sede em Abreu e Lima, aonde os competentes Eudes e Josué conduzem tanto o aprendizado da língua quanto de Bíblia. Coisa chique. Where are the Egyptian gods? É uma pergunta chave para compreender a questão.

Nenhum deles sobreviveu ao tempo. Os séculos provaram sua nulidade. A poeira do deserto os levou, assim como seus adoradores. Vale a pena confiar no Deus verdadeiro. Este o tempo não carrega...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Subsídio para a 4ª Lição da EBD - 25/01/2015 - Não farás imagens de escultura!


Gostaria de propor uma abordagem interessante para compreendermos a influência dos ídolos e imagens na cosmovisão cristã. Recorro à dinâmica do símbolo de Paul Tillich[1]. De fato, o ídolo nada mais é do que a representação simbólica da cosmovisão religiosa de um grupo ou pessoa, à qual outros devem aderir ou re-significar. O objeto, na teologia de Paul, é aquilo que representa de maneira objetiva uma realidade subjetiva. Cada vez que um fiel toma em sua mão um pedaço do pão, por exemplo, ele é mentalmente transportado para a crucificação.

Então o ídolo não é apenas uma escultura, ornada em ouro ou prata, ou uma coluna de pedra mas a delimitação do poder divino, reduzindo-o às medidas físicas ou à influência do objeto que o representa. Ora, Deus enche a terra e o céu, e até mesmo o céu dos céus não pode contê-lo (II Crônicas 6:18)!

Que fique claro, porém, que um ídolo não é apenas um objeto ou pessoa, mas qualquer coisa;
1) À qual direcionemos a atenção como faríamos a Deus;
2) A que atribuamos poder como atribuímos a Deus;
3) Que adoramos como adoraríamos a Deus!

Creio que assim a lista do que é idolatria se amplia...

Outra questão importante é compreender que Deus não parece com nada que ele criou. Logo a nada pode ser associado. Aqui se incluam coisas, pessoas, locais, objetos, anjos, seres espirituais, etc. Em Isaías 45:6 há esta argumentação: "A quem me assemelhareis, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes?" Então, se Deus não parece com nada que Ele criou, a nada pode ser comparado anulando o poder de qualquer outro objeto de adoração ou devoção.

Por fim, a idolatria católica. Bem, em primeiro lugar, temos a questão da hábil exploração de vulnerabilidades. A figura da mãe, do protetor desta ou daquela especialidade ou profissão, ou seja, risco. Ao invés de elevar teologicamente seus membros, prefere mantê-los na ignorância, para poder manipulá-los. Em segundo lugar, temos a atribuição real de poder aos santos, aos quais diz apenas venerar. Eu propus a seguinte situação:
Imagine que um devoto se dobra à Maria em Goiana, Mata Norte pernambucana, às 18:00h, convencionada como hora da Ave Maria. Outro devoto de ajoelha em Palmares, Mata Sul, 180 quilômetros de distância entre os dois pontos. Maria ou ouviria a ambos? Certamente não, pois não é Onisciente!
 Agora imagine que um devoto grita por Maria em Campina Grande, sertão paraibano, pedindo água. Outro devoto de ajoelha em Sergipe com o mesmo intuito, 500 quilômetros de distância entre os dois pontos. Maria socorreria a ambos ao mesmo tempo? Certamente não, pois não é Onipresente!
O que dizer da atribuição de poder que se dá a Santo Antonio, casamenteiro? Aquela moça enfia uma faca numa bananeira ou faz outra mandinga qualquer porque compreende que o santo pode resolver seu problema! Não é apenas veneração é atribuição de poder!

Dia desses uma senhora devota travou o seguinte diálogo comigo:
- Por que vocês não gostam de Maria?
- Quem lhe disse isso?
- Vocês não veneram ela, então é porque não gostam...
- A senhora gosta de sua mãe?
- Sim.
- Mas venera?
- Não, claro que não.
- Então, gostamos de Maria, mas não a adoramos.
- Hum... não gostar da mãe do Salvador, a mãe de Deus!
- Quem veio a existir primeiro: Jesus ou Maria?
- Claro que foi Maria, ela não é a mãe?
- Então, vamos ler em sua própria Bíblia Católica. Comecemos por Hebreus 1:1, Colossenses 1:17... - depois de lidas as passagens na própria Bíblia dela, retrucou:
- Ah! Vocês gostam é de confundir.

E ainda tem o vergonhoso sincretismo. Diversas igrejas católicas catalisam a adoração aos inúmeros deuses das religiões afro harmonizando com personagens bíblicos. Um acinte sob todos aspectos. Uma coisa é um determinado orixá, outra um personagem da Bíblia.

Por fim, por que tantos então se beneficiam com milagres se os santos católicos nada podem fazer do lado de cá? A explicação está em Mateus 5:45.

[1] Tillich, Paul, Teologia Sistemática, Editora Sinodal

Contradições...

Este blog já se ocupou bastante das contradições evangélicas. E elas são muitas. Hoje voltamos a uma delas que já foi abordada sob outro prisma. Como sabem as igrejas em geral se especializaram em produzir eventos. Antes promovíamos reuniões de oração, de avivamento, de evangelização e era algo íntimo à comunidade eclesiástica. Agora só restou o glamour... De péssimo gosto, diga-se de passagem. E nos expomos ao máximo. Se é uma boa estratégia fica para outro post, o cerne deste pequenos post é um evento que será realizado em São Paulo, cujo poster de divulgação está logo abaixo. Volto em seguida:


Estes eventos de gosto duvidoso pululam Brasil afora e não seriam motivo de admiração para nós a não ser pelo saco de gatos que é a constelação de preletores e cantores. Juntar num mesmo evento Cláudio Duarte, Josué Gonçalves entre outros é abusar da ortodoxia evangélica brasileira. 

Já acusei o golpe aqui outras vezes. Quando é pra falar e vender livros de apologética, esbravejar contra ou a favor deste ou daquele posicionamento teológico esse pessoal está sempre disposto. Agora quando chamados à coerência...

É o mesmo caso do Ministério Feminino. A CPAD e seus luminares escrevem as maiores bravatas contra, etc. e tal. Mas vão promover um Congresso de Escola Dominical que terá entre os palestrantes o Pr. Stan Toler, que não apenas apoia, como já consagrou mulheres. Ele mesmo me disse em e-mail! Pior: duas mulheres pastoras americanas estarão entre os preletores!



Dias atrás enviei um e-mail ao Pr. Stan Toler. Eis a resposta, transcrição e tradução abaixo:


Pergunta: Dear, I would like to know the position of Pastor Stan Toler about female priesthood, ie women in the pastorate. He agrees? Or disagree? Anyway, how you see the issue?

Prezados, eu gostaria de saber a posição do Pastor Stan Toler sobre sacerdócio feminino, ou seja, as mulheres no pastorado. Ele concorda? Ou discorda? De qualquer forma, como vê a questão?


Resposta: As a General Supt in the Church of the Nazarene, I ordained many women who serve as pastors. Hope that helps! :)
ST

Como Superintendente Geral da Igreja do Nazareno, eu ordenei muitas mulheres que servem como pastores. Espero que ajude! :)
ST 


Precisa dizer mais o que? Detalhe: duvido que um pastor da Igreja do Nazareno no Brasil fosse convidado para um evento desses.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Com a palavra a CPAD

Garoto desmente livro onde relatou sua viagem ao paraíso após quase morrer

O adolescente Alex Malarkey, 10 anos, desmentiu, cinco anos depois, a história contada no livro “O Menino que Voltou do Céu” (Ed. CPAD, 2010), onde relata sua viagem até o paraíso, o encontro com Deus e o retorno à vida. A notícia foi publicada no site do jornal “New York Daily News”.
A suposta viagem ao céu teria ocorrido em 2004, após um gravíssimo acidente de carro quando ele tinha seis anos e que o deixou tetraplégico. Na ocasião, Alex ficou dois meses em coma e segundo seu relato, ele foi encaminhado por anjos até o paraíso.
“Eu não morri. Eu não fui para o paraíso”, escreveu em uma declaração oficial. O impressionante relato de Alex fez o livro entrar na lista dos mais vendidos do jornal “The New York Times” e virou até filme. “Eu disse que fui para o paraíso porque eu acho que estava querendo atenção. Quando eu fiz aquilo, eu nunca tinha lido a Bíblia. As pessoas têm lucrado com mentiras. E continuam lucrando”, completou.
A obra, inclusive, ajudou a inaugurar um novo filão literário, batizado pelo “The New York Times” como “heavenly tourism” (algo como turismo celestial). O filão já conta com best-sellers como “O Céu é de Verdade”, “90 Minutos no Céu”, “Cenas do Além” e “Meu Tempo No Céu”, todos relatando viagens ao paraíso.
“Nada escrito pelo homem pode ser infalível”, escreveu Alex. “Eu quero que todo o mundo saiba que a Bíblia é suficiente. Aqueles que comercializarem esses materiais devem ser chamados a arrepender-se e ter a Bíblia como suficiente”.
meninoceuA editora americana da obra, Tyndale House, disse ao jornal “Washington Post” que o livro será retirado de todas as livrarias e não será mais vendido. A edição brasileira está esgotada no fornecedor.
A mãe do garoto criticou a comercialização do livro e em uma declaração publicada em seu blog pessoal ela diz “É ao mesmo tempo intrigante e doloroso ver o livro não só continuar a vender mas, em sua maior parte, não ser questionado”.

Publicado no Pavablog

domingo, 11 de janeiro de 2015

Pronúncia das palavras gregas e hebraicas da lição da EBD do 1º trimestre

Clique nos links abaixo e ouça a pronúncia das palavras gregas e hebraicas. É uma ajuda para todos os professores de EBD interessados.

Lição 1 - Clique aqui
Lição 2 - Clique aqui
Lição 3 - Clique aqui
Lição 4 - Clique aqui
Lição 5 - Clique aqui
Lição 6 - Clique aqui
Lição 7 - Clique aqui
Lição 8 - Clique aqui
Lição 9 - Clique aqui
Lição 10 - Clique aqui
Lição 11 - Clique aqui
Lição 12 - Clique aqui
Lição 13 - Clique aqui

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

George Orwell na Igreja! - Parte 1

George Orwell era um escritor inglês que entre outros livros lançou 1984. É sobre uma sociedade autoritária, em tudo dominada pelo Estado. Nela os cidadãos vivem vigiados pelo Grande Irmão que tudo vê e tudo sabe. Entre os recursos utilizados nesta fictícia nação está a criação de uma nova língua, não por acaso chamada novilíngua, na qual um termo tem o significado oposto ao que realmente é.

A novilíngua era desenvolvida não pela criação de novas palavras, mas pela "condensação" e "remoção" delas ou de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento. Uma vez que as pessoas não pudessem se referir a algo, isso passa a não existir. Assim, por meio do controle sobre a linguagem, o governo seria capaz de controlar o pensamento das pessoas, impedindo que ideias indesejáveis viessem a surgir[1].

E o que George Orwell e sua novilíngua tem a ver com a Igreja? Um jogo consolidado de palavras cujo significado é totalmente diverso do original. Detalhe: as palavras estão em re-significação contante! Exemplos? Vamos lá!

Doutrina

Nos primórdios da Igreja a doutrina era o ensino de determinadas práticas. Os discípulos deveriam não apenas memorizá-las, como utilizá-las no dia-a-dia da Igreja. Na moderna linguagem orwellgospeliana doutrina é algo que as pessoas ouvem e não praticam. Sabem teorizar e possuem senso crítico a respeito, mas não estão nem aí. Em casos mais graves, doutrina é a cosmovisão do falante. Ele adiciona e subtrai conforme sua conveniência. Outros confundem doutrina com a citação de versículos. É a babel do ensino!

Bíblia

Originalmente um conjunto de livros a ser lido e estudado meticulosamente. Nestes novos tempos é 1) Um anteparo para as axilas; 2) Conjuntos de livros a ser ignorado; 3) Decoração para estantes e criados mudos; 4) Livro para ser exibido como demonstração de saber; 5) Mercadoria para lucro de grandes editoras. São considerados estranhos e até contrários ao regime os que estudam e aplicam os ensinamentos bíblicos.

Santidade

Inicialmente uma característica particular da Igreja, que tanto emanava do próprio Deus como era refletida cotidianamente pelos membros. Hoje significa aparência. Em orwellgospeliano santidade é o que está do lado de fora, sem qualquer preocupação com seu reflexo no interior do praticante. Por consequência, aconteceu de alguns se autodenominarem santos, mesmo tendo uma vida totalmente distanciada de Deus.

Reverência

Na Bíblia Deus está presente no seu santo templo. Todos devem reverenciar sua presença. Em orwellgospeliano reverência é a arte da descontração. Horário? Você chega e sai a qualquer hora. Postura? Fique à vontade, relaxe! Se suas costas puderem tocar o assento... tanto melhor. Converse e interaja com seu irmão ao lado. Se for pouco, converse com o da frente. Se puder, hable com o de trás! Se alguém lhe chamar, saia imediatamente. E da maneira mais barulhenta possível. Vá buscar sua água bendita e traga o copo para dentro do templo. Depois jogue por ali, em qualquer lugar, que o diácono recolhe.

Chamada

Originalmente, algo dado da parte de Deus a alguém, geralmente para sofrer e fazer algo que os homens comuns não gostariam. Na linguagem orwellgospeliana significa supremacia sobre os demais, obrigação de salamaleques, ausência de críticas e benefícios a apaniguados de oligarquias. A chamada neste contexto obedece a critérios puramente humanos e estratégicos para preservar status quo e neutralizar oposições. Não é raro chamada significar apenas mais dinheiro, carreado através de dízimos e ofertas. Ultimamente, são raríssimas as acepções em que alguém diz: Este tem chamada! e há objetivos divinos envolvidos.

Política eclesiástica

A política é a arte de direcionar a organização em torno de um objetivo. Originalmente, a Igreja praticava a política eclesiástica sem nem mesmo perceber. Era parte da definição de objetivos de curto, médio e longo prazo, alocando recursos humanos e financeiros para a consecução da obra do Senhor. A política existia para agradar a Deus. Nos novos tempos orwellgospelianos política eclesiástica é a arte da sagacidade. As decisões são tomadas em penumbras e somente reveladas por necessidade. Eminências pardas se movimentam e fazem valer desejos e anseios de líderes maiores, sem que este se exponham. O único objetivo é a perpetuação do poder. Deus saiu de cena e é ao homem que a política eclesiástica presta sua adoração. E ai de quem questionar este ou aquele objetivo.

Culto

Nos primórdios da Igreja o culto era a expressão da união e da presença de Cristo, cumprindo sua promessa de estar entre nós todos os dias. Hoje a linguagem orwellgospeliana se impôs e tudo conspira contra o culto. Os hinos não se conectam, os crentes não se entendem, a grande quantidade de grupos se impõem, sugando o tempo. Aliás, culto já não mais significa desprendimento da realidade, pois os irmãos navegam em suas redes sociais, fazem selfies e enviam mensagens ouvindo a Palavra de Deus. E sem prestar atenção no culto! Isto quando conversam a não mais poder. Uns vendem Avon, outros ilusão. Culto agora é festa, evento, badalação. Igrejas mais antenadas levam ringues e vídeos para entreter seus ouvintes. A marca registrada é a ausência de espaço para a pregação.

Pentecostes

As línguas que desceram em Atos e se sucederam ao longo do desenvolvimento da Igreja denunciavam a presença do Espírito Santo entre os salvos, com a operação de grandes e poderosos milagres. Em tempos orwellgospelianos Pentecostes é pular, saltar, correr, fazer piruetas, dar profetadas para políticos. Virou clichê dizer: É forte! para cultos aonde houve muita meninice e pouco quebrantamento. E se não há decisões os crentes não se preocupam, desde que todo mundo vá pra casa suado... Os dons não são mais buscados, se Deus quiser dar, que dê! Quando milagres não acontecem é porque faltou fé ou porque Deus não queria.

Louvor

Na Bíblia até os anjos cantam. Tudo louva e exalta ao bom Deus. Em tempos orwellgospelianos louvar é estourar os ouvidos. A bateria se sobrepõe aos demais instrumentos. A letra dos hinos não fala de morte e ressurreição, cruz, salvação, libertação, arrependimento ou arrebatamento. A tônica orwellgospeliana é o antropocentrismo. Todos terão vitória e esmagarão seus inimigos. Sabe. não basta vencer, temos que ver o sangue correr. Crianças explodem as gargantas em tessituras inimagináveis. Cantores ganham rios de dinheiro, cobram altos cachês e ludibriam o auditório. As letras se repetem, denunciando a cola acéfala.

O dicionário é imenso...

[1] Citação ipsi literis da Wikipédia.